Nem tudo foi mau, é certo. Nunca é, não é verdade?
Há sempre coisas boas, memórias de momentos, palavras e sensações.
Se tivermos sorte, são mais as coisas boas que ficam, do que as más.
Ainda não consegui perceber verdadeiramente se tive sorte. Acredito que sim. Mas só o tempo o dirá.
Uma das coisas que tu me deixaste, de forma um tanto paradoxal, foi a capacidade de acreditar. Acreditar em mim, acreditar que era possível, acreditar na vida.
Voltaste a entrar na minha vida, tantos anos depois, estava eu feita em cacos, a sair de uma relação demasiado longa e demasiado tóxica, que acabou da pior forma possível. E tu sabias isso tudo. E, na tua forma tão própria de ser, quiseste ajudar-me a apanhar os cacos.
O fim não foi o melhor, mas os meios foram. Sem dúvida. Tu mostraste-me que não podia ficar fechada na minha bolha, que a vida continuava, que eu merecia mais e melhor, que eu tinha de continuar a acreditar e a lutar por mim.
E esta história podia ser perfeita se as coisas não tivessem acabado como acabaram. Mas não faz mal, sabes? Considerando de onde eu vinha, considerando o meu estado, considerando a minha fragilidade, considerando aquilo que tu és, não era expectável que as coisas entre nós durassem. Mas foram boas enquanto duraram.
Se podia ter escolhido melhor o meu rebound guy? Não, não podia.