[Look
around you, at your immediate surroundings. Pick an object. Personify (become)
this object and write a story from the perspective of the object. What is it
thinking, feeling, and contemplating each day? What does it spend the day
doing?]
Olá!
Eu sou o Snow. Não sei bem ao certo mas dizem que tenho
cerca de um ano. Já passei por muita coisa na vida, mas não gosto de falar
sobre isso.
Em Março andava na rua, numa colónia com outros gatos (que
não gostavam de mim) e, de vez em quando, aparecia uma senhora muito simpática
que nos dava comida. Um dia, essa senhora apareceu com uma menina muito gira e
enfiaram-me numa caixa. Entrámos num carro e eu não estava a gostar nada
daquilo. Bem miei, mas elas ignoraram-me. Como se não bastasse, levaram-me ao
veterinário. Não foi muito mau, até. Deram-me imensas guloseimas (e se eu
estava esfomeado!...), muitos mimos e deixaram-me ir embora. Puseram-me outra
vez na caixa, e voltei a andar de carro. Voltei a miar. Detesto andar de carro,
mas parece que ninguém quer saber.
A tal menina muito gira trouxe-me para esta casa, onde tenho
passado os últimos dois meses.
Gosto muito de aqui estar. Não há mais gatos a querer lutar
comigo nem a roubar-me a comida. Aliás, mesmo que houvesse, a comida parece que
se multiplica por artes mágicas porque nunca acaba. De cada vez que vou à taça
da comida, está lá mais e mais e mais. Eu bem tento comê-la toda (e olhem que
como muito!), mas ela não acaba.
Os meus dias são muito complicados!... Puseram-me uma cama
colada à janela, onde passo horas infinitas, e tento conversar com os pombos e
com as gaivotas, mas acho que eles não me percebem. Por vezes, apanho tanto Sol
que fico cheio de calor e tenho de me mudar para a minha outra cama. Ou para a
cama da menina gira. Ela diz que é a minha dona. Eu não sei bem o que isso quer
dizer mas acho que não gosto da ideia de alguém ser dono de mim. Eu sou um
gato. Sou livre. Toda a gente sabe que os gatos não são de ninguém. Somos muito
independentes. Toda a gente sabe.
Sim, também vejo Game of Thrones. Parece que o meu nome vem
de lá, por eu ser bastardo e ter vindo de uma muralha (bom, na verdade era um
muro com um metro de altura – mas era onde estava na primeira vez em que os
meus olhos se cruzaram com os da menina gira).
Durante o dia também gosto de brincar com os meus
brinquedos. Não imaginam o que eles me fazem!... O peixe e o rato fogem de mim
e escondem-se debaixo do sofá e depois eu não consigo tirá-los de lá
sozinho!... Já durante a noite, gosto de brincar com os meus amigos invisíveis.
E gosto de miar. Adoro miar. Passo os dias e as noites a miar. Mas, mais uma
vez, sinto-me muito incompreendido porque a menina gira ralha muitas vezes
comigo. Bom, na verdade ela só ralha comigo quando eu decido miar à uma da
manhã. Ou às cinco. Ainda não lhe consegui explicar que isto é um código que eu
tenho com os outros gatos do prédio!...
Além disso, às vezes, sou muito chato e destruo muitas coisas.
Mas não é por mal. A sério. No fundo, sou um gato amoroso, só que tenho demasiada
energia e preciso de gastá-la.
Agora vou ali dormir mais uma sesta, que esta noite combinei
ir a uma festa. Às três da manhã. Vemo-nos lá?
Então esse fedelho era um menino de rua... Isso explica o comportamento dele. Dois meses, não é? Ainda se está a habituar. Ele já deve ter-te agradecido uma data de vezes, mas eu agradeço-te também por teres tido esse gesto de bondade e, com toda a probabilidade, teres salvo uma vida. Uma vida que merecia ser salva como merecem ser salvas todas as vidas humanas... Uh, bem em relação a vidas humanas... nem todas!
ResponderEliminarEle agradece com turras e ronrons, e eu agradeço-lhe com mimos e comida :)
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