quarta-feira, 18 de maio de 2016

Dos desafios de escrita – Day 5 – Adrenaline Rush

Neste dia é suposto falar sobre a última vez que tive um “pico de adrenalina” e o que senti. A própria tradução e o conceito não são, para mim, muito claros… E o tema não é nada fácil.

Pelo que consegui perceber, o conceito de “adrenaline rush” está ligado a situações extremas, muito próximas dos ataques de ansiedade e de situações de pânico. 

Não me consigo lembrar de nenhuma situação dessas nos últimos tempos. Ou melhor, lembro-me de uma, que não sei se se adequa, e da qual não quero falar aqui.

Mas posso falar da ansiedade e do pânico. Ainda que talvez não pareça, eu sou uma pessoa ansiosa. Sou, sobretudo, uma pessoa que lida muito mal com aquilo que não controla. Assim, tudo o que sejam situações que fogem ao meu controlo, podem ser complicadas para mim.

Recentemente, num dia em que o metro estava particularmente cheio, em que eu estava completamente esmagada, e em que as portas se fecharam mas o metro teimava em não arrancar, tive de fazer um esforço tremendo para me controlar. 

Não sei se isto acontece às outras pessoas, se é normal, ou se sou eu que sou meio avariada. Mas naqueles um minuto ou dois (que me pareceram dez ou vinte), eu estive numa luta constante no meu cérebro, a tentar racionalizar. Eu não conseguia respirar, eu sentia que o ar que inspirava não me dava oxigénio suficiente, eu achava que não ia aguentar. Não me podia mexer, só inspirava aquele maravilhoso ar super saturado, tinha calor, e só pensava que precisava sair dali. Para quem nunca passou por isto, talvez não faça sentido nenhum. Mas é mesmo desesperante. Passou-me pela cabeça começar a berrar, a esbracejar e a empurrar pessoas para me deixarem chegar ao meio da carruagem, onde teria mais algum espaço. Mas depois pensava que isso era ridículo. Pensava que estava a viver uma situação perfeitamente normal e que dificilmente alguém já teria morrido por asfixia no metro.

Para mim, aquela foi a viagem de metro mais longa de sempre, ainda que tenha sido apenas uma paragem… 

Lido muito mal com espaços fechados, apertados, cheios de gente. Acho sempre que não estou a conseguir respirar e tenho sempre de fazer um esforço para me concentrar e ser racional. Ainda há um mês, no concerto de Florence, em plena plateia da Meo Arena, a meio do concerto, eu comecei a sentir o mesmo. Estão a imaginar o que é estar numa sala de espectáculos, com milhares de pessoas à minha volta, e, de repente, lembrar-me que não estou a conseguir respirar?... Foi maravilhoso… Mais uma vez, tentei parar para pensar, tentei concentrar-me na respiração, tentei pensar que estava a ser ridícula. Mas é uma luta difícil entre o meu eu sensorial, e o meu eu racional. O tempo tem-me ajudado a lidar melhor com isto, já houve alturas bem piores. Continuo a ser a única pessoa que se preocupa em reparar em coisas como saídas de emergência quando está num espaço cheio de gente. E sim, pensar nisso não ajuda, mas é inevitável. Mas estou melhor. A sério que estou. E o tempo há-de continuar a ajudar.



Não sei se respondi ao tema ou não, mas já expus aqui o meu lado mais maluquinho… Podem mandar internar-me!

2 comentários:

  1. Já reservei para ti o melhor quarto no Julio de Matos, fica na cave sem janelas, 8 m2 de espaço e WC partilhado. Para tratar de ti.. um Enfermeiro obeso, gorduroso, barba por fazer e que anda sempre a tremer o lábio e o olho esquerdo. Acho que ficas bem entregue! :P
    Acho que não tens nada demais, até acho que és bastante forte visto conseguires controlar esse teu impulso, dou-te os meus parabêns. Eu também não gosto de multidões.. mas não entro em panico.. é sempre na boa :)
    No que toca a saídas de emergência.. acho mto bem pensares nisso.. pelo menos ficas a saber onde é! Claro que sabes que se houver alguma coisa, vais na direção em que a multidão corre.. e não para onde queres :)
    Eu nos museus ou outro local qualquer, em vez de ver a "paisagem", reparo nas luzes fundidas, portas a chiar, infiltrações...cada um com a sua panca! Se quiseres... faço-te companhia no Julio haha :)

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    1. Não arranjas nada pior, não???

      Ahahahah como vês, cada maluco, suas manias... É mesmo melhores pedires um quarto para ti também! :)

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