sexta-feira, 21 de maio de 2010

Das coisas de que eu nunca falei aqui... - Parte II

Depois de ler e reler o que aqui escrevi há dias, chego à conclusão que talvez não o devesse ter escrito. Tenho medo de ter passado a mensagem errada, de me ter exposto em demasia... Porque é que eu o escrevi? Porque estava mesmo perturbada, irritada, alterada. Porque precisava de despejar tudo aquilo e achei que mais valia fazê-lo aqui, do que dizê-lo a quem o merecia ouvir, correndo o risco de me arrepender depois. A minha vida não é uma desgraça, nem eu sou infeliz por isto ou por tudo o que se passou. Simplesmente, gostava que a minha mãe soubesse que não esteve presente nos momentos mais importantes dos dez últimos anos da minha vida. Nem nos bons, nem nos maus. Gostava que ela tivesse noção disso e se pusesse no seu lugar. Gostava que ela soubesse que, quando olho para trás, não era ela que lá estava. E, assim sendo, ela não tem o direito de me exigir o que quer que seja.

Mas ela não entende isso. E a saga continuou via telemóvel. E eu, depois de umas horas a meditar no assunto, respondi-lhe à altura. Disse-lhe o que ela queria, e o que não queria, ouvir. Disse-lhe que, ao contrário do que ela afirmava, não era a minha única mãe. E que, no mínimo, devia respeitar a Ana, que sempre tentou relacionar-se a bem com ela, e que acolheu os filhos dela como se fossem seus.

A minha vontade, sendo absolutamente honesta, era voltar a cortar relações com ela. Mas não o faço. Não o faço pela minha irmã, e por uma ou duas pessoas na família dela. Mas é mesmo só isso. Porque não vejo mais razão nenhuma para tentar manter uma relação com ela. E, sinceramente, acho que já não tenho idade para andar a fazer as coisas por favor. Tenho a minha vida para viver e começo a achar que é um desperdício de tempo e de energias. Com tanta coisa boa para viver, não faz sentido andar a desperdiçar o meu tempo assim. 


Assunto encerrado.

2 comentários:

  1. Sempre que isso te acontecer o melhor é ouvires o teu coração. Ele irá dar-te a resposta. A sério, concordo em pleno contigo, já não temos de fazer fretes. Temos de ser felizes e estar rodeados daqueles que nos fazem sentir bem e nos amam e cuidam como precisamos.
    És muito importante, não tenhas a menor dúvida disso, principalmente porque crescer sem aquela "figura" que é a base da nossa estabilidade emocional, não deve ter sido nada fácil.
    Um beijo grande

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  2. Sim, acho que foi isso que fiz. Talvez não totalmente, mas quase :)

    E sabes, a verdade é que não foi assim tão difícil. Mesmo! Um dia explico porquê :)

    Beijinhos!

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