A semana passada, ia eu feliz e contente a caminho de um jantar de família, e recebo uma SMS. Ex-ex a perguntar se me podia ligar. Respondo que tenho um jantar e que lhe ligo mais tarde. E assim fiz.
Uma hora ao telefone. Mais de uma hora, na verdade. E como é que eu ainda tenho coisas para falar com ele mais de uma hora? Não tenho. Quem falou foi ele, em 90% do tempo. Mais uma vez, ele precisava de desabafar e eu aturei-o. Já me disseram que tenho uma suite reservada no Céu. Eu acho que tenho todo um palácio!...
Não tenho de o aturar. Já não tenho nada a ver com ele, nem ele comigo. Mas, ao mesmo tempo, e apesar de tudo o que ele fez, não consigo desligar completamente. Custa-me saber por outras pessoas que ele não anda bem, que só faz disparates, que, mesmo a nível profissional, está a dar cabo de tudo o que conquistou nos últimos anos (e que, em parte, nos custou a nossa relação), que não tem quem o apoie nem para onde se virar, que anda de cabeça perdida e desorientada.
Já sei. Não é problema meu e o karma é mesmo assim. Mas fica o desabafo. Porque não consigo ser fria ao ponto de desligar completamente em relação a alguém com quem partilhei quatro anos de vida. Mas lá chegarei.
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