segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Porque não custa mesmo nada!...

O facto de se demorar quase três horas para conseguir alterar a morada na carta de condução tem as suas vantagens. A sério que tem. Temos de ver sempre o lado positivo das coisas.

Neste caso, o lado positivo foi que, depois de levantarmos o cartão do cidadão, e enquanto eu esperava pela minha vez para ser atendida para tratar da carta, o marido foi dar sangue.

Culpa minha. Eu, que sou terrivelmente manipuladora, e que já o tinha convencido a irmos ao Pulido Valente para se inscrever como dador de Medula Óssea, lá o convenci a ir dar sangue na unidade móvel que estava parada à porta da Loja do Cidadão. Já que eu não posso dar, tenho para mim que a minha missão é convencer quem pode, a dar. E lá disse que todos devíamos dar, que não custa nada, e que se algum dia alguém da família precisasse, todos nos íamos arrepender de não ter começado a dar mais cedo. Hoje pelos outros, amanhã por nós. E ele lá se mentalizou, mesmo com o pavor a agulhas e sangue e tudo. E deu sangue, pela primeira vez. E eu fiquei inchada de orgulho, e apetecia-me andar a dizer pela rua fora a toda a gente que o meu marido tinha dado sangue. E não só tinha sobrevivido, como não lhe tinha custado nada!

É que não custa mesmo nada! Eu sempre me habituei a ver o meu pai a dar sangue quatro vezes por ano. Teve direito a uma medalha entregue pelo Secretário de Estado da Saúde e tudo, pelas 75 doações! E eu sempre fiquei terrivelmente frustrada por não poder dar. Acho que é um desperdício. Eu com tanta vontade, e sem puder dar! E entristece-me que haja por aí tanta gente saudável que podia dar e não dão porque não querem saber. "Tenho medo", "Não gosto de agulhas", "Não tenho tempo", ... Balelas (palavra interessante, esta)! É fácil dizer-se que se tem medo de agulhas, mas se algum dia se precisar de uma transfusão de sangue, vai-se agradecer por nem todas as pessoas serem cobardes, e por terem esquecido o medo das agulhas, e terem dado sangue. Se eu fosse "presidenta", era obrigatório dar sangue. E tenho dito. 

1 comentário:

  1. Finalmente alguém com a minha opinião! Se eu fosse "presidenta" também era obrigatório ser dador de sangue e de medula! Venham cá com histórias que a nossa liberdade acaba quando começa a dos outros... a questão é que não depende de nós ficarmos doentes e precisarmos dessa ajuda. Mais, ela nunca nos será negada!

    Assim, se é um direito recebê-la, deveria ser uma obrigação dá-la!

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