E ao terceiro dia, decidimos ter um dia mais calmo, sem grandes trilhos, só passeios e teleféricos.
Seguindo uma dica do Filipe Torres (obrigada, mais uma vez!), fomos visitar um sítio um pouco menos conhecido: a Gorges de la Diosaz, uma garganta de água que surge no meio das rochas e que nos proporciona um espectáculo incrível.
Mais uma vez, chegámos lá pouco depois da hora de abertura, e conseguimos ter uma visita muito tranquila, com tudo praticamente só para nós.
A melhor forma de descrever a experiência é dizer que me fez lembrar os Passadiços do Paiva. Há um caminho, sendo que a maioria é em passadiço de madeira, que tem no total 2,5km (ida e volta, mais coisa menos coisa), que corre ao lado do curso de água, e que nos leva pelo meio da floresta e das rochas até à garganta. É muito verde, muito fresco, muito surpreendente em cada curva que fazemos. Há zonas de água super calma, e zonas em que água tem uma força brutal, vencendo os declives do terreno, ultrapassando as rochas e criando pequenos grandes rápidos.
Conseguem ver o dragão? Há toda uma lenda à volta disso! |
Achei curioso a forma como ao longo do percurso nos vão contando a história daquele sítio, que surgiu da vontade de um só homem, que queria que toda a gente lá pudesse ir e pudesse conhecer a beleza única daquele lugar. Também achei curioso explicarem como é feita a manutenção do espaço, a necessidade de recorrerem a helicópteros quando é necessário levarem materiais de construção para reparar algum troço, e a decisão de deixarem a natureza fazer o seu curso, sempre que caem árvores e rochas, em tempestades, por exemplo, sempre que isso não ponha em causa a segurança do percurso. É um sítio ainda muito natural, passo a redundância, mas onde se vê que a presença da mão humana é só mesmo a mínima e indispensável. Gente sensata, aquela!
O percurso termina aqui, onde vemos o local de onde surge a água! |
Entre muitas e variadas fotos, andámos lá quase uma hora e meia, e foi bem giro! Pagámos 6,50€ cada um, e há lá uma loja com souvenirs e um café simpático com esplanada. Vale a pena sair de Chamonix e fazer os cerca de 15km para ir até lá!
Aproveitando que estávamos naquele lado do vale, decidimos continuar a explorar a zona de Les Houches, onde há dois teleféricos: o Prarion e o Bellevue. O meu plano inicial era subir pelo Prarion e descer pelo Bellevue, mas o meu plano foi vetado, porque apesar de cá em baixo eles serem relativamente perto, lá no cimo do monte eles são bastante afastados, e houve alguém que achou que não era boa ideia fazermos mais um trilho de duas horas.
Subimos então pelo teleférico, até aos 1853 metros de altitude, e demos uma voltinha pela zona para ver as vistas. Estava um tempo espectacular e ver o vale daquela perspectiva era bastante diferente.
Mais uma volta para ver as vistas, e lá fomos nós para baixo de teleférico.
Encontramos um mapa e eu começo a perceber que estávamos relativamente perto do Col de Voza (30 minutos, segundo as placas), e ainda por cima o caminho era a descer, e que depois de lá podíamos apanhar o Tram do Mont Blanc para Bellevue, onde podíamos apanhar o teleférico para baixo. Afinal, íamos conseguir cumprir o meu objectivo inicial: fazer os dois teleféricos (tinha de fazer render o Multi Pass, não é verdade?).
E lá fomos nós! E que giro que foi! As paisagens aqui eram completamente diferentes. À nossa volta tínhamos, essencialmente, campos de pasto a perder de vista. Eram só prados verdes, onde a qualquer momento podiam aparecer vacas, ou, quiçá, a pequena Heidi em pessoa! Foi mais um momento em que eu fiquei maravilhada com os contrastes que encontramos por aquelas bandas.
Chegados ao Col de Voza, onde há um pequeno hotel onde deve ser incrivel ficar alojado, ficámos a saber que ainda tínhamos muito tempo até à passagem do Tram seguinte... Tivemos de fazer o sacrifício de ficar a passar o tempo numa esplanada amorosa, rodeada de verde e de montanhas...
Apanhámos então o Tram, a que havíamos de voltar na sexta, e saímos em Bellevue, que era a estação seguinte.
Mais uma volta para ver as vistas, e lá fomos nós para baixo de teleférico.
Como tínhamos deixado o carro junto ao teleférico de Prarion, ainda foram cerca de 20 minutos a pé até lá, mas que se fizeram bem.
Estava explorada a zona de Les Houches e estava feito o dia... Regresso à casa da Heidi, para descansar as pernas, que bem precisavam. Faltavam cerca de 40 horas para o OCC...
Ora aqui está mais um belo artigo! Curiosa a comparação com o artigo anterior. Ambos locais bem belos mas bem diferentes.
ResponderEliminarE sim, gente sensata!
O único problema deste artigo é que nos aguças a curiosidade com a lenda do dragão e depois não contas...
Beijinhos e venha o próximo :)
Em Chamonix é tudo bonito :)
EliminarE agora tens mais um motivo para lá ir :)
Um beijinho