Esta noite sonhei contigo. Já não sonhava contigo há algum tempo.
Na verdade, não sonhei exactamente contigo. Sonhei com a memória de ti.
Sonhei que tinha ido a tua casa e estava lá a tua mãe. A tua mãe, de quem tanto falámos mas que eu nunca conheci. Não faço ideia o que é que ela estaria a fazer em tua casa mas falei com ela, pedi-lhe para usar a casa-de-banho e, inevitavelmente, aproveitei para ir ao teu quarto. O teu quarto que não era o teu quarto mas era o teu quarto. Nunca tinha visto aquele espaço mas reconheci-te em cada canto, em cada detalhe, nas calças de ganga penduradas no bengaleiro, no livro na mesa de cabeceira, nos ténis no chão. Lembro-me do que senti, da nostalgia, das saudades. Antes de sair, olhei para uma folha de papel em branco em cima da secretária e pensei deixar-te um recado. Tenho saudades, dir-te-ia. Não disse. Não escrevi. Percorri com o olhar o quarto uma última vez e fechei a porta silenciosamente.
Espero ter-te fechado também em algum quarto escuro. De vez.
Esse sonho parece mesmo uma despedida ;) A nossa mente é engraçada, a tentar fechar ciclos.
ResponderEliminarSerá? :)
EliminarLogo, logo saberás se sim ou não ;)
EliminarEspero que sim. :)
ResponderEliminarVamos ver :)
EliminarAprendi que não devemos fechar esse tipo de memórias. Devemos deixa-la à solta, para quando ela passar por nós sorrir-mos.
ResponderEliminarNuno
Eu aprendi que não é boa ideia deixar memórias à solta :)
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