Uma fotografia de uma fotografia. Conta?
Aproveitando o dia de férias, andámos em modo limpezas e arrumações por aqui. Eu andei a arrumar mais uma caixa de livros nas estantes do escritório, e dei comigo a folhear o meu álbum de bebé. Já tinha pensado fazê-lo, para ver se encontrava fotografias da casa onde vivi quando era bebé em Santa Maria. E encontrei algumas, como esta.
Não sei quantos anos tem esta fotografia, mas quase tantos como eu... Devia ter um ano, mais ou menos. Não sei ao certo e sou terrível nestas adivinhações de idades.
Esta fotografia foi tirada à porta da casa onde eu vivi nos primeiros anos de vida, em Santa Maria, num bairro perto do aeroporto. Era um bairro residencial mas também com construções de apoio ao próprio aeroporto, construído pelos americanos nos anos 50, se não estou em erro. As casas deste bairro eram muito particulares, pelo seu formato semi-circular e por serem em chapa. Não encontrei fotografias de jeito por essa internet fora, mas espero conseguir lá ir fotografá-las daqui a uns dias e hei-de partilhá-las por aqui.
Claro que andar a vasculhar pelo meu álbum não foi apenas recordar a casa onde vivi. Foi também rever caras e momentos, dos quais não tenho memória, obviamente. E foi também rever a minha mãe.
Ao olhar para aquelas fotografias, para as primeiras fotografias no hospital depois de ter nascido, as fotografias do primeiro banho, as fotografias do meu baptizado, as fotografias do primeiro postal de Natal com o meu irmão, as fotografias do meu primeiro aniversário, as fotografias de momentos mais ou menos banais do meu dia-a-dia, eu não pude deixar de me perguntar quando é que a vida nos mudou, quando é que a vida nos separou, quando é que deixámos de ser mãe e filha.
Não sei o que dizer 😢
ResponderEliminar:*
EliminarHá uma frase que gosto muito que diz "Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas qualquer um pode recomeçar agora e fazer um novo fim."
ResponderEliminarTalvez seja melhor isso, não pensar nos ses, nos porquês e nos quandos com angústia. Pensar na experiência com um sentimento de esperança. Esperança de que aquela aprendizagem nos sirva como suporte e exemplo no futuro, para nossa própria felicidade e dos que nos rodeiam :)
Um grande beijinho
Eu sei que tu percebes isto melhor do que ninguém... Mas sou forçada a discordar com essa frase, neste contexto. Porque já não é possível fazer um novo fim, depois do fim que houve..
EliminarOlha, não ligues. São dias!
Um beijinho e obrigada pelas tuas palavras!
Eu diria que tinhas uns 9/10 meses... Mas eras bem expressiva...
ResponderEliminarquanto ao resto, não sei o que diga mas provavelmente não foi algo do dia para a noite, foi acontecendo sem que desses por isso (provavelmente)...
É possível :)
EliminarFoi acontecendo, sim... Talvez tenha havido algum momento de viragem, mas não sei ao certo qual.
Em relação à foto... eras bem rechonchuda mas estavas com cara de poucos amigos. Estavas na fase agri? :)
ResponderEliminarUm beijinho
O mau feitio já ven de nascença! Ahahah :)
EliminarBem, não sabendo exactamente todo o contexto em que viveste, o que posso dizer é que ser mãe é um arrombo na nossa vida, uma sensação de irreversibilidade incrível. E pode ser reconfortante, mas também pode ser um pânico assustador, ou então andas ali a navegar nos dois extremos. Talvez algo já a inquietasse e não fosse visível. Não sei o que dizer.
ResponderEliminarMuitas vezes tenho o pensamento aterrador "e se o meu filho não for boa pessoa?" ou algo do género? Até um serial killer começou a vida como um bebé fofinho, quando é que estas coisas realmente despoletam? Será que as podemos mesmo evitar? Será apenas um momento? Ou muitos momentos juntos? Não há como saber, apenas dar o nosso melhor...
Talvez algumas pessoas não nasçam para terem filhos. Talvez...
EliminarNão imagino o que seja essa sensação. Acho que só podes mesmo fazer isso: fazer o que achas correcto, dar-lhe o melhor que puderes e conseguires, e esperar que corra tudo bem. E não tenho dúvidas de que vai correr :)