Há, julgo eu, uma fase na vida pela qual todos (ou quase) passamos.
É a fase em que decidimos como queremos levar a vida.
É a fase em que questionamos tudo e todos.
É a fase em que tentamos perceber o que nos rodeia. Quando nos perguntamos se isto é realmente tudo uma grande treta ou se, pelo, contrário, vale a pena acreditar.
E até que ponto conseguimos nós acreditar? Até que ponto resistimos nós à tentação de nos transformarmos numa pequena grande cabra fria e egoísta, who doesn't give a shit?
Há momentos em que parece mais fácil baixar os braços e deixarmo-nos ir com a corrente.
Há momentos em que esta coisa do eu acredito num mundo melhor, mais cor de rosa, onde as pessoas são genuinamente boas, onde não há maldade porque sim, onde a confiança e o respeito realmente significam alguma coisa... Dizia eu, há momentos em que até a mim isto cansa.
Mas na maior parte dos dias eu acredito, piamente, que todos temos nas nossas mãos a possibilidade de fazer do Mundo um sítio melhor.
E custa, custa mais um abanão. Custa mais um abrir de olhos. Custa mais um murro no estômago.
Custa perceber que é, e vai ser sempre, a mesmíssima merda.
Há dias em que se torna realmente difícil continuar a acreditar.
Há dias em que apetece, verdadeiramente, esquecer essas tretas todas e fazer o que vemos fazer à nossa volta.
Há dias que custam com'ó raio.
Há dias.
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