terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Das marcas quase imperceptíveis da passagem do tempo...

Ontem, mais uma vez, dei comigo a pensar sobre estas marcas do tempo que a vida nos vai mostrando. Que nos vai deixando. Como uma pequena ruga que nos surge no rosto, dia após dia, sem que nos apercebamos a não ser quando vemos as fotografias antigas e fazemos as inevitáveis comparações.


O tempo passa e a nossa vida muda. E nós crescemos, nós envelhecemos.

Ontem, enquanto estava no quarto velório em menos de um ano, dei comigo a pensar que crescer também é este aprender a lidar com a morte e a sua inevitabilidade. 

Crescer é ver a morte tornar-se banal. Não tão banal que deixe de nos chocar, mas banal ao ponto de quase aprendermos a aceitá-la. 

O tempo passa, a nossa vida muda e a morte começa a fazer parte da nossa vida. E nós crescemos, nós envelhecemos. 

Primeiro, passa apenas à nossa janela, acena-nos ao longe quando ouvimos falar na morte daquela tia afastada que víamos uma vez por ano. Depois, começa a aproximar-se, a pouco e pouco. Até ao dia em que nos entra pelo peito adentro em toda a sua força.

E nós crescemos, nós envelhecemos.

2 comentários:

Os devaneios Agridoces mais lidos nos últimos tempos...