Está um pato no Rossio. Um pato gigante e amarelo. E eu só queria ficar ali a olhar para ele...

Está um pato no Rossio. Um pato gigante e amarelo. E eu só queria ficar ali a olhar para ele...
O mais que tudo faz anos em breve.
Eu, provavelmente pela primeira vez na vida, estou completamente à nora quanto ao presente a oferecer.
À hora de almoço resolvi ir enfiar-me na Sport Zone a ver raquetes de ténis.
Podia dizer que parecia um boi a olhar para um palácio. Mas foi pior do que isso. Muito pior. Pior ao ponto de eu própria me sentir desconfortável com o meu ar ignorante.
A crise não ajuda a dieta. Mesmo.
Cenário: Pingo Doce.
Factos: Croissant com queijo custa 1.20€. Croissant com chocolate custa 0.59€.
Percebem o drama existencial?
Chega esta altura e, já se sabe, anda tudo doido com as dietas. São as colegas, as amigas, a blogoesfera. O mundo em geral.
Eu também aderi à moda. Lamentavelmente, e para fúria de quem me rodeia, a minha dieta resume-se a: acabar com as 10/12 bolachas que comia todas as manhãs e todas as tardes; obrigar-me a fazer render um pacote de gomas durante três dias (em vez de o comer todo de uma vez); cortar no gelado à hora de almoço (mas não me coibir de o comer à noite, se me apetecer); comer mais fruta e iogurtes, e menos porcarias.
E sofro. E tenho fome. E não páro de pensar em bolos e porcarias afins!
Mas tenho de ser forte.
Ainda que o namorado me diga para ter juízo e que me manda dar uma curva se eu me ponho a perder peso (se calhar, tem algum fetiche por pequenas lontras e eu não sei...).
Um dia destes peso-me. Só para registo e para saber se valeu a pena abdicar das gomas, dos gelados e das bolachas.
Estou a ler um livro em que uma das personagens principais tem como constelação preferida a mesma que eu: Oríon.
Ontem andei feita mete-nojo a exibir o meu Sundae de caramelo da hora de almoço no Facebook.
Há bocado perguntaram-me se estou grávida.
Escusado será dizer que não volto a tocar num Sundae nos próximos tempos.
Esta manhã na M80 discutia-se o que levar para um bunker em caso de necessidade de ficar fechado num por dois meses. Só se podiam escolher cinco coisas, e podiam escolher-se pessoas. Como nunca na vida tinha ouvido falar na opção pessoas, resolvi ignorá-la e escolher os cinco objectos que levaria comigo:
- um álbum com fotografias das minhas pessoas;
- um mp3 com as minhas músicas (certamente que o bunker seria moderno e teria electricidade!);
- um canivete suíço (homenagem ao meu pai);
- um livro de Saramago (ainda teria de pensar bem qual, que isto não é decisão fácil!);
- e uma caixa de chás gigante! Ahahah!
Este tipo de jogos são sempre ridículos, e achamos sempre que isto nunca nos vai acontecer. Mas a verdade é que todos os dias, a toda a hora, tomamos decisões sobre o que fica e o que parte da nossa vida. Sobre o que é realmente importante e sobre o que jamais teria lugar no bunker.
E vocês? O que não poderia faltar no vosso bunker.
O senhor que vai ao meu lado no comboio tem um kindle. Um kindle inteiro, só dele. Eu limito-me a uma aplicação do mesmo no telemóvel e a sonhar com o dia em que terei o meu.
Ou isso ou posso acreditar que isto é um sinal... É, não é?
Uma pessoa abandona a casa-de-banho por momentos e quando regressa depara-se com a ocupação do lavatório...