O problema da repetição é levar, invariavelmente, à habituação.
Eu não gostava de chocolate. Mas tanto comi, que agora não posso sem ele.
Eu não gostava de certas músicas. Mas tanto as ouvi, que agora dou por mim a cantarolá-las.
Eu não gostava do Beetle quando saiu. Agora quero comprar um (o Cabrio em bege, sff).
A repetição tem destas coisas.
Quanto tomamos o primeiro contacto com alguma coisa ou com alguém, até podemos não gostar. Mas, com o tempo, com a confrontação regular, com a inevitabilidade do reencontro, acabamos por nos habituar.
E, depois de nos habituarmos, conseguimos até começar a ver coisas positivas onde antes só víamos defeitos.
Eu não sei se isto acontece com as outras pessoas. Mas comigo acontece. E assusta-me. E preocupa-me.
Há dias, dizia-me o marido que a minha opinião das coisas deve ser a da primeira impressão. Aquela que ainda não está poluída, contaminada, que é pura e limpa. E tinha razão.
Eu tenho o dom de me fazer gostar de coisas de que não gosto só porque me habituo a elas. Só porque tenho pena delas e porque faço um esforço para lhes encontrar aspectos positivos. Só porque quero gostar delas, mesmo que não goste.
Em suma, sou idiota e não aprendo.
Às vezes a primeira impressão engana-nos e até vemos coisas positivas...mas porque elas estão lá e não porque nos habituamos! Não será isso?
ResponderEliminarA mim acontece-me muito com músicas... e com pessoas... basta habituar-me a elas...
ResponderEliminarIdiota nº 2 apresenta-se!! ;)
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