Há três meses atrás, a 24 de Agosto, eu estava no Algarve, meti-me num Expresso e fui a casa fazer as malas. E voltei para casa dos meus pais.
Sim, eu e o meu marido separámo-nos nesse dia. Só meia dúzia de pessoas souberam. Daí os posts sem sentido, o querer falar e não poder, o sentir-me aprisionada no meu próprio blogue. Porquê? Porque era demasiado pessoal. Porque ainda estava tudo demasiado incerto. Porque a confusão que tinha tomado conta de mim, não tinha nada que tomar conta do blogue. Fechei-o por uns dias, disse umas baboseiras, mas depois pensei que, no matter what, a vida continua, e cá continuei com os meus devaneios.
Foram tempos difíceis? Foram. Chorei baba e ranho? Chorei. Revoltei-me? Revoltei. Tentei perceber? Tentei. Pensei muito? Pensei.
E há dois dias atrás voltei para casa. Para a casa a que eu ainda não consigo chamar minha, muito menos nossa. Aos poucos, vou voltando a encher os armários e as gavetas com as minhas coisas. Aos poucos, vou repondo as coisas nos sítios onde gosto de as ver. Aos poucos, vamo-nos habituando a viver juntos outra vez, porque já nenhum de nós sabia bem o que isso era. Ele diz que eu falo demais, que estou muito eléctrica. É da medicação, digo eu. Ou então, é simplesmente por estar de volta a casa. Mesmo que ainda não sinta bem esta como a minha casa, foi bem pior nos últimos três meses sentir que não tinha casa nenhuma.
Por que é que falo nisto agora? Porque agora já passou. Agora já foi o temporal, a confusão, o caos na minha cabeça e na minha vida. Agora, já não vão existir as palavras de comiseração, de pena, de "coitadinha", que eu temia ao expôr aqui algo tão íntimo.
Não. Agora está tudo bem. Mais bocado, menos bocado, estou aqui. Inteira, ou quase. Agora, dizem, é uma questão de tempo. Vamos ver, vamos ver.
Tiny little note: nem a ida ao psiquiatra está relacionada com a separação, nem a separação com a ida ao psiquiatra. A ida ao psiquiatra era algo para que me andava a mentalizar há mais de seis meses, por saber que precisava. São MESMO coisas independentes.
Tiny little note: nem a ida ao psiquiatra está relacionada com a separação, nem a separação com a ida ao psiquiatra. A ida ao psiquiatra era algo para que me andava a mentalizar há mais de seis meses, por saber que precisava. São MESMO coisas independentes.
És cheia de força! ;) a sério... mesmo! Muitas felicidades e espero que consigas agora ter o que perdeste por algum tempo. beijocas
ResponderEliminarNão costumo comentar, mas sigo-te e gosto muito de ler.
ResponderEliminarAdmiro-te mesmo.
Pela coragem e pelo desassombro com que abordas a depressão e os obstáculos da vida (ainda é um estigma tão grande estar doente, assumir fragilidades...)
Abraço enormissimo
Acho muito corajoso da tua parte colocares aqui esse episódio tão marcante e pessoal. Podias ter voltado à normalidade sem te expores ou te justificares, e acho isso muito honesto e refrescante.
ResponderEliminarForça para a nova etapa, para ultrapassares os despojos desta fase.
Sinto que o pior já passou e fico contente por isso.
:)
Tu tiveste o discernimento de procurar ajuda quando sentiste que não estavas bem. Com certeza que agora vais continuar a tê-lo e a lutar por ti e pelo que te faz feliz. Estou a torcer muito por ti :)
ResponderEliminarUm grande beijinho
Tal como já foi referido nos comentários anteriores, acho que foi um acto de enorme coragem! Se eu um dia saísse acho que jamais voltaria a entrar, fosse pelo que fosse!
ResponderEliminarBeijinhos,
Bomboca do Amor.
Desde que estejas bem é o que importa...e que daqui para a frente venham só coisas boas :)
ResponderEliminarFiquei de boca aberta.
ResponderEliminarDesejo que as coisas se recomponham aos poucos. Sem pressas.
Um beijinho grande grande no coração.
Se for isso que queres, força. Espero que tudo te corra bem de futuro. As melhoras e muita força. Bjs
ResponderEliminarAgora que tudo está mais calmo, e a confusão está a dar tréguas para que a tranquilidade se volte ao seu lugar, desejo-te o melhor e muitos sorrisos no coração.
ResponderEliminarBeijinhos