Os primeiros dias (semanas?) depois de sabermos, foram de um misto de emoções.
Eu estava bastante incrédula. Olhei para o teste de gravidez várias vezes ao longo dos primeiros dias. Mas ele continuava imutável, com uma sentença clara: estava grávida. Não me parecia real. Não acreditava. Não me sentia grávida. Nem podia, claro está. Não me emocionei. Não chorei. Não tremi. Não senti as pernas fraquejar nem borboletas no estômago. Porque não acreditava bem no que estava a acontecer e estava assustada com o que aí vinha.
Obviamente, decidimos esperar antes de contar a quem quer que fosse. Fui fazer a primeira consulta, as primeiras análises, e quisemos também esperar pelas 8 semanas para contar à família mais próxima. Para nós, foi o que fez sentido.
A pouco e pouco, a ficha foi caindo. Eu fui tomando consciência do que aí vinha, e dei comigo preocupada com coisas que antes não me passavam pela cabeça e mais alerta para o mundo em geral. Mais cuidadosa para não escorregar no chão e não cair (coisa não tão rara assim em mim...), a olhar 3 vezes antes de atravessar a passadeira, a ver e rever listas de ingredientes antes de comer o que quer que fosse...
Escrevi na altura: O meu corpo deixou de ser só meu. O meu corpo é, também, deste ser que agora o habita. E é, também, dele. Como lhe disse no Domingo, uma parte dele está dentro de mim. Os genes dele estão dentro de mim. E não sei se pode haver maior representação do nosso amor do que essa: agora, carrego-o comigo todos os dias. E é incrível!
Com as certezas do que estava a acontecer, e as análises que confirmaram o óbvio, começaram a surgir os primeiros receios e dúvidas. Estava a dar início ao maior desafio da minha dúvida, ao mais definitivo, ao que representava a maior responsabilidade da minha vida. E isso era aterrador.
Menos de uma semana depois de descobrirmos, demos início à primeira viagem a dois depois de sabermos. Primeira viagem a três, na verdade. Destino? O Porto. O Porto que foi o destino da primeira viagem a dois que fizemos juntos. Coincidência ou outra coisa qualquer. Assistimos ao concerto dos Ornatos, estivemos com um monte de gente boa (o Perneta ficou a dever-me um gin!), e ainda dei um passeio pela Family Race. Foi um fim-de-semana alargado cheio de memórias boas, e com aquele sorriso cúmplice de quem guardava um segredo tão nosso.
As primeiras semanas mantiveram-se neste misto de sentimentos: incrédulos, felizes, assustados. Numa montanha-russa de emoções constante. Que nem sequer podíamos partilhar com ninguém.
Releio o que escrevi na altura e parece mesmo que foi noutra vida... O tempo voou e diria que os sentimentos se mantêm: continuamos igualmente felizes e assustados. Mas está tudo bem.
História muito bonita que gostarás imenso de reler daqui a uns anos, bem como será muito enternecedor quem aí vem descobrir estes teus artigos :)
ResponderEliminarBeijinhos
ps - Estás mesmo a querer deixar os artigos todos em dia antes do feliz momento :)
Sim, a ideia é essa :)
EliminarBeijinhos!
P.S. - estamos aqui numa luta contra o tempo... Ela a querer nascer, eu a querer escrever tudo! Ahahahah :)