quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Do sítio onde eu estou... Que é o mesmo onde já estive...

Há um ano atrás, mais dia, menos dia, estava no mesmo sítio onde estou hoje.

Assustam-me as semelhanças. Assustam-me as diferenças.

Tento fugir das comparações, mas é mais forte do que eu. Tento pensar que cada dia, é um dia. 

Quero respirar, ter calma, dar um passo de cada vez, manter alguma serenidade no meio desta inquietude. Quero ficar, quero ir, quero caminhar, quero correr. Quero seguir em frente, quero voltar para trás.

Tenho muito medo de estar a viver o mesmo filme outra vez. Exactamente o mesmo filme, dadas as semelhanças. E sei, com cada vez mais certezas, que não aguento passar pelo mesmo outra vez. Cresci, aprendi, tornei-me mais forte e mais resistente, mas não suportaria passar pelo mesmo outra vez.

Se 2015 foi o ano que acabou comigo no fundo do poço, 2016 foi o ano que começou comigo a ir lá parar outra vez.

E eu quero, quero muito, que 2017 seja diferente. Quero um 2017 sereno. Preciso de um 2017 sereno. Só isso.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Das dúvidas matinais...

No livro que vinha a ler esta manhã no comboio, um dos personagens dizia a outra personagem, depois de assinarem o divórcio, qualquer coisa como: Finalmente conseguiste o que querias. Ficar sozinha. 

E eu dei comigo parada durante uns segundos a pensar sobre isto. A olhar para mim e a pensar sobre isto.

É, para mim, inevitável perguntar-me se não é isso que eu quero: ficar sozinha. Por mais que busque companhia, mais tarde ou mais cedo, no fim do dia, eu quero ficar sozinha. Se é o meu destino? Se é a isso que estou condenada? Não sei. Mas é o que, inevitavelmente, acaba por acontecer.

E eu gosto de estar sozinha. 

Começo a fazer planos para a viagem que, eventualmente, farei nos meus anos, e a dúvida é óbvia: sozinha ou acompanhada? E a resposta parece-me muito mais que seja sozinha, do que acompanhada.

Ao mesmo tempo, isto preocupa-me. E se eu não souber mais o que é estar acompanhada? E se eu não voltar a ser capaz de estar numa relação? E se eu estiver de tal forma estragada, arruinada, que não terei mais a capacidade de ter alguém ao meu lado?

Não sei o que me assusta mais: se a perspectiva de ficar sozinha, se a perspectiva de estar acompanhada.

Deixo-me ir. Com o tempo. Com o correr dos dias. Tento não pensar demais. Tento viver. Tento aproveitar. Tento ser feliz. Tento que a vida me dê as respostas de que preciso e que não encontro em mim. Tento não estragar tudo, uma e outra vez.

Mas cansa. Cansa e assusta. E eu volto ao ponto de partida. Fechada na minha bolha. Só um bocadinho. Só mais um bocadinho.

domingo, 25 de dezembro de 2016

Do Natal...

O que retirei deste Natal, acima de tudo? Que, no próximo ano, não quero vivê-lo assim.

Este Natal foi difícil para mim. Por coisas minhas, leia-se. Tenho a sorte de ter estado com a família toda junta, coisa que já não acontecia há alguns anos, e correu tudo bem.

Mas, a partir de certo momento, tudo aquilo deixou de fazer sentido. Todo o stress, toda a pressão, toda a pressa, todo o consumismo. 

Tudo isso deixou de fazer sentido quando soube aquilo que este amigo ia fazer: passar a noite de Natal, sozinho, pelas ruas de Lisboa, a distribuir presentes pelos sem-abrigo. E, de repente, toda aquela montanha de comida e de presentes, deixou de fazer sentido. De repente, eu olhei para o Natal de uma forma que nunca tinha olhado.

Não imagino a dor de alguém que, pela primeira vez, não tem Pai nem Mãe para comemorar o Natal. Mas também não imagino a grandeza de alguém que opta por abdicar de tudo, para fazer o bem aos outros.

Ontem senti-me muito pequena. Ontem senti-me inútil. Ontem chorei muito. Ontem disse que para o ano não queria mais presentes. E não quero. Não vou querer. Não sei o que vou querer, mas, no próximo Natal, vou querer fazer diferente.

Quero que o próximo Natal seja mais praticar o bem, seja mais família, seja mais amor, seja mais união, e seja menos consumismo e menos stress e menos pressão.

Quero que o próximo Natal seja a verdadeira comemoração do quão privilegiados somos. Porque somos. E todos os dias nos esquecemos disso.

sábado, 24 de dezembro de 2016

Das cartas que eu escrevo...

Querido Pai Natal,

Eu sei que é em cima da hora, mas os últimos tempos têm sido muito agitados e só agora te consegui escrever.

Mas não te preocupes que o meu pedido é muito simples (ou não, mas tu lá saberás...).

Este Natal não quero roupas, não quero sapatos, não quero jóias, não quero livros, não quero sequer chocolates. A única coisa que eu quero este Natal é a certeza de que daqui a um ano as minhas pessoas continuarão à minha volta. Só isso. Só o poder passar mais um ano com todas as pessoas que me são mais importantes. Mais nada.

Obrigada,

Agridoce

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Das respostas às perguntas que ecoam na minha mente...


Ontem, quando elogiaste o meu novo corte de cabelo e eu não quis saber.

Ontem, quando insististe três vezes para que ficasse mais um pouco em tua casa e eu te disse que não.

Ontem, quando quase te obriguei a levares-me à porta porque não suportava mais estar na tua presença.

Ontem, quando em mim algo se iluminou e eu tive a certeza de que não quero perder o meu tempo com alguém que não é capaz de se decidir a estar comigo.

Ontem, quando me despedi de ti, de aperto no peito mas sorriso nos lábios, sem saber se te voltarei a ver.

E tenho pena. Tenho mesmo muita pena. Gosto muito de ti. Mas gosto mais de mim.


sábado, 17 de dezembro de 2016

Das linhas que separam o que jamais poderá ser unido...

Há em mim uma Agridoce que me diz que o que eu preciso é de quem me equilibre. De quem tenha o que eu não tenho. De quem seja o oposto de mim. De quem seja o porto seguro e sereno que me falta. De quem seja a emoção que eu não sou.

Mas há em mim uma Agridoce que me diz que o que eu preciso é de quem me abane. De quem seja igual a mim. De quem me desconcerte, dias após dia. De quem se atire comigo para a tempestade. De quem seja tão racional quanto eu.

Se eu não fosse Agridoce, não sei o que seria.


sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Do que eu precisava mesmo...

Precisava de pegar em mim este fim-de-semana e isolar-me do Mundo. Fechar-me na bolha. Sem pessoas, sem telemóvel, sem e-mails, sem redes sociais. Precisava de olhar para mim, para o que eu quero e o que eu preciso. Precisava de me fechar, para me poder voltar a abrir.

Precisava, mas não vai acontecer. O caos à minha volta acumula-se, eu adiciono todos os dias um bocadinho mais, e não sei onde isto vai parar.

Sonho com as próximas férias. Sozinha. Longe daqui.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Das músicas que partilham comigo... - I


Desconhecia o artista. Enviaram-me a música, já tarde, com a mensagem "Para ouvires amanhã e ficares bem-disposta quando acordares". Como calhou de essa ser mais uma noite de insónias, eram quatro e meia da manhã quando a ouvi. E gostei. Gostei muito. Na manhã seguinte, cheguei ao escritório, andei a investigar, e acabei por passar a manhã a ouvir Patrick Watson. E gostei mesmo muito.

Só fiquei na dúvida quanto à relevância que devia dar, ou não, à letra da música... O tempo o dirá... 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Dos sorrisos...

Já andava há algum tempo para escrever este post e hoje, que saí de casa a sentir-me linda e maravilhosa (um vestido vermelho e uns saltos altos fazem maravilhas pelo ego de qualquer mulher), achei que era o dia. Preparem-se para uma montanha de clichés.

Se há coisa que a passagem dos 30 me trouxe (ou a vida, ou todas as quedas que dei), foi uma forma diferente de olhar para mim.

Toda a minha vida fui uma pessoa insegura. Nunca aceitei bem o meu corpo, a minha aparência, o que via no espelho. Invejo, profundamente, as pessoas super seguras e confiantes, que se aceitam como são. Eu nunca fui assim.

Existem muitos factores que explicam isto. Educação, envolvência, experiências de vida, falta de segurança, pessoas que me rodearam. 

O que é certo é que, hoje em dia, a forma como olho para mim é completamente diferente. Hoje em dia, reconheço os meus defeitos e imperfeições, mas já não vejo só defeitos e imperfeições. Hoje em dia, olho-me ao espelho e, na maior parte dos dias, gosto de mim e do que vejo. 

E um dos aspectos em que esta alteração é mais sintomática, é nas fotografias que tiro. Durante anos a fio, eu não sorria nas fotografias. Aliás, eu fugia das fotografias e tentava desaparecer dentro delas. Eu nunca gostava de me ver em fotografias. Eu achava sempre que não estava bem.

Hoje em dia, eu gosto de tirar fotografias. Eu faço sorrisos rasgados nas fotografias. Eu partilho as fotografias que tiram de mim. Porque gosto de me ver. Porque me sinto bonita e digna de ser mostrada ao Mundo. E, como se não bastasse tal mudança, sonho com encontrar alguém que goste de me tirar fotografias, como eu gosto de tirar aos outros.

Tenho pena de ter demorado tantos anos a chegar a este estado, mas sabe bem. Sabe mesmo bem. E espero conseguir mantê-lo até ao fim dos meus dias.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Do que me apetece...

Apetece-me perder o controlo. Apetece-me ligar-te. Apetece-me gritar contigo. Apetece-me abanar-te. Apetece-me dizer-te tudo o que não te disse. Apetece-me pedir-te que ultrapasses o que quer que seja que te bloqueia. Apetece-me saltar contigo para este abismo que é tão nosso. Apetece-me correr este risco contigo. Apetece-me perder-me contigo. Apetece-me tentar. Apetece-me correr o mundo com as minhas mãos nas tuas. Apetece-me ficar enroscada nos teus braços. Apetece-me deixar de lado todos os medos e dúvidas. Apetece-me ser egoísta.



Apeteces-me.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Das conversas que eu tenho...

Tu estás para aí farta de falar e eu só te vejo preocupada com ele. E pensares um bocadinho em ti?

Palavras da BFF ontem. E não foi a primeira pessoa a dizer-me isto.

Mas não sou capaz. Não sou capaz de fazer alguma coisa pensando apenas no meu bem, sabendo que o meu bem pode ser o mal de alguém. Não sou.

Se isso faz de mim tola? Talvez. Mas sou tola de consciência tranquila.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Do que eu tiro da comunicação para a vida...


E fez-me um sentido tremendo. E não, não se aplica apenas e só à comunicação.

Se todos nós pensássemos um bocadinho mais nisto, o mundo seria bem melhor. 

Sabermos pôr-nos no lugar dos outros é das maiores lições que podemos aprender nesta vida. Tentar compreender os outros, o que pensam, o que sentem. Mesmo quando são irrazoáveis. Sobretudo, quando são irrazoáveis.

Esta capacidade de, antes de julgar ou fazer suposições, tentar sentir o que o outro sente, pode evitar muitas e infinitas discussões.

Como diz o Seth, é mesmo o único caminho para se poder ter uma comunicação eficaz. Seja em marketing, seja no nosso dia-a-dia.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Das corridas e das lições de vida...

Mais uma vez, aproveitei uma grande prova para fazer uma viagem pelo mais fundo do meu ser.

Esta foi, provavelmente, das provas que mais me custou fazer. Pensei desistir, várias vezes. Tive vontade de chorar, várias vezes. Achei que não ia ser capaz, várias vezes.

Esta foi, certamente, a prova em que eu aprendi uma lição de humildade que, espero, me acompanhará em provas futuras: sem treino, não há sucesso possível. Desde que comecei as aulas que tem sido muito difícil manter um ritmo de treino decente e eu acabei por facilitar. E facilitei tanto, e convenci-me tanto que quem já fez 2, faz 3, que encarei esta meia-maratona com um ânimo demasiado leve. E paguei caro por isso.

Esta foi, também, a prova em que eu melhor constatei a importância da mente durante uma prova. A minha cabeça não estava ali. Estava longe, bem longe. Perdi-me em divagações, em dúvidas, em medos, em sonhos. Não estive minimamente focada ou concentrada. Deixei que a mente deambulasse por onde não devia, deixei-me afectar por algumas músicas que ouvi, e houve alturas em que foi mesmo muito difícil continuar. Aprendi, da pior forma possível, que isto não pode voltar a acontecer.

E esta foi, ainda, a prova em que eu decidi, de vez, que não vou fazer a Maratona de Sevilha em Fevereiro. Vou fazer uma Maratona em 2017, sim. Mas lá mais para a frente. Enquanto estiver em aulas, é irreal pensar que consigo treinar o que preciso.

E agora é olhar em frente e pensar na próxima prova. E na próxima meia. E nas outras todas.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Das coisas que continuarão a intrigar-me...

Ontem o blogue teve mais de 200 visitas. Houve apenas 4 pessoas que se manifestaram neste post. A essas, o meu muito obrigada.

A todas as outras... Pois que obrigada também por me deixarem na ignorância, e por me deixarem aqui a tentar adivinhar quem andará por aí... 

Não deixa de ser estranho ser lida sem saber por quem!...

Do ser Agridoce...

A propósito dos 2000 posts, e porque agora se usa fazer comemorações alargadas por tudo e mais alguma coisa, fazendo o mesmo tema render muitos e variados posts, campanhas, anúncios, e afins, achei que fazia sentido ir repescar a explicação do nome deste blogue, sobretudo, porque tem aparecido por aqui muita gente nova. Aqui fica:


O amor é agridoce.

Suficientemente agre para não poder dizer que é doce. Suficientemente doce para querer continuar a prová-lo, a pretexto de, um dia, conseguir dizer o que é.

A palavra agridoce resolve o problema como um analgésico resolve a gripe: esconde os sintomas. Agridoce quer definir a indefinição.

E nem sequer há um traço a separar o agre do doce, para avisar que se tratam de duas coisas opostas.

Em vez disso, junta-as discreta e irresponsavelmente, o fiozinho vermelho e o fiozinho preto…

O resultado varia com as pessoas: há quem apenas queime um fusível e resolva o problema substituindo-o por outro. Há quem queime a instalação toda e tenha que deitar a casa abaixo para a reparar. E, claro, há quem não tenha tensão suficiente para faiscar, sequer.

Enfim, o amor é um grandessíssimo curto-circuito.

(do álbum "Do Amor Y Outros Demónios", da banda com o mesmo nome)


Agridoce foi o meu nick durante muito tempo nos tempos do IRC e dos fóruns e ainda há quem me conheça como a Agridoce. Agridoce foi também o username que escolhi quando criei o meu livejournal, e achei que faria todo o sentido mantê-lo aqui. Acho que ainda se mantém perfeitamente adequado.

Agridoce quer definir a indefinição. Há lá coisa mais apropriada do que isto para me definir?...

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Das 2000 razões para vir aqui...

Apercebi-me há pouco de que o último post foi o post número 2000 deste blogue.

2000 posts.

Vim aqui partilhar um pouco de mim 2000 vezes. São muitas vezes!... Este blogue é, sem dúvida alguma, um diário da minha vida nos últimos sete anos.

Ao longo destes 2000 posts, a minha vida deu voltas e mais voltas. Eu dei voltas e mais voltas. A pessoa que aqui escreve hoje, não é a mesma que escreveu o primeiro post, há sete anos atrás.

Foram 2000 posts de partilha, e não deixo de me espantar com a minha capacidade para escrever tanto. Certo que, em muitos casos, a qualidade e a relevância do que aqui escrevi é duvidosa, mas, ainda assim, foram 2000 posts.

Ao longo destes 2000 posts, houve também 5301 comentários. Muitos são meus, é certo. Mas a grande maioria são de quem está aí desse lado. De quem se dá ao trabalho de ler o que eu escrevo. E não posso não sorrir ao saber que há pessoas que estão aí desde o início. Há mesmo quem tenha aguentado 2000 posts de disparates e continue a vir aqui!... 

Além dos posts e dos comentários, das memórias e dos registos, o que este blogue tem de tão importante para mim, são todas as pessoas que já trouxe para a minha vida. E foram muitas!... Ao longo dos anos, foram muitas as pessoas que passaram a fazer parte da minha vida fora daqui, as que conheci pessoalmente, as que entraram na minha esfera privada. Há pessoas que conheci através do blogue com quem falo regularmente, com quem troco mensagens, e-mails, com quem partilho muito do que nem sempre quero/posso escrever aqui. Há pessoas que nunca conheci pessoalmente, mas que sinto que conheço desde sempre.

Se estes 2000 posts não tiverem servido para mais nada, serviram para isso: para enriquecer a minha vida com tanta gente boa! Obrigada! 

E, não querendo abusar da boa vontade de quem ainda se aguenta por aí, gostava de repetir um exercício que fiz aqui há uns anos... Gostava que quem anda por aí, se acusasse. Continua a intrigar-me o número cada vez mais absurdo de visitas diárias, face ao número muito reduzido de comentários. Se, por um lado, conheço muitas das pessoas que andam por aí, continuam a faltar identificar muitas mais, que eu não faço ideia de quem seja... Assim sendo... 1, 2, 3, diga olá outra vez!

E que eu continue por aqui por mais 2000 posts...



Enquanto houver estrada p'ra andar, a gente vai continuar...
                                                           .

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Das minhas incapacidades - parte 137...

Sabes o que mais me assusta? O que me aterroriza e me faz querer fugir?

A tua fragilidade. A tua, diria, sensibilidade. O seres tão emocional. O seres tão o oposto de mim. O ter a certeza de que, contigo, serei um elefante num palácio de cristal. O ter a certeza de que não há outra possibilidade se não a de isto acabar mal. O ter a certeza de que és demasiado especial para mim. O ter a certeza de que somos demasiado diferentes. O ter a certeza de que isto nunca poderá correr bem. O ter a certeza de que tu mereces alguém à altura do teu nível de grandeza. O ter a certeza de que tu precisas de alguém que não sou eu. O ter a certeza de que isto é mais um salto para um abismo. 


(ainda assim, sonhei contigo esta noite, sabes?)

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Das bolhas que não são de sabão...

A propósito de nada, lembro-me do que senti. Do que sofri. Do desespero.

Lembro-me disso e sei que não sou capaz de o voltar a viver. Não sou.

A simples ideia de que isso possa acontecer novamente, aterroriza-me.

Choro. Choro muito. Choro tão somente por pensar nessa possibilidade. Choro sem conseguir parar, apenas por me lembrar do que já chorei.

Choro e volto a fechar-me na bolha.

A bolha da qual não sei se algum dia serei capaz de voltar a sair.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Dos dramas matinais de mais uma segunda-feira...

Acabei de descobrir que o Palma vai dar um concerto hoje no CCB. Hoje e amanhã, aliás. Mas amanhã tenho aulas e, como tal, a única hipótese de ir é hoje.


Está tudo praticamente esgotado. Sobram uns lugares pavorosos, nas galerias, em pé.

Não tenho companhia. Não estava a contar com isso. É tudo em cima da hora. 

Mas é o Palma. É a celebração dos 25 anos do "Só". O meu álbum preferido de sempre. É o Palma e um piano. 

E eu não deixo de pensar que não há melhor momento para me estrear a ir a um concerto sozinha, do que nesta revisitação do "Só"...


Adenda: não fui ao concerto. Por mil e um motivos que inventei na minha cabeça mas, sobretudo, por saber que não o ia suportar.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Das fragilidades que não tenho...

Tenho a arrogância de me achar mais forte do que na verdade sou.


Por esse motivo, não raras vezes, dou comigo frágil e insegura, sem saber o que fazer, sem conseguir reagir.

Trinta e dois anos de vida e ainda me surpreendo comigo mesma. Com a minha fragilidade. Com os sentimentos que, por vezes, creio não ter.

É preciso que a vida me abane, para eu ser confrontada com o que nego, para eu ser forçada a admitir aquilo de que fujo.

É perante a perspectiva da possibilidade da ausência, que eu percebo o impacto que a ausência terá em mim.

Cansa. Cansa muito, esta coisa de viver. De dar cabeçadas atrás de cabeçadas. E, ainda assim, não aprender nada no processo.



Mais um dia de cansaço em demasia, mais um dia de emoções à flor da pele.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Das dificuldades de concentração...

Passei os últimos 45 minutos numa sala de reuniões. A reunião correu bem. Muito bem, até. Valeu-me a presença de um colega, que fez a maior parte da conversa e respondeu a quase todas as questões.

Eu? Eu perdi-me em divagações. Em sonhos. Em memórias. Em ideais de futuro. Eu pensei em ti. Eu tive de me esforçar para esconder o sorriso que teimava em aparecer nos meus lábios por me lembrar de ti. Eu pensei ligar-te e dizer-te que quero estar contigo antes de ires de férias. Não quero deixar-te ir de férias sem te dizer tudo o que me vai na alma, tudo o que me enche o peito. Não quero não te devolver o teu abraço. Não suporto a ideia de não voltar a sentir os teus lábios nos meus.

Pensei em tudo isto. Pensei, repensei, e voltei a pensar. Saí da reunião e tinha uma mensagem tua. Mais uma. Como tantas. Como as que mandas todos os dias, a toda a hora.

Deixa-me deixar-te ir, por favor. Não tornes ainda mais difícil aquilo que já é tão insuportável. Não me faças questionar a minha decisão. Não me obrigues a ter de ser mais forte do que aquilo que sou. Não posso. Não consigo. Tem tu a sensatez e a força que me faltam, e afasta-te de mim. Por ti, pelo teu bem, afasta-te de mim.


quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Dos passos em frente que são passos atrás...

Não aguento mais esta angústia. Este aperto. Esta ansiedade. Estou cansada de avanços e recuos. Estou farta de estar em suspenso. Não posso mais suportar este não saber. As indecisões. Os mixed signals. Não tenho idade para isto. Não tenho paciência para isto. Não tenho tempo para isto. Quero certezas. Quero avanços. Quero que me arrebates. Quero que me tires do chão. Quero dar um salto sem pensar para o infinito. Não quero meias-palavras. Não quero meias-sensações. Quero tudo. Ou não quero nada.

Desculpa. Hoje baixo os braços e desisto de ti. Porque a vida ensinou-me que, muitas vezes, a coisa mais inteligente a fazer, é desistir. E eu desisto. Desisto por não me poder dar ao luxo de continuar assim. Preciso de certezas na minha vida. E tu és um gigante ponto de interrogação. E eu desisto. Faço um esforço tremendo. Mas desisto e afasto-me. Desisto e ignoro as tuas mensagens. Desisto e tento não pensar nas tuas palavras. Desisto, de coração apertado, de lágrimas contidas nos olhos, num desespero que me consome mas que sei que será passageiro.

Tudo nesta vida é passageiro.


Do nosso pior...

Uma das maiores dificuldades que eu vejo nisto das relações é, provavelmente, esta: encontrar alguém que nos aceite e que consiga lidar connosco quando estamos no nosso pior. Alguém que nos aceite com defeitos, com erros, com traumas do passado.

Mais... Não só alguém que nos aceite assim, mas alguém com quem nós consigamos partilhar o nosso pior. Alguém a quem possamos revelar o nosso lado mais dark and twisted. E não, não temos de contar tudo a alguém. Mas é bom saber que a pessoa que está ao nosso lado consegue lidar com o nosso pior.

Será possível encontrar alguém assim?

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Da taxa de esforço que não a dos créditos...

Dizem-nos que alguém por quem temos de nos esforçar demasiado, não merece ficar na nossa vida. Que quem fica, deve ficar por querer, não por esforço nosso.

Ao mesmo tempo, só queremos na nossa vida alguém que esteja disposto a esforçar-se por nós.

Alguém me explica?

sábado, 12 de novembro de 2016

Das coisas que me fazem rir...

Eu lido muito mal com o cansaço. Felizmente, ao longo dos anos, fui-me apercebendo disso e fui aprendendo a ler os sinais. O cansaço deixa-me particularmente instável, descompensada, emocionalmente desequilibrada, até.

E ontem eu estava particularmente cansada.

E ontem eu tive um dia particularmente difícil.

E esta combinação maravilhosa produziu um resultado maravilhoso.

O curioso e irónico nesta situação, é que o que ensombrou o meu dia de ontem, foi algo que há uns anos atrás talvez não me afectasse minimamente.

É curiosa a evolução que fazemos ao longo da vida, a forma como mudamos, os sonhos que temos e deixamos de ter.

Ontem ouvi, mais uma vez, a conversa sobre a necessidade de me despachar, se quero ter filhos. A conversa sobre possíveis complicações. A conversa sobre poder não conseguir engravidar (como se não tivesse já passado quase um ano da minha vida a tentar). A conversa sobre poder ter gravidezes não evolutivas. A conversa do costume. A pressão do costume.

Sim, eu gostava de ter filhos um dia. Apesar de ter passado a maior parte da minha vida a dizer que não os queria. Mas eu gostava de os ter num determinado contexto. Contexto esse que não existe neste momento e que, por vezes, duvido que volte a existir em tempo útil. Tudo isso me assusta, me deprime, me faz questionar o que ando aqui a fazer. Nada do que é a minha vida, corresponde ao que tinha planeado para ela, e há momentos em que tenho dificuldade em lidar com isso. Muita.

E eu já dramatizo e deprimo com a minha vida quanto baste. Não preciso que atirem mais achas para a fogueira.

Agradecida.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Do que me passa pela cabeça depois de mais um dia de Web Summit...

"If you're not pissed, what is fucking wrong with you?!" - Dave McClure @ Central Stage  WebSummit


Foi com esta e outras frases de indignação e desilusão que Dave McClure pôs uma Meo Arena cheia de pé e a aplaudir.

Entre muitas outras coisas, hoje vi serem levantadas algumas questões importantes e foi lançado um repto a todos os empreendedores e pessoas ligadas à comunicação e aos media ali presentes: pensem no que andam a fazer e assumam a responsabilidade que têm.

Estas eleições não são só importantes para os EUA. São importantes para o Mundo. São importantes para todos nós. Estas eleições mudaram o Mundo e o papel dos meios de comunicação e das redes sociais, bem como o seu impacto.

De quem é a responsabilidade do que vemos acontecer? Qual é o futuro da comunicação? E da democracia? Hoje ouvi alguém (naquele mesmo central stage) a questionar a possibilidade de existir um regulador que controlasse toda a comunicação. Sim, há quem ache que isso é uma solução. Talvez seja melhor pararmos todos para pensar nisto. Caminhamos para uma nova ditadura? Para o fim da democracia? Para a necessidade de voltar a controlar o que se comunica e como?

Todos devemos parar para pensar nisto mas, sobretudo, quem trabalha nestas áreas e pode causar impacto no Mundo. Que Mundo estamos a construir e qual é o limite?

Por outro lado, muitos dos que ouvi bradarem #jesuischarlie, são os que hoje chamam burros e ignorantes aos americanos que exerceram o seu direito de voto. Goste-se, ou não, os americanos votaram em quem quiseram. Eu também não votei na esquerda, e não chamei nomes a quem o fez.

Vamos usar a liberdade que temos, o privilégio que temos no acesso à comunicação, e vamos fazer do Mundo um lugar melhor?

Vamos usar mais as redes sociais para partilhar coisas boas, casos de sucesso, bons exemplos, e menos para instigar ódios, racismos e violências? Vamos criticar menos e aplaudir mais? E nas próximas eleições, vamos todos votar? Vamos exercer o nosso direito (e dever) de voto?

Não quero ser pessimista, dramática ou derrotista, mas gostava mesmo que, nesta era que hoje começa, todos parássemos para pensar um bocadinho no que andamos aqui a fazer e quais os limites da nossa liberdade e da nossa responsabilidade.

Das coisas que eu te peço...

Tentas amolecer-me. Tentas vergar-me. Tentas que não seja tão fria, tão bruta, tão pedra.

Tentas desconcertar-me. Tentas vencer-me pelo cansaço. Tentas que me abra e que deixe que entres.

Tentas fazer-me sorrir. Tentas fazer-me sentir. Tentas que me permita experimentar e viver.

O que tu não sabes, o que tu não adivinhas, é que foi a vida que me fez assim. Foi por viver que fiquei assim. Fria. Bruta. Pedra. É por ter vivido que me encerro em mim. É por saber o que é viver, que tenho medo. Tanto medo. É por saber o que é sofrer, que não me deixo amolecer e não me deixo envolver.


Não insistas, peço-te. Por mim mas, sobretudo, por ti. Não insistas.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

sábado, 5 de novembro de 2016

Das frases soltas sobre o saber esperar...

Deixas-me, assim, em suspenso. A levitar. A pairar sobre a vida que corre lá em baixo. A vida que não é minha. É tua porque ta entrego. Coloco-a nas tuas mãos e deixo que decidas o que fazer com ela. Nunca tive muito jeito para tomar decisões. Prefiro que os outros as tomem por mim. Enquanto os dias passam, as horas sucedem-se e eu continuo nesta inércia. Sem respirar. Sem me mexer. À espera. À tua espera.

Demoras muito?

Das rochas...

Esta constante análise à minha pessoa e aos meus actos, com o seu quê de narcisismo e de obsessão à mistura, tem as suas coisas curiosas.

Recentemente, fui forçada a concluir algo que não me apetecia ter de concluir.

Fui confrontada com os meus medos e inseguranças. Perante uma hipotética situação, percebi que os traumas e as feridas do passado ainda aqui estão. E estão bem vivos. Bem marcados em mim e prontos a exibirem-se à mínima hipótese.

Quando eu, na minha arrogância, achava que o passado estava lá atrás, descobri que não. O passado está no presente e vai estar no futuro.

Os medos estão lá. As inseguranças estão lá. Os receios estão lá.

E eu fico assim: imóvel, paralisada, qual rocha no meio de um caminho.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Da segurança...

Ontem perguntaram-me se era uma pessoa segura. Respondi, sem hesitar, que não sou.

Passados os segundos iniciais do desconforto que se instalou naquela sala (éramos quatro ou cinco pessoas), talvez por estranharem alguém assumir tal coisa contrariando o habitual "somos todos muito fortes e muito bons", o tema foi-se desenvolvendo.

Eu não sou uma pessoa segura. Para umas coisas sou mais do que para outras mas, regra geral, não me considero uma pessoa segura. Felizmente, disfarço bem. Ou, eventualmente, eu sou uma pessoa segura mas sou insegura em relação a isso e acho que não sou segura.

Falou-se da sociedade actual. Das gerações que estamos a criar. Das crianças que vivem em bolhas de super protecção e a quem tudo é feito e dado de mão beijada. 

Que futuro estamos a criar? Que líderes? Que casos de sucesso? Que sociedade é esta para que caminhamos?

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Da (falta de) sensatez...

Pergunto-me se lutar para não pensar em ti é ser sensata ou é lutar contra o destino...

O destino. Que me dizem que existe mas de quem eu desconfio.

O destino, que tantas partidas me pregou no passado e a quem não quero confiar, novamente, a minha sorte.

Prefiro a razão. A sensatez. A análise detalhada.

Conheço-me. Conheço o meu passado. Tento adivinhar o futuro. Já aprendi alguma coisa ao longo dos anos e a frase que não me sai da cabeça é we are accidents waiting to happen.

Divido-me entre o saber que isto tem tudo para correr mal e o saber que não posso passar o resto da vida a fugir de arriscar.

Vivo mais um conflito interno. Na verdade, já sei quem vai ganhar. E, com uma racionalidade estúpida, sei que vai correr mal. E, mais uma vez, por mil e uma razões e porque não há terapia suficiente no Mundo que me valha, vou fazer asneira. Outra vez. Uma e outra vez.

Um dia há-de correr bem.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Da hipotética inspiração para os próximos tempos...



Num momento em que o caos mental é enorme, em que questiono cada passo, cada gesto, cada palavra, quis o meu feed do Facebook presentear-me pela manhã com esta imagem que alguém partilhou.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Dos problemas...

O problema da vida é fazer-nos viver. É empurrar-nos para a frente. É obrigar-nos a caminhar quando queremos ficar parados. É fazer-nos tropeçar. É fazer-nos levantar, somente para nos fazer cair de novo. Uma e outra vez. 

O problema da vida é fazer-nos errar. É fazer-nos sofrer. Com os nossos erros e com os dos outros. Sobretudo, com os dos outros. É fazer-nos chorar. É deixar-nos sem ar, sem chão. É levar-nos todas as forças. É arrancar-nos a fé. É fazer-nos crer que tudo é negro e difícil.

O problema da vida é ter de ser vivida quando tudo o que mais queríamos era ficar inertes. É não nos deixar fugir de mais quedas e sofrimentos. É não nos permitir um segundo de descanso para recuperar o fôlego.

O problema da vida é não parar. É ser um comboio em movimento, com entradas e saídas em andamento. Que não quer saber de nós, dos nossos percalços, dos nossos atrasos.

O problema da vida é ter tanto de morte.

domingo, 30 de outubro de 2016

Das coisas que eu não faço... - II

Não aprendi nada, não.

E hoje arrependo-me de ontem não me ter deixado ficar no teu abraço.

Desculpa. Sou socialmente incapaz. Não sei o que é isso do afecto, do carinho. Deste-me um abraço e eu fugi de ti. Gozaste comigo, brincaste com a minha repulsa às emoções e tocaste na ferida.

Desculpa. Hoje arrependo-me. Muito.

Não estou habituada a demonstrações de afecto. Não estou habituada a ser abraçada. Não gosto que me toquem, sequer, que entrem na minha bolha e no meu espaço. E tu sabes isso. E fizeste questão de o contrariar.

Obrigada. E desculpa. Prometo-te que isto com o tempo melhora.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Das coisas que eu não faço...

No tempo em que nem toda a gente tinha telemóveis e quem tinha telemóveis nem sempre tinha saldo, combinámos encontrar-nos no Vasco da Gama. Tu vinhas de longe. Não do outro lado da rua, mas do outro lado do rio. E eu esperei por ti. Via os minutos a passar e crescia em mim a dúvida se tu virias mesmo. Mas vieste. E chegaste.

Passeámos pela Expo. Sentámo-nos num daqueles bancos listados e contemplámos o rio. Falámos. Não me lembro do que falámos mas lembro-me de que gostava de falar contigo. Tanto. Gostava do teu jeito de menino rebelde, que se revoltava contra o sistema e o meio favorecido de onde vinha.

Lembro-me do teu sorriso. Ainda hoje sorrio quando me lembro do teu sorriso. 

Também me lembro da nossa despedida, junto aos barcos. Não sei se ainda se apanham barcos no mesmo sítio. Não cheguei a apanhar nunca o barco para ir ter contigo. Mas lembro-me sempre de ti quando passo naquele sítio.

Lembro-me do abraço que demos. Lembro-me de ficar nos teus braços e de te sentir junto a mim. E lembro-me do beijo que não demos. O beijo que não demos porque éramos os dois demasiado orgulhosos. 

Falámos sobre isso, tempos mais tarde. Aprendemos os dois a mesma lição: no amor não pode haver orgulho. E na vida não há maior arrependimento do que aquele que sentimos pelo que não fizemos.



Pergunto-me se, 14 anos depois, vou concluir que não aprendi nada com isto.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Da psicologia humana...

Cansada desta mente que tudo analisa, tudo disseca, tudo questiona.

Cansada de avaliar cada passo, cada acção, cada palavra, cada sentimento.

Não deixo de me rir comigo própria. Tem tanto de terrível como de curioso isto de olhar para o que sinto, penso e faço, e analisar tudo.

É curiosa a falta que sentimos do que não temos, quando não lhe damos valor quando o temos.

É assustador olhar para mim e saber exactamente o que estou a fazer, ter a certeza que não o devia fazer, e continuar a fazê-lo.

Ao mesmo tempo, vivo em dilema mental entre esta estúpida racionalidade e a réstia de esperança e ingenuidade que residem em mim, que me dizem para não desistir à partida. Para não desistir de mim e dos outros.

Mas sabendo eu que o melhor é desistir, não será simplesmente idiota dar ouvidos a essa esperança que se agarra ao que pode e não pode, para me fazer continuar a sonhar?

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Das portas...

Há um ano atrás, fechava uma porta e iniciava um novo ciclo. Hoje, abro uma porta e inicio um novo ciclo.

Fez ontem um ano que fechei de vez a porta da casa onde vivia e me mudei para a minha casa. Para trás, deixei muitas memórias e sonhos. Deixei um passado e deixei o projecto de um futuro que não chegou a acontecer.

Hoje, num sentido mais metafórico, abro uma nova porta: volto a estudar. Também abro esta porta cheia de planos e sonhos. ansiosa, entusiasmada, desejosa do que aí vem.

Todos os dias, em todo o Mundo, fecham-se portas e abrem-se portas. E se isso não nos faz seguir em frente, não sei o que fará.



(escrito ontem, enquanto esperava pela primeira aula)

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Da chuva...

É nestes dias que mais te sinto a falta...

Dias frios, cinzentos, tristes... Tão tristes como o aperto que sinto no peito.

É nestes dias que mais te quero. Anseio pelo teu colo e pelo teu abraço. 

O teu abraço, onde me aninhava e encaixava na perfeição. Nos teus braços grandes e fortes que se abriam para me receber.

É nestes dias que mais me lembro do que fomos. Do que não seremos.

Fomos tanto e não seremos nada.


domingo, 23 de outubro de 2016

Das coisas que eu questiono... - III


Sentimos falta do que nunca tivemos ou
sentimos falta do que achamos que vamos sentir quando tivermos o que nunca tivemos?

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Das coisas que eu questiono...

Tu me manques...


Gosto tanto, tanto desta expressão em francês. Mas gosto mesmo. E ela tem pairado na minha mente nos últimos dias. Não é um tenho saudades, não é um I miss you, é um sentir a falta de alguém, é um fazer-me realmente falta, é o sentir-me menos completa sem, é o faltar-me parte de mim.


Tu me manques...
Beaucoup.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Das estrelas aqui tão perto...

For my part I know nothing with any certainty, but the sight of the stars makes me dream.

Vincent Van Gogh


Por aqui, andamos assim. Com poucas certezas, mas muitos sonhos. Perco-me em sonhos. Em ideias, em anseios, em divagações.

Cansada de ter de tomar decisões. Cansada de tentar adivinhar o futuro. Cansada de não saber o que é o melhor para mim.

Ontem disseram-me que me ponho demasiada pressão. Que, dessa forma, não é possível que as coisas corram bem.

Sim. Não o nego. Mas como não o fazer? O tempo corre, o tempo voa, o tempo passa por mim e eu sinto que não saio do mesmo sítio.

Por isso, olho para as estrelas e sonho. Nos meus sonhos eu chego longe. Tão longe!...

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Do caos mental...

Passo os dias com mil e uma ideias de coisas para vir aqui escrever. Pensamentos soltos. Ideias. Devaneios. Memórias.

Não escrevo na altura e depois não me apetece escrever mais.

Se escrevesse, não ia fazer sentido.

Queria pôr a vida em pausa e fechar-me na minha bolha uns dias. Só uns dias.

sábado, 15 de outubro de 2016

Do ser mulher...

Hoje levei o meu carro à inspecção. Não foi a primeira vez, nem será, certamente, a última.

Mas hoje passou-se algo que me deixou a pensar.

O técnico que fez a inspecção ao meu carro foi o mesmo que já tinha a feito há dois anos atrás, e com  quem tinha feito alguma conversa de circunstância na altura.

Desta vez, ele foi, diria, excessivamente simpático. Ou mais descarado, vá. Dentro do razoável, do respeito, da boa educação, mas foi.

E eu deixei. Também porque as minhas circunstâncias há dois anos atrás não eram as que são hoje, mas porque, naturalmente, me soube bem ao ego.

Por outro lado, e o que me fez pensar foi isso, quantas vezes não nos vendemos nós para conseguirmos o que queremos? Quem nunca foi mais simpático para um funcionário numa repartição pública, na esperança de conseguir resolver um problema? Quem nunca apareceu com um café na secretária de um colega, antes de lhe pedir um favor? Quem nunca ajudou a mãe na cozinha, para depois lhe pedir autorização para sair? Quem nunca cedeu numa negociação, para a seguir pedir alguma coisa em troca? E isso faz de nós o quê, mesmo?

Ou não faz de nós nada porque é a base do relacionamento humano? O Carnegie diz que sim. 

Eu, confesso, se por um lado saí de lá a sentir-me mal comigo mesma, por outro, sei em consciência que não fiz nada de mal: fui simpática e estive 20 minutos a conversar com alguém (no meio de aceleradelas, piscas, trava e destrava, ...) que estava a prestar-me um serviço. Que sociedade é esta que me faz sentir uma vendida por isto?...

A conversa acabou com ele a convidar-me para participar nas vindimas da vinha dele no próximo ano e a pedir que o adicionasse no Facebook.

Nem uma coisa nem outra vão acontecer e o mais provável é que, para o ano, se ainda me lembrar disto, marque a inspecção noutro centro qualquer. Porque me sinto mal com isto.

Traumas. Tantos traumas nesta cabeça. Ignorem as partes sem sentido do texto. Ou ignorem o texto todo, vá. Vou dormir que bem preciso e amanhã é dia de corrida.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Da vida...


Um dia destes tive a oportunidade de assistir a um evento onde, entre outras coisas, se falou de motivação, de foco, de sucesso e de fracasso.

Calhou ser num dia em que estava a precisar de ouvir algumas coisas sobre estes temas. Ando mesmo a precisar de encontrar o meu objectivo, o meu propósito, o meu foco e o meu equilíbrio. 

Partilho aqui um dos vídeos que foi partilhado comigo. 


Conversa de treta à parte, há aqui muitas verdades e coisas que nos fazem questionar sobre o que andamos a fazer com a nossa vida...

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Dos passos atrás que são passos à frente...

Devia afastar-me. Devia retirar-me discreta e estrategicamente. Devia parar esta bola de neve que rola encosta abaixo, crescendo, crescendo, crescendo.

Adivinho o que vai acontecer no final e não vai ser bonito... A última coisa que eu quero é que alguém, este alguém, se magoe por minha causa.



Tenho mesmo de me afastar, não é?...

Das fotografias que dão alegria... - Day 286


Pastéis de nata e nutella, feitos no fim-de-semana.


Pergunto-me muitas vezes se em vez de estar a investir em formação em Marketing Digital, não devia investir num curso de culinária...

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Das palavras ditas ao vento...

Uma das coisas que mais me assusta em mim é a minha inconstância.

As flutuações de humor. As variações de estados de espírito. A facilidade com que chego ao fundo do poço. E a maior dificuldade com que volto a sair dele.

Cansam-me estas alterações constantes. Consomem-me. Deixam-me sem energia. Preocupam-me.

Como em tudo na vida, gostava de encontrar o meu equilíbrio. E de mantê-lo.

Gostava que as coisas fossem simples e lineares.

Mas não são. Nunca são, dirias tu.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Das pessoas...

Existem as pessoas que nos dão palmadinhas nas costas e existem as pessoas que nos espetam os dedos nas feridas.



Eu sempre gostei mais das segundas. Mesmo quando as odeio.

domingo, 9 de outubro de 2016

Das fotografias que dão alegria... - Day 283


A preparar o Natal. Uma das minhas alturas preferidas do ano. Por tudo e por nada.

Espero que este seja melhor do que os dois últimos... Não será difícil, não é verdade?

sábado, 8 de outubro de 2016

Das coisas a que não quero nunca mais voltar...


Tinha a sua piada, desafiar-te a irmos os dois. Era pessoa para isso, sabes? 

Sim, sabes.

Continuo a lembrar-me de ti muitas vezes quando corro. E não só quando corro, na verdade. Mas, sobretudo, quando corro. Quando me lembro de todas as dicas que me deste. Quando tento corrigir a postura. E a passada. E quando leio artigo atrás de artigo sobre alimentação. E quando tenho dúvidas. E quando penso que não sou capaz.

Podias ter outro nome. Podias ter praticado qualquer outro desporto que não atletismo profissional. Podias, não podias?

Claro que não podias.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Do ar que me falta...

Sento-me e vejo o mesmo filme desenrolar-se diante dos meus olhos, outra vez.

É óbvio. Tão óbvio.

E eu insisto em não querer ver. Eu insisto em negar que o céu é azul, que depois do dia vem a noite, que a Terra gira à volta do Sol.




Até quando?...

Da clareza que o tempo traz...

Tenho andado o dia todo a pensar no que escrever. Tenho andado o dia todo de coração apertado e nó na garganta. Já chorei, enquanto fazia uma viagem de 50 km. Já ri muito, enquanto matava saudades dos sobrinhos. Já pensei e repensei tudo o que me passa pela cabeça ultimamente e fujo de admitir aquilo que me parece cada vez mais óbvio.

Há um ano atrás a minha vida deu uma volta de 180 graus. Há um ano atrás, num dia em que não foi feriado, eu fui trabalhar com apenas duas horas de sono em cima, depois de uma noite que nunca esquecerei. Há um ano atrás, tudo aquilo em que acreditava desmoronou-se e eu fui confrontada com uma nova realidade. Há um ano atrás, fiquei sem chão, sem ar, sem forças. Há um ano atrás, achei que não ia sobreviver e que o Mundo ia acabar.

Hoje? Tenho a certeza de que foi o melhor que me podia ter acontecido. Obrigada.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Das coisas que eu oiço...

Cansam-me as pessoas. As mentalidades. A sociedade actual. O acharmos que podemos tudo. O acharmos que temos direito a tudo.

Há dias, a propósito de uma conversa sobre os atrasos no Serviço Nacional de Saúde, ouvi alguém dizer que no privado era igual, mas que era pior porque se pagava. A mesma pessoa dizia também que, recentemente, tinha chegado 15 ou 20 minutos atrasada a uma consulta e que tinha sido chamada à atenção por isso. E estava muito ofendida por estar a pagar para ser atendida assim. E achava-se coberta de razão.

Eu fiquei calada, que a conversa não era comigo. Mas caiu-me mal o almoço, confesso, e não pude ficar indiferente.

Se há coisa que me aborrece profundamente é que me desrespeitem, desrespeitando o meu tempo. Eu tenho, em média, cinco a seis reuniões por semana. Se em cada uma delas houver um atraso de 20 minutos, posso perder até duas horas da minha semana. E duas horas da minha semana são demasiado valiosas para que eu as desperdice à espera de alguém.

Da mesma forma, não gosto de deixar os outros à espera. Chego a horas às minhas reuniões. Não me atraso para as minhas consultas, sejam elas no público ou no privado. Evito ao máximo atrasar-me nos compromissos pessoais. Claro que há excepções, há imprevistos, mas são isso mesmo: excepções e imprevistos. Não são a regra. E fazem-me sentir mal e levam-me a pedir desculpa e a justificar-me. Porque do outro lado estão pessoas. Pessoas como eu. Pessoas com agendas, com o seu tempo contado, com mil e uma coisas para fazer, que não incluem estar à minha espera.

Custa assim tanto ter um pouco mais de respeito pelo outro, como gostamos que tenham por nós?

Os devaneios Agridoces mais lidos nos últimos tempos...