quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Das fotografias que dão alegria... - Day 30


Vem com um dia de atraso, mas não faz mal. 

Vou para Santa Maria com esta tralha toda atrás. Não porque vá usar tudo, mas porque não me apeteceu tomar decisões difíceis à meia-noite. Em caso de dúvida, levo a casa toda atrás e lá logo decido.

As gomas vão comigo, de certeza, que uma das razões pelas quais eu corro é para ter desculpa para as comer. 

E estão a ver aquele gel da GU? Vai ser a minha salvação quando chegar para aí ao quilómetro 15, estiver farta daquilo e me apetecer desistir. 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Das fotografias que (não) dão alegria... - Day 28


Uma fotografia de uma fotografia. Conta?

Aproveitando o dia de férias, andámos em modo limpezas e arrumações por aqui. Eu andei a arrumar mais uma caixa de livros nas estantes do escritório, e dei comigo a folhear o meu álbum de bebé. Já tinha pensado fazê-lo, para ver se encontrava fotografias da casa onde vivi quando era bebé em Santa Maria. E encontrei algumas, como esta.

Não sei quantos anos tem esta fotografia, mas quase tantos como eu... Devia ter um ano, mais ou menos. Não sei ao certo e sou terrível nestas adivinhações de idades.

Esta fotografia foi tirada à porta da casa onde eu vivi nos primeiros anos de vida, em Santa Maria, num bairro perto do aeroporto. Era um bairro residencial mas também com construções de apoio ao próprio aeroporto, construído pelos americanos nos anos 50, se não estou em erro. As casas deste bairro eram muito particulares, pelo seu formato semi-circular e por serem em chapa. Não encontrei fotografias de jeito por essa internet fora, mas espero conseguir lá ir fotografá-las daqui a uns dias e hei-de partilhá-las por aqui.

Claro que andar a vasculhar pelo meu álbum não foi apenas recordar a casa onde vivi. Foi também rever caras e momentos, dos quais não tenho memória, obviamente. E foi também rever a minha mãe.

Ao olhar para aquelas fotografias, para as primeiras fotografias no hospital depois de ter nascido, as fotografias do primeiro banho, as fotografias do meu baptizado, as fotografias do primeiro postal de Natal com o meu irmão, as fotografias do meu primeiro aniversário, as fotografias de momentos mais ou menos banais do meu dia-a-dia, eu não pude deixar de me perguntar quando é que a vida nos mudou, quando é que a vida nos separou, quando é que deixámos de ser mãe e filha.

domingo, 27 de janeiro de 2019

Dos Trilhos de Lousa...

Foi há uma semana que fiz os Trilhos de Lousa, no meu regresso às provas de trail, depois de mais tempo do que seria razoável ou do que eu gostaria...

A escolha desta prova foi uma escolha muito prática: era perto de casa, tinha uma distância curta simpática (12km), a prova não era cara (e o valor podia ser usado em compras da Prozis) e não chocava muito com o plano de treinos.

A organização não foi brilhante, lamentavelmente. A começar pelo levantamento dos dorsais, seguindo-se a hora de início da prova, passando pelos abastecimentos, e acabando na escassez do abastecimento final... Mas valeu a pena!

Chegámos em cima da hora (é o que dá ser tão perto de casa), levantámos os dorsais e eis que me deparo com isto...


É verdade... Tive de fazer o trail com um dorsal a dizer... Lontra! Para a próxima, trato eu das inscrições, está visto.

O início do trail longo foi às 10h, mas o trail curto, que no regulamento estava marcado também para as 10h, tinha sido adiado para as 10h30. Perante algumas reclamações, acabaram por começar às 10h20. Por um lado, foi bom, mas por outro houve alguma falta de informação oficial e coordenação, para que as pessoas se pudessem organizar... 


Lá começou a prova, sempre a subir, e lá fui eu. As pernas não respondiam, não queriam correr, já não se lembravam bem do que aquilo era e recusavam-se a fazer os movimentos que eu queria que elas fizessem... Mas lá fui.

Acabei por ficar mais para trás, no grupo dos mais lentos, o que se veio a revelar um pequeno problema...


Comecei a apanhar trânsito. Muito trânsito. Trânsito compacto e parado... 


Eu não sou pessoa de correr propriamente depressa (não sei se já tinham reparado), mas até eu comecei a desesperar com a lentidão a que estávamos a progredir. Ou a não progredir, dado o tempo que estávamos parados. 

As subidas não eram fáceis, eu sei. Para mini-pessoas como eu, menos ainda. E as descidas também tinham algumas dificuldades, eu sei. Mas estava a desesperar e em conversa com outros atletas fiquei a saber que o ano passado, nesta subida (fotos acima e abaixo), demoraram quase uma hora. Este ano não sei ao certo, mas talvez meia hora, pelo que até nem foi assim tão mau... Mas foi um exagero, até para mim!...


Quando vimos a meteorologia para esta prova, não estava prevista chuva. E eu estava muito contente com esse facto, porque me apetecia tudo menos chuva e lama, no meu regresso ao trail. Ainda assim, enfiei na mochila um corta-vento, just in case, porque queria ir de manga curta, e podia ter frio ou sentir falta de mais qualquer coisa. Pois que depois da subida infinita começámos a descer, o céu ficou mais escuro, e começaram a cair as primeiras pingas. E depois os primeiros pingos gordos, e depois mais e mais chuva. Estávamos ao quilómetro 5, mais ou menos, e com mais de uma hora de prova, quando eu pensei desistir. A prova estava a ser mais dura do que eu esperava e a chuva não estava a ajudar. Nesta fase, passei junto a um carro da organização, em que estava outra atleta a desistir e a dizer que não estava preparada para algo assim. Eu também não. Eu também não. Só pensava que se aquilo estava a ser assim até ali, com a chuva a sério que tinha começado entretanto, só ia piorar. Hesitei. Mas limitei-me a pousar a mochila no chão, vestir o corta-vento e seguir viagem. Esperavam-me umas descidas simpáticas, já bem enlameadas e perfeitas para cair. 

Enquanto descia só pensava no disparate que tinha sido levar aquele corta-vento. Aquele corta-vento tinha sido comprado no longínquo ano de 2016, para a famigerada Meia dos Descobrimentos, que quem fez nunca esquecerá, tal foi o dilúvio durante a prova. Eu, que corria há relativamente pouco tempo (foi a minha 2ª ou 3ª meia, já nem sei), fui em cima da hora à Decathlon comprar o corta-vento/impermeável mais barato que eles lá tinham, numa fase em que me recusava a gastar muito dinheiro em material de corrida, porque achava que era uma moda que a qualquer momento me ia passar (ainda hoje acho, na verdade, que isto de eu correr e gostar ainda é coisa que está por explicar...). E foi um disparate levá-lo porque ele é, de facto, muito fraquinho, e eu tinha recebido na véspera o novo que encomendei e que é bem melhor, mas que achei sensato não levar para estrear em prova. E não ia chover, lembram-se?... Pois que choveu, e muito. E eu tinha frio e estava desconfortável e só rogava pragas a mim mesma, pelas minhas decisões pouco inteligentes.

Ao mesmo tempo, perguntava-me por que raio é que eu sou capaz de gastar umas dezenas de euros num impermeável para correr, e não sou capaz de fazer o mesmo para comprar um sobretudo para usar todos os dias... Isto da corrida afecta-nos o cérebro, não é verdade? É que eu olho para o meu calçado e para os meus ténis e passa-se o mesmo. Alguém me explica?...

Bom, talvez seja hora de voltarmos ao trail... 

Lá vesti o corta-vento pouco impermeável, consegui não cair na lama, consegui ter os pés só mais ou menos ensopados, e lá fui eu.


Aqui já com sol, em modo Teletubby cor-de-rosa pela serra fora. Curiosamente, ia a sentir-me relativamente bem. O princípio da prova foi mesmo o mais duro, mas depois a coisa melhorou.


Encontrei esta foto por acaso, de uma participante que ia atrás de mim e a partilhou no evento da prova no Facebook. Tivemos de atravessar este mini-riacho e consegui não molhar os pés. Kudos para mim!

Do outro lado estava o abastecimento. E temos de falar sobre o abastecimento.

O abastecimento estava previsto, em regulamento, aos 8km. Eu sei que estas coisas são flexíveis. Sobretudo, em trail. Eu sei. A sério que sei. Mas fazê-lo só aos 9,3km? Ninguém merece!... Numa prova de 12km, pôr o único abastecimento aos 9,3km, é pouco equilibrado, parece-me... Mas... Isso nem foi o pior. E também não me chocou o facto de o abastecimento só ter água e isotónico. Nunca tinha visto nada assim, confesso, que a malta do trail gosta de comer. Mas tudo bem. Já tinham dito que seria só de líquidos, era só de líquidos. O que me chocou, mesmo mesmo, e que vai dar direito a um email para a organização, foi estarem a servir a água aos participantes em garrafas de um litro e meio de água. Talvez seja mania minha, talvez seja ilusão minha, mas na minha cabeça eu gosto de acreditar que a malta do trail tem uma maior consciência ecológica. Não sei. Talvez por andarmos no meio dos trilhos, no meio da natureza, no meio de serras, talvez por estarmos mais próximo da natureza, eu gosto de acreditar que também tomamos mais conta dela. Mas parece que não. Parece que alguém achou razoável gastar dezenas de garrafas de água para dar abastecimento a quem estava a correr. Também nunca tinha visto nada assim. E não gostei.


A prova seguiu-se, com um percurso interessante, com alguma dificuldade, com muito sobe e desce, com muita lama, com paisagens incríveis. Conseguiram fazer uma prova gira, aqui tão perto de Lisboa, e isso é de louvar!

Aqui já ia mais isolada, consegui soltar-me mais nas descidas, fazer as subidas num ritmo menos lento, e aproveitar os singletracks mais apertados como eu gosto (sozinha, só eu no meio da floresta de verde a envolver-me).


A prova acabou por ter quase 13,5km e o último quilómetro era sempre a descer, e aí aproveitei para me soltar e para me lembrar por que razão gosto tanto de trail. Cortei a meta com medo de ouvir chamarem-me Lontra (mas, vá lá, estavam a ver os nomes no computador e disseram o meu nome verdadeiro...), cheia de lama e com as pernas a escorrerem sangue, mas a sentir-me bem. Mesmo bem.

Fico sempre espantada com o mar de emoções que atravesso durante uma prova, sobretudo, de trail. Tenho momentos de desespero, momentos em que acho que não vou aguentar mais as dores (entre os gémeos a doer a subir, e as coxas a doer a descer, venha o diabo e escolha...), momentos em que me pergunto o que estou ali a fazer, momentos em que sinto uma sensação de liberdade incrível, momentos em que paro para contemplar as vistas à minha volta, momentos em que me sinto imparável. Felizmente, regra geral, a sensação no fim é sempre a mesma: sinto-me feliz e orgulhosa por mais um desafio superado.

Sei que para a semana vou sofrer, sei que ir fazer o que vou fazer é assim a modos que um meio disparate, sei que me vai custar, mas espero cortar aquela meta com a mesma sensação que senti a semana passada e que senti hoje depois do meu primeiro treino de 12km em estrada depois de muitos, muitos meses. Se conseguir chegar ao fim assim e sem me magoar, está o objectivo cumprido!

Perdoai o testamento, mas a pessoa agora escreve tão pouco, que quando escreve tem necessidade de escoar o stock de palavras acumuladas.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Das fotografias que dão alegria... - Day 24


Viajar. Muito. O mais possível. E falta apenas uma semana para regressar à ilha e para me ir perder nos seus trilhos. Apenas e só para saber que me vou encontrar quando cortar a meta. 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Das fotografias que dão alegria... - Day 23


Em 95% dos dias, o meu pequeno-almoço tem aveia. Podem ser papas de aveia, panquecas de aveia ou até scones de aveia. Mas tem de haver aveia. Foi um hábito que adquiri nos últimos anos, quando comecei a preocupar-me mais com a minha alimentação, quando aboli o pão e a sandes comida a correr a caminho do trabalho. Também como (quase sempre) fruta. Ou com as papas ou panquecas, ou em forma de sumo. Mas como muita fruta. Talvez demais, até. E canela. E gengibre (que junto em pó à água morna com limão que bebo em jejum). Também como sementes com frequência. Talvez na esperança de ganhar as asas que teimam em chegar. 

Todos os dias somos bombardeados com informação sobre o que devemos ou não comer. Sobre o que é mais saudável. Que não é mais do que a moda do momento. No meio de tantas escolhas, acredito no bom senso. Acredito no equilíbrio. Acredito na variedade. Vou tentando fazer o melhor que posso. Vou, acima de tudo, tentando compensar.

Porque eu gosto mesmo é de comer. 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Das fotografias que dão alegria... - Day 17


Isto hoje vai assim a modos que aldrabado porque nem isto é uma fotografia, nem é da minha autoria. Mas é a imagem que marca o dia de hoje. 

Foi, finalmente, divulgado o percurso da Maratona da Europa. Como não conheço bem Aveiro, ver aquele percurso ou outro qualquer, não me diz grande coisa. Ainda assim, e pelo que já li, parece que não é tão mau como se chegou a temer.

Nao me preocupa muito, na verdade. Inscrevi-me sem pensar muito nisso e continuei sem pensar muito nisso. Não me inscrevi pelo percurso. Inscrevi-me por mil e um motivos diferentes, mas nenhum deles era o percurso. 

E faltam agora 100 dias para a Maratona da Europa. 100 dias. Muitos, para uns. Poucos, para outros. 

Esta manhã, enquanto fitava os carris do metro, dei comigo a pensar que não sei bem por que raio me meti nisto. Devia ter aprendido a lição à primeira, não? Pois que não. 

Se toda a preparação para uma Maratona é um carrocel, eu estou agora numa fase de pessimismo. A sensação que tenho é que ainda estou a voltar a correr, depois da minha paragem. Ainda não estou a treinar. Muito menos, a treinar para uma Maratona. 

Sei que são fases. Sei que as dúvidas são normais. Mas só espero conseguir voltar a treinar consistentemente rapidamente, para que volte algum ânimo e confiança. 




terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Do peso da felicidade...

A felicidade tem um peso. E não é um peso metafórico, como quem diz que a felicidade nos sobrecarrega os ombros ou que nos alivia a alma, consoante nos abandona ou nos agracia.

A felicidade pesa exactamente quatro quilos. Quatro quilos inteiros. Quatro quilos que se acumulam nas ancas, nas coxas, nas bochechas e até nos pulsos. São quatro quilos que fazem as roupas parecerem mais estreitas e as pernas mais pesadas. São quatro quilos que nos sugam o ar dos pulmões quando tentamos correr. São quatro quilos que não nos permitem sorrir quando nos vemos ao espelho.

Como é que eu, que nunca sei nada sobre nada, sei agora que a felicidade pesa quatro quilos quando se cria que a felicidade era algo intangível, impalpável, sem peso nem forma?

Foi uma constatação óbvia, na verdade.

Esta semana ele enviou-me uma mensagem com a primeira fotografia que tirámos juntos. A mesma que está numa moldura na nossa sala. A mesma que tirámos a medo, no meio de algum constrangimento, quando um fotógrafo nos desafiou a isso, depois da nossa primeira São Silvestre de Lisboa juntos. 

É das minhas fotografias preferidas. É a minha nossa fotografia preferida. Gosto do nosso ar, dos nossos sorrisos, da sensação de dever cumprido típica de quem acabou uma prova, da nossa inocência e ingenuidade típica de quem está a começar uma nova relação. Foi a nossa primeira fotografia e foi logo para as bocas do mundo, para esse poço sem fundo que é a internet, para que o mundo inteiro a pudesse ver. E foi o início da nossa história tão nossa, como que num prenúncio do que estava para vir. E o que veio depois disso foram mais sorrisos, mais provas, mais desafios superados.

E mais quatro quilos. Os quatro quilos que separam a nossa primeira foto e o peso que cada um de nós tem hoje.

É o peso da felicidade, não tenho dúvidas.

domingo, 13 de janeiro de 2019

Das fotografias que dão alegria... - Day 13


Neste preciso momento devia estar a fazer a prova de Valejas, com as suas subidas maravilhosas. O plano, ambicioso, até era fazer a prova das mulheres e depois parte da dos homens, para acabar o dia com 10km nas pernas, que diz que tenho aí umas provas a fazer não tarda.

Mas não. Estou no sofá. Numa luta ingrata contra esta febre teimosa e contra os meus pulmões que não me querem deixar respirar.

Pareceu-me uma excelente altura para me agarrar a este livro. Já alguém leu? 

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Das fotografias que dão alegria... - Day 11


Esta é a melhor forma de ilustrar o meu dia de hoje. Era isto ou uma foto do meu sofá com o Snow enroscado. 

Quando uma pessoa finalmente se decide a voltar a treinar com regularidade, o Universo diz que não pode ser. Está certo.



(post não patrocinado... Mas podia, que eu não me importava de ter Mulatas infinitas...) 

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Das fotografias que dão alegria... - Day 9


A fotografia é de ontem. Mas não faz mal. Também não está grande coisa. Mas não faz mal. Talvez já tenha dado para perceber, mas estou a tentar publicar uma fotografia por dia, neste ano de 2019. Já fiz isso em outros anos, de forma mais ou menos consistente. Este ano já falhei um dia. Mas não faz mal. Já falhei em tanta coisa na minha vida, que não é isto que faz grande diferença.

Apresento-vos os meus novos companheiros de treino. Diz que são uns Adidas Ultra Boost. Diz que são muito bons. Eu não sei, que eu não percebo nada disso e nunca usei Adidas.

Desde que descobri que sou pronadora, e depois de ter feito a Maratona com os Vomero mais lindos, tenho andado fiel aos GT-2000, pagando caro toda e qualquer traição.

Mas eu sabia que, por muito boa vontade que eles tenham, os GT-2000 não iam aguentar sozinhos o desafio que este ano me apresenta. Assim, já andava em busca de um segundo par para pronadores há algum tempo.

E eis que descubro estas pequenas pérolas, no Freeport, um par perdido no meu número de Hobbit e ao maravilhoso preço de 45€.

Estivemos no limiar da crise conjugal, porque alguém ficou roído de inveja porque os mesmos ténis no número dele custavam uma pequena fortuna... Confesso que fui coagida a comprar estes ténis e quase, quase obrigada a comprar também outros que lá estavam pelo mesmo preço, também os únicos resistentes no meu número (eram uns Supernova e eu achei que não valia a pena).

Ainda não tenho muito a dizer sobre eles, dado que só os estreei ontem e fizeram o que todos os ténis novos fazem nos meus pés: deixam-me os pés a arder e com dores na planta do pé. Será uma questão de tempo, certamente.

Posso dizer que os achei muito leves e ao melhor estilo pantufa. Mas a minha falta de experiência e a minha ignorância não me permitem tecer grandes considerações técnicas, a dizer que sinto que são umas molas e que me fazem voar e tudo e tudo e tudo. 

Ah! E fiquei com bolhas, apesar de ter sido apenas um treino de 6km... Nada de novo, por sinal. Mas acho piada olhar para eles e ver aquele exagero ali de Boost para corrigir a passada pronadora. Acho piada e acho assustador. Quem me manda não saber correr como deve de ser?!.. 

Hoje vou dar-lhes nova oportunidade e logo veremos.

Acima de tudo, fica a dica: explorem os outlets. É uma questão de sorte, tempo e paciência, mas, de vez em quando, há lá alguns tesouros escondidos com preços incríveis. Isso e terem pés de princesa. Também ajuda. 

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Do meu regresso aos Trilhos...


Foi Sábado, como já disse, que voltei aos trilhos, em Monsanto. Não fazia trail desde a Estrela. Em Maio, portanto. Fui participar num treino de grupo, dinamizado, entre outros, pelas Tartarugas Solidárias. A ideia inicial era irmos só os dois, mas depois vimos este treino no Facebook e decidimos que seria melhor ir em grupo, e cada um poder ir para o grupo mais adequado.

Claro que tomei a decisão super inteligente de ir para o grupo Intermédio e não para o Iniciado... Resultado? Pela primeira vez, tive a oportunidade de ir na companhia do "vassoura" do grupo. O que não é mau, diga-se... Mas fica sempre aquela sensação terrível de saber que o resto do grupo fica à nossa espera, e que alguém tem de ir ali de "castigo" connosco. Alguém tem de ser o último, não é verdade? No Sábado, na maior parte do tempo, calhou-me a mim!



Mas foi tão bom! E soube tão bem voltar a correr ali... É tão desafiante, tão surpreendente, tão desesperante em alguns momentos... Custou-me, custou-me muito. Houve alturas em que me passou pela cabeça voltar para trás sozinha... Mas não o fiz. E superei-me. E isso não tem preço!

Além de tudo isto, ainda houve outra coisa que tornou este treino especial. Estava eu muito bem a pensar no que raio ali fazia, quando me perguntam se eu tinha um blogue. Oi? Fiquei muito surpreendida, confesso! Mas acabou por ser muito engraçado ser reconhecida e conhecer alguém que costuma estar aí desse lado. Olá, Marisa! Eu não sou a pessoa mais simpática ou extrovertida do Mundo, pelo que estas coisas me deixam sempre meio envergonhada e sem resposta, mas acho sempre piada a conhecer pessoalmente quem me lê. Este blogue já me trouxe tanta gente boa! E isso também não tem preço!

Uma boa semana, Mundo! Com muitos treinos, se assim o quiserem!

domingo, 6 de janeiro de 2019

Das fotografias que dão alegria... - Day 6


Hoje fomos passar o dia a Évora. Só porque sim. Só porque nem todos os nossos passeios e viagens têm de ser para ir correr, não é verdade?


Comemos maravilhosamente, como seria de esperar em pleno Alentejo. Uma poejada de bacalhau e feijão, que vai ficar na memória, certamente. Também aproveitámos o Sol que estava, para andar a passear a pé, passando pelos pontos principais da cidade.



Talvez a ida à Capela dos Ossos não tenha sido a decisão mais sensata do dia, porque dá que pensar na efemeridade da vida. Mas compensou o gelado de Dom Rodrigo divinal que comemos depois.



Foi um dia bem passado, que ainda incluiu uma passagem pelo Cromeleque dos Almendres, ao pôr-do-sol.


Dá para amanhã não ser segunda-feira?...


sábado, 5 de janeiro de 2019

Das fotografias que dão alegria... - Day 5


A foto não é minha. Mas não faz mal. Estamos os dois com o ar miserável de quem saiu da cama demasiado cedo. Mas não faz mal. Hoje voltámos a Monsanto. Não é de propósito, mas parece que esta se tornou a nossa tradição anual. Ir a Monsanto no início do ano. Desde a primeira vez que me levaste a correr nos Trilhos. Desde que me mostraste o que é correr no meio da Natureza, só nós e o verde.

Há um ano escrevi que queria lá voltar contigo. E voltámos. E havemos de voltar. Ano após ano. 

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Das fotografias que dão alegria... - Day 4


Sexta-feira à noite também pode ser sinónimo de sofá, gato no meio de nós, e séries na televisão. Diz que amanhã é dia de treino matinal em Monsanto. Cedo. Demasiado cedo. 

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Do meu 2018...

Agridoce.

O meu 2018 foi agridoce. Já muito procurei, mas não encontro palavra melhor para o descrever. Teve tanto de bom como de mau. Bom e mau nem seriam as melhores palavras. Mas também aqui não encontro palavras melhores.

O meu 2018 começou, literalmente, com a decisão de vivermos juntos, pouco antes de adormecermos na primeira noite do ano. Peguei em mim, no Snow e em toda a minha bagagem e, no início de Fevereiro, mudei-me para casa dele. Numa decisão difícil, de quem já mudou de casa demasiadas vezes, de quem já sofreu demasiado, de quem morre de medo de voltar a passar pelo mesmo outra vez. Mas na decisão mais acertada do ano, num início de vida feliz e sereno.

Pouco tempo depois, ele mudou de emprego. A nossa rotina alterou-se. E eu ainda sinto falta dos banhos e dos pequenos-almoços em conjunto. Ainda não nos habituámos a essa nova rotina. Mas não faz mal. Porque em 2019 tudo vai mudar outra vez.

Passei os primeiros meses do ano a treinar para a minha primeira Maratona. Fiz provas incríveis. Sofri, tive dúvidas e quis desistir. Voltei a acreditar, voltei a ter dúvidas, numa montanha-russa imparável, num percurso de altos e baixos.

A 16 de Abril a minha mãe morreu. No dia do funeral dela, a minha avó-emprestada teve um AVC. O prognóstico era o pior possível.

No dia 21 de Abril, depois de muitas dúvidas e incertezas, entrei num avião em direcção a Madrid, sabendo que podia ter de voltar a qualquer momento. No dia 22 de Abril fiz a minha primeira Maratona, ainda não sei como, e num tempo muito melhor do que eu, ou qualquer pessoa à minha volta, poderia imaginar. Foi um momento inesquecível. Foram muitos momentos. Muitas memórias. Que eu não cheguei a gozar verdadeiramente por tudo o que aconteceu nos dias que antecederam a prova. Mas fiquei mais uns dias por Madrid e quase consegui fingir que não se passava nada.

A 28 de Abril a minha avó-emprestada morreu. Não, não fica mais fácil por serem dois funerais em tão poucos dias. Vi a família desmoronar-se. Vi a incredulidade perante algo que nenhum de nós esperava. Levei uma chapada da vida, apenas e só para me lembrar que nada é garantido. Que hoje estamos aqui, e amanhã deixamos de estar.

Os dias sucederam-se indistintos. Passei muito tempo a chorar só porque sim. Passei muito tempo a tentar perceber, a culpar-me, a perdoar-me. Ainda me culpo. Ainda não me perdoei. Ainda choro só porque sim.

Em Junho fomos ao Porto. A nossa cidade. E fomos a Londres. Levei-o a conhecer Londres e voltei a apaixonar-me por Londres. Como sempre que lá volto.

Desde o início do ano que sabia que era provável que tivesse de ser operada. Sabia, até, que não era garantido que pudesse fazer a Maratona. Mas continuei a treinar para ela. E o nosso SNS funciona tão bem, que as coisas se atrasaram e eu só fui operada em Agosto. Apesar de ter corrido tudo bem, a recuperação foi mais dura e lenta do que eu esperava ou gostaria. Ainda tenho dores e não sei lidar com isso.

Em Agosto também ganhei uma Avó. E ainda não me habituei a isso.

Aos poucos, voltei a correr. Mais devagar do que queria. Sem forças, sem ânimo, com dores, a tentar encontrar forças e motivação sem saber onde.

Em Novembro, fizemos a maior viagem da minha vida. Nova Iorque e Cuba. Duas semanas absolutamente inesquecíveis que me mostraram o que de melhor e pior o ser humano é capaz.

Em Dezembro, regressei às corridas a sério. Inscrevi-me na Maratona da Europa. Organizei o Natal cá em casa e fiquei com vontade de não fazer Natal no próximo ano. Fiz as minhas duas São Silvestre de eleição e fiquei com pena de não ter feito a da Amadora.

Acabei o ano sem saber como me sinto em relação a 2018. Vivi alguns dos momentos mais marcantes da minha vida. Pela positiva. E pela negativa. Podia dizer que foi um ano negro. Mas como dizer que foi um ano negro, o ano em que começámos a nossa vida a dois e o ano em que me superei, como nunca antes o fizera? Sim, 2018 foi um ano difícil, desafiante, inesquecível, que me pôs à prova em muitos níveis diferentes, que me fez crescer, que me fez ver que tenho pessoas incríveis à minha volta, que me fez perceber que eu aguento muito mais do que imaginava, que no meio de tudo eu tenho sorte.

Definitivamente, 2018 foi um ano agridoce.

E se para 2018 a única coisa que eu pedi foi saúde, para mim e para os meus, esse pedido foi recusado. Assim, para 2019 eu não peço nada. Eu limito-me a aceitar o que a vida tiver para me dar, assumindo o compromisso de lutar para que a vida me dê o mais possível. Na verdade, não há mais nada que eu possa fazer senão isso: aceitar. O que for para vir, que venha.

Das fotografias que dão alegria... - Day 1


O primeiro pôr-do-sol do ano, na praia de Carcavelos. Onde fui tão feliz. Onde passei tanto tempo a correr, a treinar, a dar mergulhos no mar. Há muito tempo que não ia para aqueles lados, para o sítio onde vivi antes de me mudar para esta ponta da cidade. Tinha saudades. Saudades daquela zona, saudades daquele mar. Mas quando o Sol se pôs e o frio começou a tomar conta dos nossos corpos, não tive dúvidas de que o meu lugar agora é aqui, junto ao rio, junto a ti.

Os devaneios Agridoces mais lidos nos últimos tempos...