sábado, 21 de maio de 2016

Dos desafios de escrita – Day 6 – Top Ten

[Think back about the last year. Write out a list of your top ten memories or highlights from the last year. What are the best standout memories? What do you cherish about last year? Why do these memories in particular stand out? 
Bonus: thinking about this upcoming year, what will you have to do differently or new in order to make more memories like these?]*


Quem já cá anda há mais tempo, e leu coisas como esta, sabe que 2015 não foi um ano fácil para mim. Muito menos foi um ano do qual guarde muitas e boas recordações, ou para o qual vá olhar de forma muito saudosa no futuro. No entanto, e exactamente por isso, foi um desafio extremamente interessante este, o de registar aqui as dez melhores memórias que guardo de 2015. Porque mesmo num ano difícil, existem sempre coisas boas. E este darmos um passo atrás, para vermos o quão sortudos somos, mesmo no meio de coisas menos boas, é todo um exercício de gratidão que eu gostei muito de fazer.

Seguem-se as minhas memórias, sem nenhuma ordem específica.

1 – Viagem a Paris – em Junho voltei a Paris. Já lá não ia desde 2000 e foi maravilhoso receber este presente de aniversário. Não gosto particularmente de Paris, mas estava a ressacar de arte, de grandes obras, de ver os meus pintores favoritos. E vim de lá de alma e coração cheios!...

2 – Conhecer mais um sobrinho – já aqui referi que as relações familiares nem sempre são as melhores com todos os elementos da família, mas é sempre bom ver a família a crescer,com mais um sobrinho.

3 – 60º Aniversário do meu pai – esta memória tem tanto de bom como de mau. Foi um dia bem passado e foi o culminar de uma surpresa que andei a preparar para fazer ao meu pai. Mas foi também um dia difícil, para mim, porque aceitar que o meu pai tem 60 anos, quando no meu imaginário quem tem 60 anos já é velho, foi (e é, e continuará a ser) muito complicado de gerir. 

4 – Curso de Gestão de Marketing – numa altura em que a minha vida estava de pernas para o ar, na semana em que me tiraram o tapete, em que eu fiquei sem chão, sem ar, sem rumo, fiz este curso que não só foi importante para mim em termos profissionais, como me permitiu conhecer alguém que me obrigou a parar para pensar na minha vida profissional e, talvez, também pessoal.

5 – Primeira vez que vi a minha casa – dois dias depois de a minha vida dar uma volta tremenda, vim ver esta casa. E gostei. Gostei dela na primeira vez em que a vi. Gostei da luz que não vi mas adivinhei, gostei do chão claro, gostei da mini-cozinha amorosa, gostei do roupeiro enorme. Gostei das boas energias que a casa me transmitia e do calor que lhe sentia. Não vi mais nenhuma casa. Dias depois, assinei contrato, fiz as mudanças e passaram-se apenas 19 dias até dormir aqui a primeira noite. 

6 – Gratidão – no seguimento do que descrevi no ponto anterior, em que em três semanas saí de casa, a ajuda que recebi dos outros foi fundamental. Assinei contrato e recebi a chave da casa a uma Quarta-Feira e no Domingo já estava a devolver a chave da casa onde estava, e a dormir a primeira noite na casa nova. Fiz 90% das mudanças sozinha. E custou. Custou muito. Mas no Sábado de manhã tive a ajuda de dois amigos para alguns móveis e coisas mais pesadas, e fiquei-lhes muito grata por isso. Também tive a ajuda de um perfeito desconhecido, que ao ver-me carregar mil coisas sozinha, me ajudou com o que faltava pôr no carro. E, acreditem, ser ajudado por um desconhecido nos dias que correm, é qualquer coisa que mexe connosco. É algo que nos faz ter fé no Mundo e na Humanidade. Por último, a ajuda dos meus pais. Que já me viram fazer mais mudanças, que já me ajudaram noutras vezes, e a quem, desta vez, não pedi ajuda. Mas, claro, ajudaram de outra forma. E foi toda uma pequena aventura ir com o meu pai ao IKEA comprar o meu sofá. O meu sofá que montei sozinha e que adoro. O meu sofá que o meu pai fez questão de me oferecer, deixando-me de lágrimas nos olhos em pleno IKEA. Na minha família não há muitas demonstrações de amor, mas depois há estas coisas. Estas formas de dizer que eles estarão lá sempre para mim e que me ajudarão sempre e que nunca deixarão que me falte nada. Aprendi também, em 2015, que há poucas coisas melhores do que chorar por nos sentirmos privilegiados pelas pessoas que temos à nossa volta.

7 – Ver o meu trabalho, mais uma vez, a ser recompensado, mas não tanto quanto gostaria, e decidir que tenho mesmo de sair dali – já aqui falei algumas vezes do meu trabalho e da vontade de sair dali. Em 2015 essa vontade tornou-se mais clara. Ainda que tenha tido mais um aumento e um bom prémio anual, não chega.

8 – Viagem à Alemanha e Holanda – viagem em família, que incluiu visita à família. Rever Hamburgo, conhecer Amesterdão e outras cidades. Mais arte, mais cultura, muita comida e bebida. Não me canso de viajar!...

9 – O meu aniversário – quando fiz 31 anos fiz uma grande festa em casa. Eu gosto muito de fazer anos e se há coisa de que gosto é de receber pessoas. E adorei ter a casa cheia das minhas pessoas. Bebi demais e o meu estômago não gostou mas, tirando isso, gostei mesmo muito do dia e da noite.

10 – Um reencontro inesperado – ainda que as coisas não tenham acabado da melhor forma, Dezembro trouxe novamente à minha vida alguém com quem passei muitos e bons momentos. Foi extremamente importante para mim, para poder ultrapassar os traumas recentes, para perceber que o que me tinha acontecido não era o fim do mundo, para perceber que tinha (e tenho) a vida toda pela frente.

Não sei se alguém vai ter paciência para ler tudo isto. Eu sei que vou gostar de reler de cada vez que me sentir a ir abaixo. Entretanto, já chorei baba e ranho e já exorcizei mais alguns dos demónios que aqui ficaram do ano que passou.

*vou passar a incluir aqui também a explicação do título do desafio porque acho que ajuda a perceber certos textos.

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