Os dias passam. Correm um atrás do outro. Não damos pelo tempo passar. Vamos andando. Vamos (sobre)vivendo. Fingimos que está tudo bem. Sorrimos e acenamos. A minha frase preferida dos últimos tempos.
Sorrimos e acenamos e escondemos o que vai cá dentro. Acordamos e pomos a máscara da felicidade aparente. Fingimos que está tudo bem e que já passou. As vidas à nossa volta continuam e nós sentimo-nos forçados a continuar, mesmo que presos a um passado tão próximo e tão distante, ao mesmo tempo. Dividimo-nos entre a tentativa de compreensão e a revolta contra aqueles que, à nossa volta, esqueceram o que aconteceu. O que nos aconteceu. O que ainda nos invade os dias. O que ainda nos preenche os pensamentos. O que ainda mexe connosco como se tivesse sido ontem. E não foi?...
Fingimos que está tudo bem. Sorrimos e acenamos. Enquanto por dentro somos corroídos por uma dor que nos revolve as entranhas e que não conseguimos explicar quando nos perguntam o que é que temos. Nada. Não temos nada.
Lutamos contra esta infecção que se espalha pelo nosso corpo, pela nossa mente. Tentamos seguir os conselhos de quem nos diz que vai passar, que vai ficar tudo bem. Tentamos não nos deixar levar para o fundo por esta corrente tão pesada que nos puxa, e puxa, e puxa.
Numa consciência total e absoluta em relação ao que se está a passar, sorrimos e acenamos e fingimos que está tudo bem. Numa ingenuidade que podia ser ignorância mas que é simplesmente estupidez, sorrimos e acenamos e fingimos que está tudo bem.
Porque é isso que, à nossa volta, todos nos dizem: vai ficar tudo bem.
Um dia vai ter mesmo de passar... para bem do que anda lá dentro, não ter de ser disfarçado por fora!!!
ResponderEliminarForça!
Não sei se passa. Acho que, simplesmente, aprendemos a lidar com isso de outra força. Mas não sei se passa.
EliminarObrigada!
Inês, tens que entrar em paz contigo própria!
ResponderEliminarA pior prisão que existe é a que está dentro de nós, em especial pela preocupação e desgaste que dá o que não podemos controlar. E é disso que tens que te libertar. Focares no que podes controlar e ignorar o que não podes controlar.
Principalmente, tens que ser amiga de ti própria para te libertares e teres paz. Porque tu mereces!
Grande beijinho
A parte racional, entende perfeitamente o que dizes e sabe que tens toda a razão. A parte emocional, ainda não dá para tanto.
EliminarMuito obrigada pelas tuas palavras, João. Mais uma vez!
Um beijinho
Escrevi algo semelhante na semana passada.
ResponderEliminarSe passares pelos comentários esse "vai ficar tudo bem", é dominante...
Eu sei que as pessoas não fazem por mal. Pelo contrário. Já todos o fizemos. Mas nem sempre é tão fácil assim...
EliminarNão tens de sorrir e acenar a toda a gente, terás pessoas com quem consegues ser tu própria...
ResponderEliminarPode não passar mas aprendemos a viver com as circunstâncias da vida, com aquilo que não conseguimos mudar e temos de nos perdoar e aprender com os erros...
Beijinho grande e força!
Nesta fase, nem por isso...
EliminarSim, o tempo há-de ajudar.
Obrigada e um beijinho!
Infelizmente sinto que não sei como te dar essa típica 'palmadinha nas costas', quando eu mesma sinto o mesmo... e de dia para dia se tem tornado mais claro que não estou bem e que não concordo com o mundo 'lá fora'... mas vou sorrindo, sorrindo muito, sorrio a toda a hora, não quer dizer que me sinta feliz, mas sou assim, uso essa máscara todos os dias evitando tornar-me desconfortável para os outros talvez... não sei. Enfim... acho que este texto podia estar no meu blog, se calhar posso deixar que escrevas por mim ;)
ResponderEliminarResumo do momento é: olha vamos (sobre)vivendo!
Vamos! :) Um beijinho!
EliminarNo meio de tantos clichés que podia dizer, espero que esse sorriso deixe aos poucos de ser fingido e que gradualmente possa ser cada vez mais real e sinal que está tudo MESMO bem. Força! Um beijinho!
ResponderEliminarTalvez um dia :)
EliminarObrigada, um beijinho!