Dezenas e dezenas de estudos apontam para a necessidade de o Homem viver em sociedade. Dizem-nos, desde sempre, que não somos animais solitários, que precisamos do outro, que precisamos de companhia, que precisamos de conviver.
Crescemos com esta ideia enraizada em nós. A norma é estar-se acompanhado. A norma é ter muitos amigos, é estar numa relação, é ser um animal sociável. Porque dezenas de estudos assim o dizem, a sociedade abana a cabeça e diz que sim.
Eu não percebo nada de sociologia nem de psicologia. Não sei se é mesmo assim. Talvez seja.
Há quem diga que não. Há quem diga que vivemos muito bem sozinhos, que não precisamos de estar numa relação para sermos felizes, que, aliás, só podemos ser verdadeiramente felizes acompanhados se soubermos ser felizes sozinhos.
Eu não percebo nada disto. Nunca percebi. Não quero perceber.
O que eu quero perceber é se o que me perturba neste momento é esta pressão de estar sozinha. A pressão que a sociedade me impõe e a pressão que eu me imponho a mim mesma por estar sozinha.
Será que vou aceitar o que a vida me oferece para não estar sozinha ou vou aceitá-lo porque é mesmo o que eu quero? Fará sentido deixar entrar alguém na minha vida nesta altura? Na última vez em que pensei que não tínhamos futuro juntos mas que podia aproveitar e divertir-me um bocado, deu no que deu. Quero correr esse risco outra vez? Não que tenha tanta certeza, à partida, que as coisas não possam correr bem. Mas vou correr o risco de ficar em cacos outra vez? Valerá a pena? Por outro lado, até quando me vou continuar a negar a hipótese de tentar voltar a ser feliz?
Não há um manual de FAQ para estas coisas?
Acho que o "truque" eh saber viver sozinha - viver bem, viver com gosto. Quem vier, so vem para acrescentar e nao para espantar solidoes. Passei por um primeiro casamento falhado, uns namoros atrapalhados, ultimo dos quais recebi muita pressao porque seria a "pessoa perfeita", mas nao era a "pessora perfeita para mim".
ResponderEliminarSo quando como comecei a ser picuinhas - quem viesse teria de ser bem melhor do que estar na minha paz - e entao...apareceu o amor da minha vida.
Ele nao "apareceu"...eu escolhi. Sou feliz ha muitos anos e so tem melhorado!
Boa sorte e coragem!
Antes de mais, obrigada pelas palavras. Continuo a ficar surpreendida sempre que algum anónimo se dá ao trabalho de comentar por aqui :)
EliminarA minha grande questão é como fazer essa distinção. Como é que sabemos se essa pessoa é melhor do que a nossa paz? Como é que sabemos se a pessoa vem acrescentar e não substituir a solidão?