2015 é um ano que não esquecerei. Bom, na verdade, não sei se alguma vez esquecerei algum ano da minha vida, por isso, é assim a modos que idiota dizer isto. Mas continuemos.
2015 trouxe-me muita coisa. E levou-me outra tanta.
Em 2015 eu cresci muito, aprendi muito, caí e levantei-me. Aprendi sobre mim e sobre os outros. Sonhei e acordei para a realidade. Fiz planos e vi-os não serem concretizados.
Em 2015 eu aprendi a maior lição de todas: por vezes, não conseguirmos aquilo que mais desejamos, é mesmo o melhor que nos pode acontecer. Porque é. Porque ao fim de quase um ano a tentar engravidar, eu senti-me grata por não ter conseguido.
Em 2015 eu aluguei a minha primeira casa sozinha. Eu mobilei-a e decorei-a. Nela já chorei muito. Mas também já ri muito.
Em 2015 eu viajei muito. Muito mais do que nos últimos anos. Revi alguns sítios, conheci outros novos. E tinha saudades, muitas, de viajar.
Em 2015 eu mudei a minha alimentação. Mais consciente, mais saudável, mais equilibrada.
Em 2015 ganhei mais um sobrinho. E tenho pena que as relações familiares não estejam no seu melhor. Pode ser que 2016 seja o ano dos progressos nesse campo.
Em 2015 eu pus fim a uma relação de 4 anos. Eu assumi para mim, e para o Mundo, que era mesmo o fim. Fechei essa porta e não me arrependo.
Em 2015 eu decidi que tenho mesmo de mudar de emprego.
Em 2015 eu chorei com a generosidade dos que me ajudaram quando mais precisei.
Em 2015 eu descobri uma nova paixão: as corridas. O meu escape. O meu novo vício.
Em 2015 eu confirmei que sou uma privilegiada pelas pessoas que tenho à minha volta. E senti-me grata por isso.
Em 2015 eu li. Muito. E voltei a escrever. Mas não o suficiente.
2015 foi um bom ano. Foi. Mesmo com tudo o que aconteceu de menos bom. Hoje dizia isto a uma amiga e ela elogiava a minha maturidade. Dizia-me que me admirava por ter tido um ano de m*rd* (palavras dela) mas conseguir olhar para ele de forma positiva.
Mesmo em anos de m*rd*, há sempre coisas positivas. Crescemos sempre. Aprendemos sempre. E das melhores coisas que a vida me deu foi ter alterado em mim a visão sempre pessimista, sempre derrotista, para esta visão mais positiva.
Eu não tive um ano de m*rd*. Um ano de m*rd* tiveram os refugiados na Síria, as vítimas dos ataques em Paris, os que perderam pessoas queridas para acidentes e doenças de m*rd*. Não. Eu tive um bom ano. Com alguns percalços, sim. Com algumas lágrimas, sim. Mas cheguei ao fim do ano inteira, com as minhas pessoas, o meu emprego, a minha casa.
2015 foi um bom ano.
2015 foi um bom ano.