terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Do Natal...


Que o vosso Natal seja muito feliz! Com muita saúde, que é o mais importante. Com Amor. Com comida e bebida. Acima de tudo, com as pessoas que vos são mais importantes. Feliz Natal! 

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Das fotografias que dão alegria... - Day 354


Falta menos de uma semana para o Natal. Por aqui, continua a não haver grande espírito. Ontem, lá me obriguei a enfiar-me na cozinha e a despachar as primeiras quatro fornadas de bolachas, que vão complementar os presentes que tenho para as pessoas próximas. 

Os presentes, esses, já chegaram a semana passada. Vieram todos daqui. Tenho a sorte de viver rodeada de gente privilegiada que não precisa de nada. Infelizmente, nem toda a gente tem essa sorte. E é para esses que vão os meus presentes de Natal. 

Talvez já não vá a tempo para este ano, mas espreitem o projecto. Gostei do conceito, gostei do projecto, gostei do facto de por cada presente recebermos um postal físico com uma ilustração específica do que estamos a oferecer, e é isso que vou oferecer aos que me rodeiam.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Das fotografias que dão alegria... - Day 346



The National - Campo Pequeno

Porque nem só de corridas se faz a nossa história. Faz-se também de concertos. Muitos concertos. Muitas memórias. Memórias que guardo em mim e às quais volto de quando em vez. Guardo os sorrisos, guardo as mãos dadas e os dedos entrelaçados, guardo os abraços, guardo os beijos na testa que noutra altura não suportaria, guardo as lágrimas que deixo escapar quando me sinto estupidamente grata por saber que tenho na vida aquilo que mais importa. Aquilo que verdadeiramente importa.

Se não se ama alguém que não ouve a mesma canção, o que dizer de alguém com quem já ouvimos a mesma canção tantas e tantas vezes?... 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Das fotografias que dão alegria... - Day 345


Estou sozinha com o gato. Ele está na minha capital europeia preferida, mais uma vez. Desde que me traga mais chás e chocolates, talvez o perdoe por não me levar com ele. Hoje tiraram-me da frente do nariz uma das cenourinhas que me davam o alento que me tem faltado neste final de ano. Arrancaram-na, a frio e a seco, sem dó nem piedade. Tudo bem. Eu arranjo forma de lidar com isso. Tenho outras cenouras à frente do nariz e outros sítios onde ir buscar forças. Entretanto, afogo as mágoas nesta caixa de ovos moles, vinda directamente de Aveiro. Já fui ao ginásio, por isso, eu posso.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Das fotografias que dão alegria... - Day 343


A foto não é de hoje. É de Sábado. Cheguei a casa ao fim do dia, completamente de rastos, depois de um dia de limpezas, compras e... Visitas a stands de automóveis. Programas super interessantes, portanto. 

Senhor Snow, talvez sentindo-se mais fresco do que o habitual, anda particularmente lapa, e achou por bem dormir uma pequena sesta comigo, nestes preparos. 

domingo, 8 de dezembro de 2019

Das fotografias que dão alegria... - Day 342




38º Troféu de Oeiras - Grande Prémio De Atletismo da Cruz Quebrada 

Foi a quarta vez que fiz esta prova. Foi com esta prova que me estreei no Troféu de Oeiras e nesta equipa, em 2016. Em 2016, éramos meia dúzia. Meninas? Éramos duas. Hoje, éramos mais de trinta. Os que estão na foto e muitos outros. Hoje, trouxemos muitas medalhas e mais uma taça para casa. E depois fomos para a sede da equipa. Fomos almoçar. Comer, beber e conviver. Porque correr também é isso. 

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Da minha capacidade incrível para suster a respiração...

Estamos a dia 4 de dezembro. O mês do Natal. O último mês do ano.

E o que é que eu fiz no que ao Natal diz respeito? Montei a árvore de Natal. Literalmente. Montei a árvore, com os seus muitos e variados ramos porque talvez tenhamos comprado uma árvore demasiado grande mas não faz mal porque eu gosto dela assim. Montei-a e deixei ali no seu esplendor verde. E também deixei no seu esplendor as caixas com todas as decorações, que vieram da arrecadação e que estão pousadas no hall de entrada, para gáudio de pequeno Snow.

Portanto... A pessoa que vibra com o Natal. A pessoa que adora o Natal. A pessoa que se perde em decorações e planos. A pessoa que planeia tudo com uma antecedência, por vezes, considerada (de forma injusta) exagerada. 

Essa pessoa, este ano virou Mr. Scrooge e não quer saber do Natal.

Não quero. Não me apetece. Não tenho vontade. Não tenho, sequer, planos definidos. Não sei onde vou passar nem o dia 24 nem o dia 25. Não só porque não depende só de mim, mas porque mesmo quando o que não depende de mim estiver resolvido, eu vou ser forçada a tomar uma decisão que não me apetece ter de tomar.

Não consigo pensar no Natal. Presentes? Nem vê-los. Certo é que deixei de dar presentes nos últimos dois anos. Limito-me a comprar algumas coisas para os sobrinhos, e tudo o resto vai corrido a pequenas oferendas comestíveis que saem da minha cozinha. Prefiro pegar no dinheiro e doar a instituições que realmente precisam. Mas nem isso eu ainda fiz este ano!.... Nem pensei nos presentes dos sobrinhos (e tinha sido tão inteligente aproveitar a Black Friday para isso....), nem pensei no que vou fazer para oferecer, nem escolhi as instituições que vou apoiar.

Não consigo pensar no Natal.

Tenho demasiado em que pensar. Tenho a minha vida em suspenso. Estou assim a modos que a conter a respiração, semana após semana, à espero da altura em que vou poder respirar de alívio. Se é que vou poder respirar de alívio. Não sei. Não sei nada.

Se pudesse, avançasse no tempo até ao final do ano. Até ao momento em que terei certezas (ou, assim o espero...). Adormecia agora e só acordava daqui a umas semanas, com a minha vida em ordem e o futuro traçado a régua e esquadro (como eu tanto gosto). Mas não! Porque a vida não é desenhada a régua e esquadro e, mais uma vez, fez questão de me mostrar isso mesmo.

Tinha aqui escrito, em Outubro, que estava deprimida com o final do ano, e com o facto de não ter cumprido dois dos três objectivos que tinha definido para 2019. Pois que a vida resolveu pôr-me a cenourinha à frente do nariz e, apesar de ser certo que já não vão acontecer em 2019, talvez, só talvez, se concretizem em 2020. Com muitos medos e dúvidas, com muitas incertezas, com decisões tremendas para tomar, com coisas que não dependem de mim. Mas pode ser que 2020 seja o ano. Pode ser. 

Assim a vida queira colaborar comigo e queira dar-me um final de ano feliz e sereno. Ou só feliz, que sereno duvido que seja. Mas que eu possa voltar a respirar. Já não era mau.




(Prometo que tudo isto um dia fará sentido. Não sei é quando. Obrigada a quem estranhou a ausência e se preocupou.)

sábado, 16 de novembro de 2019

Dos Trilhos de Casainhos 2019...

Domingo. 10 de Novembro. 10h45. Casainhos.


O curioso dos Trilhos de Casainhos começa logo na hora de início. Quem é que começa uma prova às 10h45? Estamos habituados a provas que começam às 8h, às 9h, às 10h em tempo frio. Mas às 10h45? A resposta é fácil: quem começa uma prova às 10h45, é quem tem um almoço para servir ao meio-dia. Pelo menos, é esta a minha teoria pessoal para explicar a hora de início desta prova.

Claro que a malta agradece, que sempre temos uma folga nos domingos em que acordamos de madrugada para ir correr. Assim, e como a prova até era perto de casa, demo-nos ao luxo de nos levantar perto das 9h... Contrariando tudo o que dizem as boas práticas do running e dessas coisas de gente croma.

Levantar, tomar o pequeno-almoço do costume (mais ou menos, que eu não consegui comer tudo, e começam logo aqui as minhas desculpas para a falta de energia duas horas depois), vestir, usar e abusar do Nok, lavar a cara e os dentes, ir à casa de banho 4 vezes (true story...), preparar a mochila (eram só 15km mas uma pessoa sabe lá se não cai por uma ribanceira abaixo e não precisa da manta térmica, ou de água, ou de uma barra energética, ou de lenços de papel, ou de uma notinha de 5 euros...), e sair de casa, em direcção a Casainhos.


Esta é uma prova humilde. E digo humilde com um tom que é tudo menos pejorativo. É humilde porque é o que diz que é. É pequena, não tem um percurso pretensioso daqueles que são mais exigentes do que seria razoável só para fazer figura, não tem grandes alaridos comerciais, tem dois abastecimentos (um de água e um com comida, que incluía bolo de chocolate - eu sou uma vendida, e qualquer prova que meta chocolate, por mim está óptima!), e tem um almoço no final. Não há cá grandes confusões, não há chips, não há escalões. A malta vai ali para correr, para aproveitar os trilhos, para se divertir, para conviver, para viver a festa que uma prova de trail pode ser. Leiam o Filipe Torres, que já tem o cartão de cliente frequente da prova e pode falar com muito mais conhecimento de causa do que eu.

Quando eu ainda mal abria os olhos por causa do Sol... Que foi de pouca dura!

Para mim, foi a estreia nos Trilhos de Casainhos. E gostei. Gostei mesmo. Gostei dos trilhos, do percurso, daquelas duas subidas infinitas em que só me apetecia dizer palavrões e roguei pragas à minha vida e me arrependi de me ter inscrito.


Tive a sorte de ter o meu louco mais louco do que eu comigo. Ele decidiu fazer a prova comigo, coisa que já não acontecia para aí desde o meu primeiro trail de sempre (o muito abençoado II Trilhos de Belas, no longínquo ano de 2017). Caramba! Agora que escrevo isto é que percebo que nem 3 anos de trails tenho... Sou mesmo uma jovem nestas andanças!... Já ganhava era juízo, mas bom... Dizia eu que tive a sorte de o ter comigo. E ele foi incansável. Não me chateou, não me pressionou, não refilou comigo. Foi ali, a morrer de tédio, a aturar o meu ritmo de lontra, e a empurrar o meu rabo nas subidas mais inclinadas (literalmente!). Foi bom este regresso aos trilhos a dois. Já tinha saudades! Dos trilhos, e de correr com ele.


A prova em si fez-se bem. Eu, já se sabe, não tenho treinado, pelo que fui em modo passeio. E foi um belo passeio! Tive a sensação que havia muito "trânsito" em muitas zonas, porque deixámo-nos ficar para trás no grupo dos lentos, e depois não era fácil fazer ultrapassagens, mas como eu não estava propriamente com pressa, fomo-nos deixando ir. Acho que dispensava a chuva, mas um bocadinho de lama sempre faz bem à pele... Só queria acabar a prova abaixo das 2h30 e consegui, por isso, cheguei ao fim feliz e contente com a minha prestação.

Depois da prova, esperava-nos o almoço. E aqui fica a minha única nota menos positiva: estivemos 1h15 na fila para o almoço. Com frio e chuva à mistura, em pé, depois de termos feito uma prova. Não sei o que se terá passado, já sei que não é costume ser assim, mas, para mim, não foi uma apresentação muito boa. O que é pena. Porque, e fica mais uma nota positiva, tinham uma feijoada vegan que estava bem boa e merecia ter sido apreciada com mais calma e mais ânimo!


Eu dificilmente estarei lá para o ano, mas acho que quem ainda não experimentou, devia experimentar! Não há muitos trails destes tão perto de Lisboa. Quando começarem a ouvir falar na edição de 2020 dos Trilhos de Casainhos, apressem-se, que as inscrições são (muito) limitadas!

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Do fim-de-semana no Porto...

Eu sei que faz amanhã duas semanas que fomos ao Porto. Também sei que já aconteceram mil e uma coisas nos entretantos. Mas não queria deixar de deixar aqui este registo.

O fim-de-semana no Porto foi... Cheio. Cheio de comida. Cheio de chuva. Cheio de gente boa. Cheio de memórias.

Fomos para o Porto na quinta-feira a meio da manhã, e ainda parámos pelo caminho para almoçar com os sogros.

Já quase a chegar ao Porto, demos conta de que o carro já devia ter ido à inspecção há uns dias... Estávamos sem inspecção, a chegar ao Porto, a entrar num fim-de-semana prolongado. Que disparate. Tenho carro há 15 anos e nunca deixei passar uma inspecção. Nunca. O meu pequeno cérebro não anda bem e isto é só mais um reflexo disso mesmo... Mas... Graças às novas tecnologias, num instante marquei inspecção na Controlauto mais próxima, e foi assim que demos connosco em Gaia, debaixo de uma chuva tremenda, a fazer a inspecção ao carro. 


Passou sem anotações e nem disseram nada por já estar uns dias fora do prazo. Ufa!...

Lá seguimos para o Porto. Tínhamos marcado um apartamento na Alfândega, onde fomos pousar as tralhas, descansar um pouco, e seguimos em busca de um sítio para jantar. Pois. Como se fosse fácil. Não foi. Eram 21h20 quando começámos a comer, depois de várias tentativas. O concerto dos Ornatos começava às 22h. Foi uma pequena correria, mas chegámos a tempo.


O que dizer do concerto? Não sei bem por onde começar... São os Ornatos Violeta, não é verdade? Nunca os tinha visto ao vivo e superaram todas as expectativas. Tocaram muitos dos clássicos, tocaram outras menos conhecidas. O público começou meio amorfo, mas lá ganhou ritmo e aquela sala (incrível, já agora) encheu-de e aqueceu-se. Foi muito, muito bom! Acima de tudo, o que eu vou recordar é a energia deles em palco, é a entrega, a emoção, o gozo que estavam a ter no que estavam a fazer. Eles pareciam mesmo felizes por estar ali, e isso é contagiante. Foi um grande concerto e ainda bem que pudemos estar presentes!

No dia seguinte, sexta-feira, começámos a manhã no Diplomata. Chegámos antes de abrir, e ainda bem! O tempo todo em que lá estivemos, houve sempre fila à porta... E vale a pena! Atendimento super simpático e comida deliciosa!


Seguiu-se um passeio pelas ruas do Porto... Estava a chover, por isso, andar na rua não era o que mais nos apetecia e lá decidimos que era desta que íamos à Lello. E fomos! 


E sim, é linda, maravilhosa e espectacular. Mas uma pessoa está imenso tempo na fila (à chuva, lembram-se?), e depois lá dentro é todo um caos e mal nos conseguimos mexer, quanto mais aproveitar o que quer que seja... Claro que aproveitámos os 5€ do bilhete para trazer um livro para cada um, o que sempre melhora a experiência.



Ainda a recuperar do pequeno-almoço, chegámos ao Lado B, para almoçar com a Fabiana! E o bom que foi pôr a conversa em dia! Talvez um dia voltemos a correr juntas mas, por agora, já deu para matar saudades. Quanto ao Lado B, acabamos por lá ir sempre porque é dos poucos sítios que tem francesinha vegetariana (e é bem boa!).


O almoço prolongou-se até às quatro da tarde e acabámos por adiar o lanche que já tínhamos marcado em Matosinhos. Fomos ao Terrárea, e eu tive a sensatez de me ficar por um chá. Já alguém, pediu uma fatia da banoffee, que eu fiz o sacrifício de provar, só para concluir que era mesmo boa! 


O sítio é super giro, vegan, e está ligado a uma loja de plantas e decoração com muita pinta. Fiquei com vontade de lá voltar para um almoço super saudável!

Depois do lanche, e porque já era hora de jantar, decidimos ficar mesmo por Matosinhos, onde fizemos a refeição mais saudável de todas: caldo verde e lulas grelhadas, na grande tasca que é o Rei da Sardinha Assada


Nem comemos sobremesa (apenas e só para irmos comer belgas de chocolate para o apartamento... Glicogénio, já ouviram falar?).

Sábado começámos o dia no Hungry Biker Cafe, outro sítio da moda, com pequenos-almoços mais ou menos decadentes, frequentando essencialmente por turistas, mas com um espaço muito engraçado e comida muito boa!



Demos um passeio pelo centro do Porto, fizemos a Rua das Flores, descemos até à Ribeira, e fomos andando junto ao rio, até à Alfândega, para irmos ver a feira da Maratona e levantar os dorsais. 

Um dia hei-de fazer o Caminho e passar por aqui... 




Pouco depois de entrar na feira, encontrámos o João Lima, a Isa e o Vítor. Mais um bocado, encontramos a Sofia e o André, com quem íamos almoçar. Mais outro bocado, encontramos o Perneta-Mor e a sua Pikinita. Só celebridades naquela feira! Lá levantámos os dorsais, demos uma volta, e eu quase perdi a cabeça e comprei o corta-vento da New Balance da Maratona de Sevilha de 2019. Estava a 20 euros e é cor de rosa e é lindo de morrer. Mas achei que era parvo ter uma coisa de uma prova que não fiz, e não comprei nada... 

Próxima paragem? Almoço na Casad'oro. Que sitio giro! Mesmo junto à Ponte da Arrábida. Mesmo em cima do rio! A vista, apesar do tempo horrível e da chuva, era muito bonita, e as pizzas eram gigantes e muito boas! Recomendo! 


Não deixa de ser curioso os amigos que fazemos neste mundo. Só conheço a Sofia e o André deste mundo da blogoesfera e das corridas, e já tínhamos estado juntos em Lisboa, depois em Aveiro, e agora no Porto.

Depois do almoço fomos para o apartamento descansar. Claro. Passar os dias a comer cansa imenso!

Ao final da tarde, partimos em direcção a Santa Maria da Feira, para um jantar muito particular. Mais um jantar com pessoas que conheci através deste blogue. Que sortuda que eu sou, não é verdade? Fomos muito bem recebidos na casa do Perneta e da Pikinita, e pude confirmar que o Perneta não só cozinha mesmo, como cozinha muito bem! A conversa não parou um segundo, com histórias e mais histórias, partilhas de experiências e sonhos. Como na manhã seguinte havia prova (ou pseudo-prova, no meu caso), não podíamos deitar demasiado tarde, para tentar descansar, se não fosse isso, acho que ainda lá estávamos na conversa...

Domingo. Dia da Maratona para muitos bravos campeões, dia de passeio no Parque para mim. 

Estive até à última da hora com muitas dúvidas sobre a participação nos 15km da Family Race. Não tenho treinado grande coisa, o tempo estava mauzito, e eu sabia que não queria (nem podia) arriscar nenhum disparate. Não foi uma decisão fácil, mas acabei por tomar a decisão consciente: ia fazer apenas 6 ou 7km, apenas e só se me estivesse a sentir bem. O objectivo mesmo era participar da festa que é uma Maratona, e tentar dar algum apoio a quem por lá andava.


Foi com este espírito que alinhei na partida desta prova. Despedi-me do meu louco, que ia fazer os seus 15km também em ritmo de passeio (duas semanas depois da Maratona de Lisboa, e durante as quais passou 90% do tempo constipado e entupido...). 

Felizmente, logo nas primeiras centenas de metros, encontrei o João Lima. Perguntei-lhe se estava bem e ele respondeu-me com um redondo "NÃO!". Juro que me assustei um bocadinho e resolvi remeter-me ao silêncio!... Decidi ir ali a chateá-lo, repetindo o que fizemos em Aveiro, e achei que talvez ele precisasse de se distrair. Sempre na conversa, sempre tranquilos, os metros foram passando, e eu comecei a ver um João mais animado. Também vimos a Isa e o Vítor, que iam próximos de nós, e muitas outras caras conhecidas. 

Foto da Organização que já devem ter visto por aí

Foi assim que chegámos à placa dos 6km. Era o meu limite. Custou-me horrores não seguir em frente, deixar ali o João (não que ele precisasse de mim para alguma coisa, que já ia bem melhor!), não seguir naquela festa. Estava a sentir-me bem melhor do que esperava, mas obriguei-me a ter juízo. Voltei para trás, ainda encontrei o Perneta-Mor e as meninas das Women Runners Portugal, e fui plantar-me junto à Anémona, a bater palmas e a incentivar todos os que já voltavam para trás em direcção ao Porto. Passado um bocado passou o meu louco, depois o João, que vinha com a Isa e o Vítor, e ainda corri uns metros com eles. Despedi-me, certa de que ainda os voltaria a ver, e de que eles iam acabar mais uma Maratona.

Passei para o outro lado da estrada e fiquei, mais uma vez, a aplaudir aqueles campeões todos que entravam na fase final dos 15km. Quando passou o meu louco, ele insistiu para que eu fosse com ele, e lá fui eu. Fizemos os últimos 500 metros juntos e cortámos a meta juntos (coisa que já não fazíamos há uma eternidade...). Claro que não contou, porque eu não fiz verdadeiramente a prova, e em consciência não me senti muito bem a cortar aquela meta assim, mas espero que me tenham desclassificado por não ter passado nos pontos de controlo e, convenhamos, com aquele tempo, não roubei nenhum prémio a ninguém... Ainda assim, não o devia ter feito e também aí devia ter tido mais juízo. Para a próxima, não me deixo levar pelas emoções.

Era hora de regressarmos ao apartamento, tomar banho e fazer o check-out. Tínhamos uma missão importante: ir para a rua, dar apoio aos maratonistas!

O nosso apartamento ficava em pleno percurso da Maratona, pelo que ainda vi alguns atletas a passar pela janela, e depois optámos por ficar mesmo ali a apoiar quem passava. Não que tivéssemos grande opção, dado que não seria fácil tirar dali o carro...

Levei os meus cartazes à sua segunda Maratona e lá me pus na beira do passeio, a incentivar quem passava. O louco, que consegue ser ainda mais bicho do mato do que eu!, ao princípio estava meio amorfo e envergonhado, mas a verdade é que nem ele conseguiu ficar indiferente e já batia palmas, já gritava palavras de incentivo, já se metia com as pessoas e ria com elas. É mesmo impossível ficar indiferente ao que vemos ali!

Foto da Isa no nosso "cheering point"

O meu cartaz preferido voltou a fazer sucesso, e muita gente reagia muito bem, vinha bater no cartaz, ria-se, dizia que era mesmo aquilo que precisava, e ainda havia os corajosos que largavam num sprint depois de bater no cartaz (como no jogo!). Foi muito, muito bom, saber que ajudámos a animar um bocadinho os 42km daqueles que naquele Domingo se desafiaram e superaram! Muito respeito por todos os que se metem a fazer uma Maratona!

A Isa e o Vítor ao km 34

Claro que esperámos para ver a Isa e o Vítor, primeiro, e o João, depois. Estávamos ao quilómetro 34 e eu sabia que, quem chega ali, chega ao fim. E eles chegaram! Obviamente, chegaram! E eu fiquei muito feliz por eles! Quando for grande, quero correr assim!

A nós, restava-nos encontrar um sítio para almoçar, voltar para tirar o carro (já depois de terem aberto as estradas), e regressar a Lisboa.

Acabo como comecei. Foi um fim-de-semana cheio. Cheio de comida. Cheio de chuva. Cheio de gente boa. Cheio de memórias.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Do Serviço Nacional de Saúde...

Importa começar por dizer que eu sou uma acérrima defensora do Serviço Nacional de Saúde. SNS, para os amigos.

Já aqui falei deste tema noutras ocasiões, e acho que é das coisas mais importantes que temos e que deve ser preservado e valorizado. 

Ultimamente, lemos e ouvimos cada vez mais notícias sobre a degradação do SNS, sobre as greves, sobre as faltas de pessoal, sobre a degradação das condições e sobre a dificuldade no acesso àquele que é um direito básico e consagrado na nossa Constituição. 

Em Setembro, no espaço de poucos dias, tive experiências completamente opostas no SNS. 

Como já por aqui contei, no dia do casamento da minha irmã, eu ainda dei um salto às urgências pela manhã. Fiz o que achei melhor na altura: liguei para a Saúde 24 (um serviço que merece todas as minhas vénias e aplausos), falei com uma enfermeira amorosa que me fez mil e uma perguntas, e que me disse que o melhor mesmo era ir às urgências, verificar se tinha o dedo partido ou não. 

E lá fui eu, para o hospital da minha área de residência. Entre entrar, ir à recepção, passar pela triagem, fazer um raio-x, ter a consulta com o médico, e ir novamente à recepção, demorei menos de 30 minutos. Menos de 30 minutos. Sim, era Sábado de manhã, estávamos em Setembro e estava um belo dia de praia. Mas foram 30 minutos para uma situação que era tudo menos urgente.

Além do espanto com a rapidez do atendimento, ainda fiz figura de tola, porque fui perguntar quanto e onde é que se pagava. Porque não paguei nada. Nada de nada. Nem sequer o parque de estacionamento, cujo ticket me validaram na recepção.

Parece que por ter sido encaminhada pela Saúde 24, estava isenta da taxa moderadora. Felizmente, não vou vezes suficientes às urgências para saber disto. Mas parece que é mesmo assim. 

E esta situação deixou-me perplexa e a pensar sobre o assunto.

Dias depois, numa consulta num dos maiores hospitais do país na sua área de actuação, fui encaminhada pela minha médica para uma consulta dentro do mesmo hospital, mas de uma área específica. Fui inscrever-me nessa consulta e disseram-me que o tempo de espera médio para a primeira consulta é de um ano. Um ano. Numa especialidade em que, por definição, estamos a lutar contra o tempo.

E esta situação deixou-me perplexa e a pensar sobre o assunto.

Eu não sei se concordo com o facto de não ter pago nada, ou de pagar uma ninharia, quando vou às urgências ou a uma consulta no SNS. A sério. Não me faz muito sentido usufruir de um serviço e não pagar por ele. Porque eu posso pagar por ele.

Acho que a saúde deve ser gratuita para quem, de facto, não a pode pagar. Acho que o Estado social deve intervir quando é necessário. Mas também acho que deve ser equilibrado e sustentável. E não me parece que o seja, nem de longe nem de perto.

Eu sei que há muito quem não concorde. Há quem ache que, como pagamos impostos, devemos ter direito a tudo e mais alguma coisa. Eu, sinceramente, não tenho uma opinião fechada sobre isso. Mas acho que não é justo que eu não pague nada, e que alguém com dificuldades tenha de pagar a taxa moderadora de umas urgências. Não sei. Talvez criar escalões? Inventam tanta coisa, inventem também uma forma de ajudar quem realmente precisa, mas sem fazer do SNS um buraco sem fundo de dívidas. 

Sim, todos os meses o Estado recebe umas centenas de euros à minha conta, entre o que eu desconto e a minha entidade empregadora desconta. Mas desconfio que isso não seja suficiente para pagar o que eu usufruo em saúde, em polícia, em estradas, em escolas, em mil e uma coisas. E muito menos será suficiente para pagar a minha reforma um dia. 

Se eu posso pagar, eu acho que devia pagar. Quanto mais não seja, porque se houvesse mais gente a pagar, ou se os preços fossem adaptados às possibilidades de cada um (como nos jardins-escola, por exemplo), talvez houvesse dinheiro para mais médicos. Talvez se o sistema fosse mais equilibrado e sustentável, os tempos de espera reduzissem.

Sim. Eu preferia pagar 20 euros da taxa moderadora, mais 10 ou 15 ou 20 ou o que fosse do raio-x que fiz. Preferia pagar o parque de estacionamento. Preferia pagar. A sério que preferia. E talvez assim eu não tivesse de esperar um ano por uma consulta de especialidade. 

Mas, lamentavelmente, não há essa opção. O SNS continua a definhar. E eu vou continuar a ver o tempo a passar.

Se me podia virar para o privado? Podia. Mas sempre achei que, para o que realmente importa, é no SNS que devemos estar. Porque é lá que estão os maiores especialistas, os tratamentos mais avançados, os melhores equipamentos. Ou estavam. Que agora já nem sei.

Uma última nota, em jeito de curiosidade: o hospital onde vou esperar um ano por uma consulta, é de gestão pública, o hospital onde demorei 30 minutos nas urgências, é uma PPP. Vale o que vale. Ou então não vale nada.

Só sei que nada sei. Que estou confusa e perdida. E preocupada. Muito preocupada. Porque se nos falha a saúde e a educação (que está pelas ruas da amargura), não sei que país será este... 

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Dos dias em que viver cansa...

Hoje o acordar foi difícil. Ele é que fez uma Maratona, e eu é que tenho a sensação de ter sido atropelada por um camião.

Talvez seja das dores de dentes. Ou da sua ausência. Já que o que me dói é o vazio deixado pelo dente que arranquei na sexta-feira.

Não consegui dormir em condições, o que seria bastante razoável, depois de ontem ter acordado antes das seis da manhã. Eu nasci para dormir. Eu preciso de dormir. E, se não durmo, não funciono.

Acordei cansada, (ainda mais) rabugenta, desanimada e deprimida.

Ontem ao final do dia tomei uma decisão importante. Havia uma pequena esperança de uma grande mudança na minha vida em breve, mas ontem eu disse adeus a essa esperança. Ontem, no rescaldo da Maratona dele, pus-me a fazer contas à vida e decidi fechar uma porta. Talvez se abra uma janela, já diz o cliché. Mas eu não gosto de clichés, nem neles acredito. Acredito no que é racional. E ontem fui racional.

Talvez por isso tenha acordado assim. Pesada, no espírito e no corpo. Com o semblante carregado e a barriga inchada, reflexo dos abusos do fim-de-semana. Ele é que ia correr, mas eu fui solidária na ingestão dos hidratos. Ou talvez tenha tentado encontrar nos hidratos o consolo que não encontro na vida.

Faltam dois meses para o final do ano. E isso deprime-me. Cansa-me. Desanima-me. 



Ou então está tudo lindo, maravilhoso e fantástico na minha vida, e eu acordei mesmo foi com TPM.

domingo, 20 de outubro de 2019

Das fotografias que dão alegria... - Day 293


Dia de fazer de roadie na Maratona de Lisboa.

Em Cascais, em Carcavelos, na Cruz Quebrada e na meta.

A dar apoio ao louco mais louco do que eu (que fez uma prova incrível, ainda que ele diga que não), de dar apoio a colegas de equipa, de dar apoio a amigos e conhecidos, de dar apoio a perfeitos desconhecidos.




Para quem já viu ou fez provas lá fora (olhem para mim, a armar-me em atleta internacional...), é deprimente ver a falta de apoio que há nas provas em Portugal. No que depender de mim, hei-de sempre tentar contrariar isso. Porque já estive do lado de lá, e sei a diferença que isso pode fazer.

Foi uma manhã de Domingo incrível e daqui a duas semanas há mais. 

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Das coisas que vale mesmo a pena partilhar...


Assinala-se este mês o mês de prevenção do cancro da mama, com muitas marcas a associarem-se às mais diversas iniciativas, para nos pôr a pensar sobre este tema, para nos alertar para a importância do diagnóstico precoce, para nos lembrar que não acontece só aos outros.

A CUF, com o seu Instituto de Oncologia, vai ter consultas de diagnóstico precoce, sob o mote "Proteja-se do Cancro da Mama". Estas consultas vão decorrer entre os dias 28 e 31 de Outubro, em 9 unidades CUF (de norte a sul do país), e são gratuitas para mulheres a partir dos 35 anos e para homens com alterações mamárias. E o que eu gosto de ver os homens incluídos na campanha, lembrando-nos que este mês não é só para as mulheres?

E vocês, quando foi a última vez que apalparam as vossas mamas?

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Dos Ornatos Violeta...

Diz que vem aí um concerto dos Ornatos Violeta. Diz também que vai ser no Porto. Diz ainda que vai ser num dia em que calha estarmos no Porto! 

A pessoa que não estava convencida em ir passar o fim-de-semana da Maratona ao Porto, talvez agora esteja grata pela minha insistência desde aquele fim-de-semana na Serra Amarela.

Claro que fui a correr comprar os bilhetes (felizmente, trabalho a 150 metros da FNAC mais próxima), que já estão esgotadíssimos entretanto. 

Não me lembro ao certo de quando comecei a ouvir Ornatos... Mas lembro-me de vários momentos da minha vida, marcados pelas músicas deles.

Tenho passado os últimos dias a ouvir Ornatos no escritório, e dou por mim a cantarolar e a voltar a esses momentos. Quem nunca cantou "Ouvi dizer que o nosso amor acabou, pois eu não tive a noção do seu fim?", achando que a letra foi escrita a pensar em si?... Eu sei que, há precisamente 4 anos atrás, achava que sim. 

Não tenho dúvidas de que vai ser mais um grande concerto, a juntar à lista daqueles que já vimos juntos. Talvez um dia escreva a nossa história, com base nos espectáculos que já vimos juntos... Sei que coleccionamos bilhetes e além dos dos Ornatos, já temos ali bilhetes para mais um festival e dois concertos nos próximos tempos. 

Somos os dois forretas e muito ponderados a gastar dinheiro. Mas não resistimos a um bom concerto. Ou a uma boa corrida, já agora. 

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Das fotografias que dão alegria... - Day 282


Raramente cumpro com a foto do dia. 
No Instagram a coisa ainda vai indo, 
aqui nem por isso. 

Talvez em 2020.

Das eleições...

Acho que nunca acompanhei tanto umas eleições como estas. Nem sei bem por que motivo, mas talvez por estar, de facto, preocupada com o que aí vem nos próximos anos. Algo me diz que não será nada de bom... Mas talvez seja apenas eu a ser pessimista.

A verdade é que li artigos e programas eleitorais, assisti a debates mais sérios e assisti ao "Gente Que Não Sabe Estar" (mais relevante do que se possa imaginar, e a única altura em que dou audiência à TVI), tentei informar-me o mais possível, apesar de o meu voto já estar relativamente decidido há bastante tempo.

Por curiosidade, experimentei uma daquelas "Bússolas Eleitorais", que não me deu novidade nenhuma.

E Domingo lá fui votar. Porque não via outra opção que não essa.

Estas eleições (ou os seus resultados) surpreenderam-me a vários níveis. Alguns mais óbvios, outros menos.

A abstenção continua a surpreender-me. E vai surpreender-me sempre. Não entendo. A sério que não entendo quem tem a possibilidade de ir votar, de mostrar a sua opinião, de expressar o seu desejo, e opta por não o fazer. Quem opta por se desresponsabilizar do que se passa no país. Não entendo. Não é por mal. E se houver por aí alguém que me queira tentar explicar, a caixa de comentários ou a de email estão à disposição. Porque eu gostava de conseguir perceber.

A vitória do PS não me surpreendeu. Obviamente, não me surpreendeu. Preocupou-me, mas não me surpreendeu.

O que também me surpreendeu foram os três novos partidos com assento parlamentar! Escusado será dizer que o facto de o Chega ter conseguido um deputado me surpreendeu e preocupou. Que país é este que quer um partido destes no Governo? Mais uma vez, aceito quem me explique... Já a eleição de um deputado do Iniciativa Liberal e uma deputada do Livre, a que se juntam mais deputados do PAN, é algo que vejo com muito bons olhos. Ainda que a deputada do PSN por Setúbal saiba menos do programa eleitoral deles do que eu, mas é o que temos... 

Precisamos de mais diversidade no parlamento. Precisamos de novas ideias, de sangue novo. Independentemente de concordar com muito ou pouco do que cada um destes partidos defende, acho que é bom que o poder não esteja tão concentrado nos dois do costume. Há muitos países por essa Europa fora em que os dois maiores partidos têm menos poder, estando o mesmo mais distribuído por partidos mais pequenos, o que acaba por resultar.

Estou curiosa para ver o que aí vem. Já há quem diga para se reservarem as suites do Ritz para os amigos da Troika voltarem... Espero que não, mas acredito que seja uma possibilidade. 

Espero mesmo estar enganada. Espero mesmo que estas novas presenças em São Bento consigam abanar as águas, por pouco que seja. Espero que este país se endireite, e possamos ter a qualidade de vida que merecemos. Ou será que não merecemos? É que olhando para a taxa de abstenção, tenho as minhas dúvidas...

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Do meu estado actual...

Tenho no dia de hoje um lembrete no calendário do telemóvel que diz apenas e só "Inscrição São Silvestre".

Ora, eu não faço ideia a que é que isto se refere... 

Dado que já estou inscrita em duas (Lisboa e Corroios), que da dos Olivais ainda não se sabe nada, e que não me lembro de mais nenhuma assim de repente, venho por este meio solicitar sugestões de São Silvestres para me inscrever... Talvez se faça luz neste pequeno cérebro e eu me lembre por que raio tenho este lembrete.

(isto anda tão bom que eu já só funciono com o telemóvel e a respectiva agenda para combinar o que quer que seja, mas, pelos vistos, nem assim...) 

De Chamonix VI... - Tramway du Mont-Blanc, Brévent e a partida do UTMB...

Sexta-feira era o nosso último dia útil em Chamonix, dado que no Sábado tínhamos de ir para Géneve pela hora de almoço.

Sexta-feira era também o dia do pós-prova dele, pelo que queríamos um dia relativamente calmo, só mesmo para acabar de aproveitar o que ainda não tínhamos visitado.

Começámos o dia a tomar um pequeno-almoço numa padaria perto da casa da Heidi, por onde costumávamos passar e víamos sempre cheia. Rapidamente percebemos o motivo.


De barriga (bem) cheia, fomos até Saint Gervais (nos 850 metros de altitude), onde íamos apanhar o Tramway du Mont-Blanc, para fazer o seu trajecto na quase totalidade, já que na terça-feira tínhamos feito apenas uma muito pequena parte entre o Col de Voza e Bellevue. Agora, iríamos até ao Nid d'Aigle, nos 2380 metros.


O percurso demora cerca de uma hora, é sempre a subir, e tem partes verdadeiramente inclinadas e assustadoras

Mas é incrivelmente bonito! Vamos por ali acima, vamos vendo o vale cada vez mais pequeno lá em baixo, e à nossa volta as paisagens são incríveis!






Lá de cima saem, como sempre, muitos e variados trilhos, que devem ser incríveis, mas que terão de ficar para uma próxima oportunidade... Há um trilho que desce junto ao Glacier de Bionnassay (aquele que vêem atrás de mim na foto acima), que deve ser verdadeiramente espectacular! Ficou na lista, para ser feito um dia... 

Depois de uma volta para ver as vistas, voltámos a apanhar o tram para descer tudo outra vez.


Fomos em direcção a Chamonix, onde fomos almoçar a um sítio absolutamente decadente: o Cool Cats, um sítio muito trendy, de cachorros quentes artesanais, com mil opções, cada uma mais gordurosa do que a anterior...



Eu optei por um com salsicha vegetariana e... Ovo estrelado! Nunca tinha visto, muito menos comido, um cachorro quente com ovo estrelado. Mas, afinal, é possível!

Depois disto, restava-nos o último passeio: queríamos subir o teleférico até Planpraz (nos 2000 metros), e aí apanhar outro que nos levaria até Brévent (nos 2525 metros). Esta subida era do lado do Grand Balcon Sud, do mesmo lado onde tínhamos andado Domingo, e de onde teríamos vista para o Mont-Blanc e o Aiguille du Midi. Teríamos... Se o tempo o permitisse.




A subida até Planpraz foi tolerável, mas meio assustadora... O facto de o tempo não estar grande coisa, não ajudava, mas vimos muitos loucos a subir pelos trilhos a pé, mesmo por debaixo do teleférico, numa subida terrivelmente inclinada.



Subimos até Brévent, de onde a vista para o vale era incrível, e começámos a ver o tempo a piorar cada vez mais. O Mont-Blanc estava tapado, e tínhamos a clara sensação de estar no meio das nuvens, que parecia que estavam mesmo ali ao nosso lado...


Alguém andou todo o dia a passear o seu boné de finisher do OCC...




Não cheguei a perceber bem porquê, mas em Brévent senti-me verdadeiramente desconfortável. Estávamos numa altitude bastante elevada, com grandes escarpas à nossa volta, eu não me sentia segura, o tempo estava cada vez pior, e à minha volta só via dezenas de corvos. A sério. Eu só me lembrava do filme do Hitchcock. Estava mesmo a sentir-me mal e acabámos por não ficar lá muito tempo.




Nas duas imagens anteriores, uma fotografia de um mapa que lá estava e a fotografia real do que se via dali, dá para perceber bem o caminho que tínhamos feito na segunda-feira, do Plan de l'Aiguille até Montenvers e ao Mer de Glace, no Grand Balcon Nord.


Foi giro ver o outro lado do vale, que foi, mas eu só queria mesmo sair dali. Apanhámos o teleférico até Planpraz, e depois o outro teleférico até lá abaixo, e durante esse percurso começou a chover imenso e começaram também trovões... Mal saímos do teleférico, abrigámo-nos debaixo de um telheiro, porque estava a chover mesmo muito. Poucos minutos depois, pararam o teleférico. Pararam-no, simplesmente. Com pessoas lá dentro! Eu só imaginava o que seria se tivéssemos apanhado o teleférico uns minutos mais tarde e o tivessem parado connosco lá dentro, no meio de chuva e trovões... A sério. Eu não nasci para estas coisas!...

Eventualmente, a chuva acalmou, e fomos em direcção a Chamonix, porque queríamos assistir à partida do UTMB.



Que mar de gente! Que emoção! Que loucura! Tanta gente, de tantos países, com tantos objectivos e sonhos diferentes... Em Chamonix só se respirava UTMB. Em toda a parte atletas, apoiantes, habitantes e visitantes, toda a gente focada no início da prova. Quisemos encontrar um sítio para assistirmos ao início da prova, e nem isso foi fácil. As ruas estavam completamente cheias de gente! Eram corredores infinitos de pessoas a bater palmas e a gritar palavras de incentivo. Nunca tinha visto nada assim!


Foi muito bom assistir a esta partida, bater palmas a todos aqueles heróis, e ficar ali a torcer por eles, para que pudessem chegar ao fim daqueles 171km.



Saímos de Chamonix de coração cheio, com um pequeno abastecimento de macarons, e voltámos à casa da Heidi.

Neste dia jantámos com a minha amiga porto-riquenha e a sua filha (que também foi finisher do OCC!), e acabámos por ficar horas na conversa, até sermos (literalmente) expulsos do restaurante. É incrível como a corrida nos aproxima de pessoas da outra ponta do mundo, e podemos estar horas a trocar experiências de provas, de vida, de viagens... Ficou o convite para virem a Portugal, quiçá, participar em alguma das nossas provas!

Fomos dormir, já bem tarde, e já com saudades de Chamonix...

Os devaneios Agridoces mais lidos nos últimos tempos...