sábado, 29 de agosto de 2020
Das fotografias que dão alegria... - Day 242
quinta-feira, 27 de agosto de 2020
Das fotografias que dão alegria... - Day 240
A foto não é de hoje. Obviamente e lamentavelmente.
É de há um ano. Em Chamonix. Numa das viagens da minha vida, numa outra vida, num outro tempo.
Sei que nunca mais vamos viajar como viajávamos, mas sei que um dia gostava de levar a Isabel a percorrer aqueles trilhos.
terça-feira, 25 de agosto de 2020
Dos 2 meses da Isabel...
segunda-feira, 24 de agosto de 2020
Da Gravidez... - XVII (ou da [in]fertilidade...)
Uma pessoa passa a vida a ouvir histórias de pessoas que engravidam sem querer, que engravidam só por respirar, que engravidam à primeira, e mais um sem fim de coisas que nos fazem acreditar que engravidar é fácil. Uma pessoa fica a achar que é só fazer o amor e puff... Fez-se o bebé! (só para quem se lembra do anúncio do Chocapic).
Depois uma pessoa depara-se com a realidade, que é bem diferente do que vemos nos filmes e ouvimos nas histórias, e percebe que engravidar pode não ser assim tão fácil.
Numa outra vida, eu já tinha tentado engravidar durante um ano, pelo que já sabia que não era fácil.
Desta vez, com mais uma cirurgia pelo meio e mais uns aninhos em cima, eu sabia que ia continuar a não ser fácil. Mas quis fazer diferente. E a melhor forma de fazer diferente, é informarmo-nos. E eu informei-me. Muito.
Antes de mais nada, tive de esperar que passasse o tempo necessário após a minha cirurgia. Depois disso, e de termos a certeza de que era isto que queríamos e que estava na altura certa (se é que isso existe!...), fiz os exames habituais para ter a certeza que estava tudo bem, e comecei a tomar a suplementação recomendada.
Depois disso, fui então informar-me. Comecei pelo trabalho da Patrícia Lemos, com o seu Círculo Perfeito. Vasculhei o seu site de uma ponta à outra, devorei o seu ebook, li tudo o que tinha no Instagram. E eu aprendi. Aprendi tanto, tanto, tanto sobre mim e sobre o meu corpo, que fiquei a achar que passara 35 anos da minha vida completamente a leste do que se passava em mim. Sem fundamentalismos nem extremismos, mas a verdade é que somos muito mal preparados para estas questões do auto-conhecimento e da fertilidade. Acho que todas as mulheres deviam ler o ebook dela e perder um bocadinho de tempo a pensar sobre este tema, que não tem nada a ver com querer engravidar.
Ainda me choca a quantidade de mulheres que oiço dizer que tomam a pílula para regular o período, ou que usam aplicações para ver o dia da ovulação (que, curiosamente, calha sempre no meio do ciclo...). Não critico, não condeno, não censuro. Eu também era assim. Mas, depois, informei-me. E agora sinto-me um bocadinho no dever de informar e espalhar a palavra pelas pessoas à minha volta.
Nesta luta para perceber melhor o meu corpo e o meu sistema reprodutor, também comprei a bíblia da fertilidade feminina: o livro Taking Charge of Your Fertility. Mais uma vez, não se trata apenas de conseguir engravidar. Trata-se, acima de tudo, de entender o nosso corpo, saber percebê-lo, conhecê-lo e ler os seus sinais.
Em ambos os casos, é abordado o Método Natural de Fertilidade (Fertility Awareness Method), que é um método que ajuda a engravidar, evitar uma gravidez e, acima de tudo, a conhecer o nosso ciclo e detectar eventuais problemas (as hormonas que produzimos dizem muito mais sobre nós do que poderíamos imaginar). Foi assim que eu comecei a olhar para mim e para o meu ciclo com outros olhos, a estar atenta aos sinais, a fazer o registo da minha temperatura basal, a olhar para gráficos e curvas. Aqui sim, existem aplicações que podem ser úteis, desde que devidamente alimentadas com a informação necessária (a informação é mesmo tudo e, sem ela, não há milagres).
Foram meses de descoberta, de aprendizagem, sempre com um sentimento de choque em relação ao quão mal andei a tratar o meu corpo durante tantos anos!... Não percebo como é que não há mais informação e mais atenção a um tema tão importante, e andamos a encher as adolescentes, e futuras mulheres, de pílulas, só porque sim e porque é mais prático.
No meu caso, mesmo assim, a coisa não foi tão rápida como gostaria, e em Setembro passado tive uma consulta na MAC. Nessa consulta, e perante o meu historial e a minha idade, a obstetra decidiu encaminhar-me para a Consulta de Apoio à Fertilidade. Ainda me lembro do que me custou subir as escadas até esse departamento, o ar pesado que lá senti, e a quase vergonha ao dizer que estava ali para me inscrever naquelas consultas. Deram-me um monte de papéis para preencher com dados meus e dele, pediram-me para aguardar uns minutos que pareceram horas, e fizeram uma primeira consulta de triagem. Aí, disseram-me logo: os tempos de espera para a primeira consulta eram de cerca de um ano.
Como se não bastasse o que custa uma pessoa andar a tentar e, mês após mês, não conseguir, ainda tem de esperar um ano por uma consulta de especialidade, numa especialidade que, só por si, luta contra o tempo. Triste país o nosso, no que toca à saúde!...
Apesar de tudo, do choque do encaminhamento para esta consulta, do choque do tempo de espera, do abanão que levei, ao fim de uns dias eu consegui mentalizar-me que isto não era uma sentença de morte. Que era apenas uma recomendação da médica, uma forma de "pouparmos" tempo se eu não conseguisse entretanto, porque os tempos de espera eram mesmo absurdos. Apesar de tudo, eu tentei não desanimar, continuei a cuidar do meu corpo, continuámos a tentar.
No ciclo seguinte, engravidei.
Nove meses depois, no mesmo dia em que eu soube que ia fazer uma cesariana, no preciso instante em que saía dessa consulta, toca o meu telemóvel e eu vejo no ecrã: MAC. Era para marcarem a primeira consulta.
Coincidências ou curiosidades da vida. Nem sei...
Isto tudo para dizer: informem-se, leiam, aprendam, conheçam o vosso corpo e os sinais que ele vos dá. Não se deixem levar (e frustrar) pela história dos ciclos de 28 dias e a ovulação ao 14º dia. Esqueçam aplicações com algoritmos fraquinhos que dão o mesmo resultado a toda a gente, quando toda a gente é diferente. Seja para engravidar, para evitar uma gravidez, ou só para saber se está tudo bem: oiçam o vosso corpo.
E, com este post, encerro (por ora) o tema da gravidez. Talvez se me lembrar de mais alguma coisa, volte a ele, mas acho que isto já se arrasta há demasiado tempo, já nem eu tenho paciência para mim, e acho que acabamos em bom. Seguem-se 137 posts sobre a aventura que é a maternidade e o pós-gravidez, pois claro.
domingo, 23 de agosto de 2020
Da Gravidez... - XVI (ou dos momentos amorosos...)
Já por aqui referi que não gostei particularmente de estar grávida, e que também acho que o devo (em parte) à nossa amiga Covid, que nos obrigou a estarmos mais fechados e isolados do mundo.
Mas até entrarmos em confinamento, a gravidez teve os seus momentos bons, os seus momentos amorosos, os seus momentos em que me senti mais acarinhada pelas pessoas à minha volta.
Desde o meu sobrinho de 4 anos a dar festinhas e beijinhos à minha barriga, aos presentes inesperados, às atenções e cuidados redobrados com a minha pessoa. Desde muito cedo, percebi que a Isabel ainda não tinha nascido e já tinha muita gente a gostar dela e a torcer para que tudo corresse bem, e isso foi maravilhoso.
Lembro-me também, e não queria deixar de o registar por aqui, de um momento em particular que me deixou de lágrimas nos olhos (as hormonas! ai, as hormonas!). Estávamos em Arganil, para os Picos do Açor. Eu estava inscrita para os 18km, ele para os 36km. Eu estava com quase 3 meses de gravidez e decidi não participar na prova, sobretudo, porque estava mau tempo e era um disparate arriscar uma queda na lama ou algo pior. Por coincidência, estava no mesmo hotel que a ET e tive de lhe mentir com uma desculpa esfarrapada qualquer para justificar não ir correr, e outra para justificar quando nos encontrámos no pequeno-almoço e eu lhe disse que não tinha ido assistir à partida da prova dele. Que raio de roadie é que nem assiste à partida da prova? Uma roadie grávida, enjoada e a precisar de dormir, pois claro!...
Continuando... Nós não somos particularmente emocionais, nem de grandes demonstrações de afecto. Por isso, quando naquele dia frio de Dezembro, antes de sair do quarto para ir para a prova, ele me pediu para ver a minha barriga porque lhe queria dar um beijinho de despedida, eu não pude não ficar completamente derretida... Ainda estávamos tão no princípio, ainda era tudo tão surreal, mas aquele pequeno ser já nos estava a mudar e a conquistar...
Ao longo da gravidez, fomos tendo vários momentos assim, em que percebemos que ela ainda não tinha nascido, mas nós já estávamos a nascer como pais. Nós, e as pessoas à nossa volta, já estávamos irremediavelmente mudados por uma Isabel que ainda vinha a caminho, para abalar ainda mais o nosso mundo. E era uma sensação incrível!
sábado, 22 de agosto de 2020
Das fotografias que dão alegria... - Day 235
sexta-feira, 21 de agosto de 2020
Da Gravidez... - XV (ou do dia em que eu soube que ia fazer uma cesariana...)
Corria o longínquo dia de 2 de Junho de 2020 quando, depois de mais uma CTG, a minha obstetra me disse, definitivamente, que a Isabel iria nascer de cesariana.
E eu tive, mais uma vez, a confirmação daquilo que já vinha a descobrir nos últimos meses na gravidez: nada é como tínhamos imaginado. Podemos ler, fazer cursos, sonhar, planear, tudo e mais alguma coisa. Mas a maioria das coisas fogem do nosso controlo, e resta-nos aceitar.
Lembro-me de me ter sentido particularmente inútil. Eu não servia para trazer a minha filha ao mundo. Dramático, eu sei. Exagerado, eu sei. Mas foi o que senti naquele momento.
A opção da obstetra pela cesariana era discutível e, apesar de ela já ter falado nisso uns meses antes, eu achei que era apenas uma possibilidade e que continuaria a haver a hipótese de se tentar um parto natural. Naquele dia, eu percebi que não. E fiquei sem chão.
Questionei tudo. Questionei-me a mim. Muito. Falei com várias pessoas e pedi várias opiniões, que se dividiam.
Eu não queria fazer uma cesariana. E não era um mero capricho meu de quem acredita em fadas e unicórnios. Eu não queria fazer uma cesariana porque eu não tinha a certeza de que a cesariana fosse a única opção, ainda que a minha obstetra achasse que era a melhor opção, para minha segurança e da bebé.
Mas a opinião da minha obstetra não era consensual, não era completamente objectiva, não era a única. E, com 36 semanas de gravidez (quase 37), eu só tinha duas opções: aceitar o que a obstetra dizia e queria fazer, ou mudar de obstetra (o que implicava mudar também de sítio onde a bebé ia nascer). Ainda consegui que uma amiga falasse com uma obstetra que seria uma hipótese para mim, e que achava que não era linear que eu fizesse uma cesariana, mas que não estava a aceitar novas grávidas.
Foram tempos confusos em que, na verdade, não tinha muito tempo para uma decisão. Se, por um lado, uma parte de mim achava que eu devia ir à procura de outro obstetra que me desse uma hipótese, uma parte de mim já estava contaminada pelo grilo falante que iria estar sempre a perguntar-me se insistir num parto normal não seria um erro e se não estaria a pôr em causa a minha segurança e a da bebé. Conhecendo-me, eu sabia que mesmo que mudasse de obstetra, iria ter sempre aquela dúvida de saber quem é que teria razão e do que seria realmente melhor no meu caso. Até podia ter avançado para um parto normal, mas era provável que passasse o tempo todo com medo de uma eventual complicação (que podia ser muito complicada). Ou então não, e eu podia ter tido um parto natural espectacular.
Nunca vou saber. Na altura, decidi manter-me com aquela obstetra. Hoje? Arrependo-me profundamente. Já aceitei e já quase me perdoei. Sei que tomei a decisão que me fez sentido na altura, com a informação que tinha. Também sei que me faltou alguma força e coragem, mas, às 36 semanas de gravidez, eu tive medo de bater o pé e pôr em risco a bebé. Também sei que não seria fácil arranjar novo obstetra naquela fase da gravidez. E sei que nunca me perdoaria se alguma coisa tivesse corrido mal, porque eu tinha mudado de obstetra de repente. Na altura, mesmo sabendo que talvez a opção pela cesariana não fosse a melhor, eu decidi como me fez sentido. Agora, já não há nada a fazer em relação a isso. No futuro, já sei quem será a minha nova obstetra.
quarta-feira, 19 de agosto de 2020
Da Gravidez... - XIV (ou do meu primeiro breakdown... e de todos os outros...)
Uma das coisas boas da gravidez, é que podemos culpar as hormonas por 99% das coisas que nos acontecem. Têm as costas muito largas, as pobres hormonas.
Curiosamente, eu não me senti muito "hormonal". Bom, talvez alguém cá em casa discorde. Mas foi o que eu achei.
Claro que tive os meus momentos e as minhas crises. Claro que chorei pelas coisas mais tolas e me emocionei por coisas que antes talvez ignorasse. Mas podia sempre culpar as hormonas, e estava tudo bem.
Culpa das hormonas, ou não, lembro-me perfeitamente do meu primeiro breakdown a sério. De repente, já não sei a propósito de quê, eu dei comigo na casa de banho a chorar convulsivamente. De repente, eu pus tudo em causa.
Naquele momento, eu perguntei-me se seria capaz de ser mãe, se estaria à altura do desafio, se teria nascido para ser mãe, se não seria tudo um grande erro. Chorei, chorei, chorei. Depois enfiei-me na banheira, chorei, chorei, chorei, e, eventualmente, passou. Podia sempre culpar as hormonas.
Mas culpa das hormonas, ou não, ao longo da gravidez fui tendo diversos momentos de dúvidas e medos.
O meu principal medo? Aquele que mais me assaltou, que mais me tirou o sono, que mais me fez chorar? O mais óbvio: serei eu capaz de ser melhor mãe do que a minha mãe foi para mim? Se, por um lado, a resposta parece evidente: não é difícil ser melhor mãe do que ela foi. Por outro lado, é difícil eu conseguir acreditar que posso ser melhor mãe, quando não tenho grandes referências ou exemplos. Houve muitos momentos em que eu me questionei se seria capaz de, não tendo tido uma boa mãe, ser uma boa mãe.
Ainda me faltam muitos anos de terapia para resolver e arrumar de vez aquilo que foi a minha relação com a minha mãe. Com ela morta, a coisa fica ainda mais difícil. Mas um dia eu hei-de lá chegar. Enquanto não chego, é inevitável que isso condicione a minha experiência enquanto mãe. Claro que, de forma muito racional, eu sei perfeitamente o impacto que isso pode ter e uso todas as estratégias possíveis para que isso não me influencie negativamente. Posso não ter as coisas bem resolvidas, mas tenho consciência delas e, lá está, sendo muito racional, sei perfeitamente que posso fazer diferente. Muito diferente. O problema são aqueles momentos em que eu não consigo ser muito racional, e em que eu me vejo condenada ao fracasso, incapaz de ser uma boa mãe para a Isabel. São poucos esses momentos, são cada vez menos, mas, de quando em vez, ainda me assaltam os pensamentos.
Para além de todos os grandes desafios que a maternidade nos traz, para mim, trouxe este muito difícil: o obrigar-me a olhar para mim, para a relação que tive com a minha mãe, para o que fui enquanto filha e o que (não) quero ser enquanto mãe. E tem sido uma luta monstruosa!...
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Das séries que eu vejo...
quarta-feira, 5 de agosto de 2020
Do nosso nível de (in)sanidade...
domingo, 2 de agosto de 2020
Das fotografias que dão alegria... - Day 215
Os devaneios Agridoces mais lidos nos últimos tempos...
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O C. chegou ontem. Matámos saudades, fomos jantar e ao cinema. O filme foi "Inimigos Públicos", que eu não recomendo. Continuo con...
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Vinte meses de Isabel. A caminho dos dois anos. Já muito longe de ser um bebé, e cada vez mais uma mini-pessoinha, com personalidade e vont...
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Há coisas que eu não percebo... Não percebo mesmo. Esta coisa da blogosfera é uma delas. Já cá ando há muitos anos e continuo a não ...