Esta Maratona foi, também, a Maratona das Pessoas.
Esta foi uma viagem que eu não sei se teria sido capaz de fazer sozinha.
Durante os treinos, tive a Fabiana e o louco mais louco do que eu. À sua maneira, e em momentos diferentes, cada um deles puxou por mim e deu-me ânimo, quando ele me faltou. Lamentavelmente, esta era para ter sido a estreia da Fabiana, e foi para isso que nos inscrevemos as duas, mas o corpo dela fez greve e entendeu que ainda não era desta. Será numa próxima, com certeza. Ela desistiu da prova mas não desistiu de me acompanhar na minha preparação, e não sabe a diferença que me fez! Foram horas e horas de partilha, de desabafos, de conselhos e de incentivos.
Já durante a prova, do lado de fora, a Fabiana, a Sofia, e tantas outras pessoas, deram-me forças e ânimo. Recebi mensagens do meu Pai e delas durante a prova. Ri-me. Emocionei-me. Roguei pragas à Fabiana quando ouvi a primeira mensagem dela, que me deixou de lágrimas nos olhos. Como se não fosse difícil que chegasse uma pessoa fazer uma Maratona, ainda tem de gerir sentimentos e emoções e não se enrolar num canto a chorar baba e ranho. Nas ruas, os incentivos, os cartazes, as palmas. Dos desconhecidos, que me davam palavras de ânimo, que me incentivavam a continuar, que faziam uma festa enorme só por eu ser mulher.
Do lado de dentro da prova, as caras conhecidas, as caras menos conhecidas. As outras mulheres, poucas, tão poucas. Os sorrisos de solidariedade. O Sr. Arlindo (que já fez mais um trail, entretanto), a D. Helena, companheiros daquelas rectas infinitas quando o Sol teimava em queimar-nos e vergar-nos. E o João. O João Lima. Que diz que eu o arrastei nos últimos 2 quilómetros, mas que não sonha que me arrastou durante os 16 primeiros. Que fez com que eu tivesse quase vergonha de pensar sequer em seguir em direcção à meia, e não em direcção à Maratona. Que me tem dado dicas e conselhos preciosos nestes últimos anos. Que nos enriquece a todos nós com a sua partilha de experiências.
Antes, durante e depois, o louco mais louco do que eu. Que me espicaça, que me provoca, que me manda treinar, que me chama de lontra (há dorsais que o provam...). Mas que me dá força quando ela me falta, que me dá confiança quando eu quero desistir, que me dá colo quando eu só preciso de um abraço, que tem uma paciência infinita para fazer treinos lentos (tão lentos!) comigo, que espera uma eternidade por mim no final das provas.
Sim, esta Maratona foi, também, a Maratona das Pessoas. Porque fazê-la sozinha não teria nem metade da graça!
Sem os outros com quem partilhar e compartilhar todos os momentos e emoções, a coisa não teria a mesma graça, não é? :)
ResponderEliminarBeijinhos
Não teria mesmo :) Curioso como em trail gosto de andar sozinha, e em estrada nem por isso :) Manias!
EliminarBoa semana :)
Sei bem do que falas … transformar todo esse apoio que recebemos em motivação extra é meio caminho andado :)
ResponderEliminarPois é! E, por vezes, é mesmo o que pode ditar todo o decurso de uma prova! O apoio certo na altura certa, faz os quilómetros passarem mais Depressa e tudo :)
Eliminar