terça-feira, 28 de julho de 2020

Da Gravidez... - XI (ou do enxoval...)

Uma pessoa pensa que ter um filho, é só ter um filho. Não é, Senhores. Há todo um mundo que gira à volta disto de trazer um pequeno ser ao mundo.

Eu, pessoa precavida, investiguei sobre o tema, fiz um excel xpto que partilhei com ele, fiz toda uma listagem e levantamento do que íamos precisar, e íamos registando o que já tínhamos, o que faltava comprar, comparávamos preços, líamos artigos e reviews.

Isto é mesmo um mundo. Ou então não, que uma criança precisa de muito pouco, e nós é que gostamos de complicar. Quem sabe?!...

Comecemos pela roupa. Não há respostas objectivas sobre a quantidade de roupa de que um recém-nascido vai precisar. Cada pessoa diz uma coisa e não há um consenso. Eu achei por bem não comprar demasiada coisa, porque ela podia nascer maior ou mais pequena, porque era Verão, porque logo se via, porque seria para usar pouco tempo... Claro. Nos primeiros dias sujou muito mais roupa do que eu estava à espera, e lá foi preciso pedir um reforço de emergência. Ninguém me tinha dito que havia uma elevada probabilidade de ela precisar de várias mudas de roupa num só dia. Aliás, no dia em que escrevo este post, já ela tem um mês, e em menos de 24 horas, já vai em 4 mudas de roupa. Ninguém me preparou para isto, e eram 5 da manhã e estava eu a fazer mais uma encomenda de roupa (mal sabia eu que, horas depois, ela me estaria a vomitar em cima e a mudar de roupa outra vez)... Também nisto, a Covid-19 nos condicionou: a generalidade das pessoas tem tendência a oferecer conjuntinhos fofinhos e amorosos mas, dado que mal saímos de casa, não lhes temos dado grande uso. A necessidade passa mesmo pelos básicos, que é o que ela veste na maior parte do tempo.

Também ninguém me preparou para o tédio que seria estar horas a cortar mini etiquetas de mini roupas nem outras tantas horas a estender e a passar as mini roupas. São amorosas, mas são uma canseira!...

Além da roupa, passámos pela escolha do berço, do carrinho, do ovo, da espreguiçadeira, do intercomunicador, da banheira, e de mais 137 mil coisas que fico cansada só de pensar...

Para nós, havia duas coisas importantes: o ovo, fundamental do ponto de vista da segurança, e o carrinho, que queríamos que fosse assim mais xpto para grandes passeios e eventuais corridas.

Diria que o carrinho foi, provavelmente, aquilo em que perdemos um bocadinho mais a cabeça. Vimos várias opções de carrinhos de corrida, sempre online (obrigada, Covid-19!), das marcas mais reconhecidas: Thule, Baby Jogger, Bob Revolution, etc. Estes carros pensados para correr são caros. Bem mais caros do que os carros normais... Mas queríamos mesmo um modelo de 3 rodas, com mais suspensão, pneus xpto, mais confortável, e mais umas quantas coisas, que permitissem aventuras maiores do que a voltinha pelo quarteirão ou pelo centro comercial. Acabámos por ir para uma solução intermédia, o B-Motion 3 Plus da Britax Römer, que, não sendo específica para correr, tem todas as características que procurávamos e que está feito também para correr (em modo jogging, pelo menos...). A verdade é que não sabemos se vamos usá-lo assim tanto para correr, até porque as opiniões dividem-se mas nunca seria para usar antes dos 6/9 meses, e tínhamos excelentes opiniões sobre a marca, pelo que achámos que era a opção sensata. Já o testámos em Monsanto e portou-se lindamente!

Também perdemos um bocadinho a cabeça no berço, e optámos pelo famoso Next 2 Me, da Chicco. Até agora, estamos muito satisfeitos com a compra! É, de facto, muito prático, apesar da ginástica que me obriga a fazer sempre que entro e saio da cama... Mas tolera-se. Se é um bem essencial? Não é, de todo. E hoje talvez tivéssemos optado por outra solução, mas acho que a Covid-19 e o facto de não podermos andar nas lojas a ver e experimentar tudo, acabou por condicionar algumas decisões.

Como em tudo na vida, há um sem fim de opções no que diz respeito aos artigos de puericultura. O marketing é agressivo e ficamos sempre com o nosso inconsciente a perguntar-nos "será que estou a comprar o melhor para o meu filho?". Porque, em princípio, todos queremos o melhor para os nossos filhos, e a pressão é muita, nesse sentido. Há coisas em que conseguimos ser mais racionais, noutras, nem tanto. E está tudo bem. Não somos melhores nem piores pais por comprarmos isto ou aquilo. Mesmo que nos queiram fazer sentir assim. O melhor que lhes podemos dar é colo e amor e, isso, não se compra.

4 comentários:

  1. Os últimos parágrafos resumem tudo :)

    Beijinhos :)

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    1. É, não é? Pena que, às vezes, nos esqueçamos disso...

      Beijinhos

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  2. "Eu, pessoa precavida, investiguei sobre o tema" ahahahah ;), não consegui para de rir com esta frase :) obrigado!

    A quantidade de coisas a que adjectivei de "ahh, devia ter escolhido outro" não por não funcionarem como pretendido mas por serem excessivos, ou em estrangeiro, "overkill".

    Espero que a bagageira do vosso veiculo motorizado seja grande, pois essas rodas ocupam bastante espaço e vais ver que viajar agora é mais...volumoso :)

    Beijinhos.

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    1. Como se valesse a pena a investigação, não é verdade?... Mas eu tentei!

      Sim, acho que isso é inevitável. Mas é tudo tão novo e ficamos tão perdidos, que acabamos por fazer alguns Disparates...

      Sim, sim. Lá está, como precavidos que somos, em Dezembro comprámos uma carrinha com uma boa bagageira. Nem quero imaginar as próximas férias com ela e o gato...

      Beijinhos!

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