Ontem fui ao teatro. Fui ao São Luiz ver a nova peça da Beatriz Batarda: A Conquista do Pólo Sul.
O que dizer desta peça? Em primeiro lugar, que não é uma peça fácil. Não é uma peça óbvia e é uma peça pesada, ainda que nem sempre pareça.
Eu fui para o teatro com as expectativas muito em baixo, fruto do que já me tinham dito, por um lado, e de saber que, por já ter visto dezenas e dezenas de peças, sou (também nisto) bastante exigente com o que vejo, por outro.
Nos primeiros vinte, trinta minutos, estava muito céptica. Não conhecia o texto e a peça é bastante insana. Ao princípio, não estava gostar por aí além e começava a arrepender-me de ter ido (sendo que tinha estado a semana toda a tentar decidir se valeria a pena...). Parecia-me tudo demasiado surreal, demasiado conceptual, demasiado complexo. Mas, com o passar do tempo, com o desenrolar da acção, a insanidade do texto e daquelas personagens conquistou-me completamente.
Sim, o texto e as personagens são complexos. Mas é isso que acaba por prender. Os actores fazem um trabalho brutal. Literalmente. É impossível ficar indiferente àquelas representações, àqueles desesperos que se misturam com momentos insanos de fuga à realidade. Eu tenho uma certa paixão pelo Bruno Nogueira (desde que o vi no Azul Longe nas Colinas, também da Beatriz Batarda), e talvez não seja muito objectiva mas... Que interpretação!...
Se gostam deste género de teatro e tiverem oportunidade... Vão ver!
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