segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Da São Silvestre de Lisboa e da São Silvestre dos Olivais...

Duas provas completamente diferentes, duas provas especiais e imperdíveis para mim. O ano passado também fiz as duas, mas calhou que o ano passado fosse primeiro a dos Olivais e depois a de Lisboa, ao contrário do que aconteceu este ano. Acho que prefiro como foi este ano, com a de Lisboa primeiro, e a dos Olivais, mais exigente, depois. 

A São Silvestre de Lisboa fez jus ao mote da HMS Sports "correr para ser feliz". Porque fui feliz. Mesmo quando não fui. Mesmo quando roguei pragas ao empedrado da Ribeira das Naus (nunca me hei-de habituar àquilo e nunca hei-de fazer a Maratona de Lisboa que ninguém merece levar com aquilo na recta final de uma Maratona). Mesmo quando tive de ir buscar forças ao fundo do meu ser para não vacilar e parar de correr ao longo da interminável Avenida da Liberdade. Mesmo quando gente tonta decidia atravessar a estrada de qualquer maneira, obrigando-me a extraordinários passos de dança para não chocar com ninguém. Mesmo quando tive dores nas coxas. Eu fui feliz.


E também fui feliz graças ao tão mal afamado turismo que invade Lisboa. É que se não fossem os espanhóis a gritar "Venga! Ânimo!", pouco mais se ouvia nas ruas da baixa e afins... É triste, mas dos portugueses o que mais ouvi foi queixas por quererem atravessar as estradas e não poderem. Ainda estamos a anos-luz do que se passa no nosso país vizinho, no que a este aspecto diz respeito... 


E fui feliz mesmo tendo feito o meu segundo pior tempo nesta prova. Mas fui feliz porque fiz menos 5 minutos do que nos 10km dos Descobrimentos, há menos de um mês atrás. Ter conseguido tirar 5 minutos ao meu tempo deu-me a esperança de que eu precisava, deu-me ânimo, deu-me motivação para continuar a treinar, porque os resultados hão-de aparecer. Basta saber esperar.

Foi a minha quarta São Silvestre de Lisboa. Esta foi a primeira prova a sério que eu fiz. E não deixa de ser um sentimento curioso, este de estar a fazer pela quarta vez a minha prova. Eu, pessoa que nos últimos 15 anos fez pouco ou nenhum desporto, agora até já participo em provas em 4 edições seguidas!... Talvez haja esperança para o Mundo, afinal!...

E como não podia deixar de ser, fui à São Silvestre dos Olivais. É uma prova com a qual simpatizo bastante, é uma prova pequena, de bairro, com muito apoio nas ruas, e que tem aquela vantagem de me permitir ir a pé de casa. Como não ir, certo?!

Claro que fui, sabendo que não podia pensar em grandes objectivos. Não tenho treinado grande coisa, continuo numa recuperação lenta, tenho andado com dores chatas e um desconforto incomodativo, e a prova não é exactamente fácil. Mas fui, disposta a fazer o que fosse capaz. 

E fui capaz de fazer apenas mais 1 minuto e 12 segundos do que na véspera! E isto, para mim, foi extraordinário. Sobretudo, porque não fui capaz de fazer a prova toda a correr. 


Fiz os primeiros 5km sem parar, mas depois começou a fase das subidas demoníacas e eu tive de começar a alternar corrida e caminhada. Sem culpas, sem frustrações. A ouvir o meu corpo e a saber que o que importava era chegar ao fim. E cheguei. E ainda acelerei no último quilómetro com as forças que me restavam.


E fui feliz outra vez. Porque "correr para ser feliz" faz mesmo todo o sentido.

Em 2019, corram para serem felizes! 

sábado, 29 de dezembro de 2018

Da animação que é viver com um daltónico... - I

Já há muito tempo que queria ter criado aqui esta rubrica. Fui adiando, adiando, adiando, mas hoje achei que não dava mais. 

Depois da São Silvestre de Lisboa, e do banho tomado, saímos para jantar sushi (muita proteína!), e quando chegámos começámos a ver as fotos da prova. A dada altura, dá-se o seguinte diálogo:

Ele - Foi giro eles terem dado medalhas cor-de-rosa às mulheres este ano.
Eu - Não foi só às mulheres. Foi a toda a gente.
Ele - Não, não. Foi só às mulheres.
Eu - Não foi nada, foi igual para todos.
Ele - Mas a minha não é cor-de-rosa.
Eu - Não? Então é de que cor?
Ele - É verde.

Foto da organização.

Certo.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Do estado deste blogue, do Natal e das ilhas desertas...

Este blogue ficou entregue ao abandono. Não é por mal. Não é exactamente por falta de tempo, ainda que ele não abunde por aqui. Não é que não tenha nada para dizer, que não me apeteça, ou não me lembre dos mais variadíssimos posts ao longo do dia.

Não tenho escrito porque queria escrever sobre o Natal e não quero escrever sobre o Natal. Pois. Se escrever sobre o Natal, corro o risco de dizer coisas que não devia dizer. E eu não quero dizer coisas que não devia dizer. 

O Natal passou-se. Foi mais um. Mais um que me deixou a pensar na forma como vivo o Natal que não é a forma como gostaria de viver o Natal. Mas também me deixou a pensar em expectativas. Em gestão de expectativas. Não posso esperar que os outros vivam o Natal da mesma forma que eu. Não posso esperar que os outros valorizem o mesmo que eu. Não posso esperar que os outros sejam como eu gostaria que fossem. Talvez não possa esperar nada, para garantir que não exijo demasiado dos outros nem vejo as minhas expectativas defraudadas.

Neste Natal, à semelhança do que se passou no ano passado, pedi que não me dessem presentes e que doassem o valor que gastariam comigo a alguma associação que dele mais precisasse. Também não dei presentes aos adultos, apenas presentes de comer, feitos por mim. Doei dinheiro a quem dele precisa. Para mim, é o que faz sentido. 

O único presente que eu queria verdadeiramente este Natal, era ter a família toda junta. A que está viva, pelo menos. Mas isso não aconteceu. E não me apetece dizer mais nada sobre o Natal.



Para o ano talvez o passe numa ilha nas Caraíbas. Só ainda não escolhi qual. 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Do meu estado actual...


A caminho do escritório, com um saco cheio de saquinhos destes. 

Se me quiserem ter como colega, avisem e eu envio o CV. 

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Das boas notícias pela manhã...



É oficial: daqui a 8 meses e uma semana estaremos em Chamonix. Eu em modo chearleader, ele em modo cromo a subir pelo Monte Branco acima. Não é fácil perceber qual dos dois está mais entusiasmado! 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Das coisas que saem da minha cozinha... - XX

Os últimos tempos na cozinha têm sido pautados pelo modo preguiça. Pouco ou nada faço. Quando faço, não me apetece fotografar e partilhar.

Mas o Natal aproxima-se... E eu testo receitas, eu preparo presentes, eu faço sobremesas para levar para almoços e jantares.

Assim sendo, sai a modos que uma compilação dos meus últimos cozinhados...


Bolachas de chocolate e manteiga de nozes pecan caramelizadas. Adaptei a receita da Joana Macieira daqui, e aproveitei para despachar uma embalagem destas da Prozis, que andava por aqui perdida (e que ninguém ia comer porque aquilo não é grande coisa, convenhamos...). Já fiz estas bolachas na versão original e são ma-ra-vi-lho-sas.


Já não me lembrava do quão divinal pode ser um bom curd. Este lembrou-me disso e deu-me vontade de o comer. Todos os dias. À colher. Como tenho algum (pouco) auto-controlo, tento disfarçar, e ainda hoje de manhã comi-o com as panquecas. Sempre parece menos mal. Receita daqui.


A razão pela qual fiz o curd foi para poder fazer esta torta. E a combinação fez sucesso! Apesar de eu ter sido uma desgraça a enrolá-la, e de ter deixado o curd escorrer por todo o lado, incluindo pela bancada e pelos móveis da cozinha abaixo... Foi um processo duro e difícil, mas valeu a pena!



Claro que depois do curd, fiquei com claras perdidas... E decidi fazer então, pela primeira vez, o famoso bolo de claras da Bimby. Já não sei que receita usei, porque vi várias e acabei por inventar. Não fiquei maravilhada, mas bastou juntar-lhe o curd de maracujá, e ficou logo muito melhor! (não, não há aqui nenhuma obsessão com o curd...)


E já a dar início à produção dos presente de Natal, voltei a fazer granola caseira. Gosto muito desta receita. Não só por ser simples, mas por ser fácil de adaptar aos frutos secos que tenho em casa.

Há bocado andei a preparar mais coisas para o Natal, mas (ainda) não fotografei. Os próximos serões serão dedicados à culinária, para ter tudo pronto a tempo... Diz que falta uma semana, não é verdade?

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Dos dramas que afligem a minha vida...

Pessoa não gosta de confusões. Pessoa não gosta de festivais. Na verdade, pessoa não gosta de pessoas o que a leva a evitar todos os aglomerados das ditas.

Pessoa começou o dia a saber que o Thom Yorke vem ao Alive e o Father John Misty ao Paredes de Coura.

Pessoa tem decisões difíceis para tomar.


(escrito directamente da lavagem automática, porque a pessoa tirou o dia de férias para fazer coisas tão interessantes como lavar o carro... A vida glamourosa das bloggers é só para algumas... ) 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Da Meia Maratona dos Descobrimentos...

Foi há precisamente 2 anos que fiz a minha primeira Meia Maratona dos Descobrimentos. E única, até ver. Desde então, passaram muitas e muitas provas de estrada, mas aquela continua a ser a minha pior prova de estrada de todos os tempos. O relato que fiz na altura não ilustra nem um décimo do quão difícil a prova foi para mim. Estava numa altura complicada da minha vida, não tinha tempo para treinar, a minha cabeça estava num pequeno caos, e a chuva torrencial soou-me a castigo dos deuses enviado especialmente para mim. Não sei como, mas cheguei ao fim. Com o meu pior tempo de sempre numa meia, mas cheguei ao fim.

Mas aquela meia não representa apenas a minha pior prova de estrada. Aquela meia representa também o início do melhor que me aconteceu nos últimos anos.

Foi naquela meia que o vi pela primeira vez. No Terreiro do Paço. Eu a sair do Terreiro do Paço em direcção a Santa Apolónia, com ainda muitos quilómetros pela frente, ele já a voltar para trás, a entrar no Terreiro do Paço, para ir em direcção ao Rossio. Não foi combinado, mas se fosse acho que não corria tão bem. Foi pura coincidência que nos tivéssemos cruzado ali. Se eu tivesse sido (ainda) mais lenta, não o teria visto. Talvez aqui conte um dia como nos conhecemos, mas fica o registo de que foi naquela prova, naquela esquina, que eu o vi pela primeira vez.

E foi por causa do sabor agridoce que aquela prova me deixou, com esta mistura entre o pior e o melhor que já me aconteceu, que eu achei que devia voltar a fazer a prova, para que ela se enchesse de boas recordações, e eu pudesse fazer as pazes com aquele dia de temporal. 

Fiz a inscrição há uns meses, ainda não tinha voltado a correr, arrastando uma das BFF comigo. A minha recuperação foi o que se sabe, ela também não tinha treinado, e achámos sensato alterar as inscrições para os 10km. E foi. Profundamente sensato.

E foi assim que Domingo fiz o meu regresso aos 10km. O meu único objectivo nesta prova era muito claro: fazer 10km a correr sem parar, fosse a que ritmo fosse. Ora, isto pode não parecer muito mas a última vez em que eu tinha corrido 10km sem parar tinha sido... No dia 22 de Abril, na Maratona de Madrid. Assim, 7 meses depois, foi de facto um feito enorme para mim voltar aos 10km e, apesar do tempo miserável que fiz, não pude não me sentir muito feliz e orgulhosa quando cortei aquela meta.

O único problema é que deixei de ter desculpa para andar armada em lontra, a inventar desculpas e a dizer que não consigo correr mais do que 6 ou 7km de cada vez... Parece que agora é a sério, e é bom que eu treine, que diz que até ao fim do mês tenho 4 provas (talvez 5), e daqui a menos de 2 meses tenho o meu regresso à ilha!... 

Os devaneios Agridoces mais lidos nos últimos tempos...