terça-feira, 24 de novembro de 2009

Dia Não...

Hoje estou em dia não. Estou. E não há muito a fazer. Queria falar sobre isso, mas é difícil falar sem falar.

Há uma lei normal da ordem da vida. Há, ou devia haver. E quando essa ordem se altera, é complicado. É muito complicado.

Todos nós crescemos a achar que os nossos pais estão lá para nos ajudar, para lhes pedirmos ajuda quando precisamos, para nos apoiarem quando temos problemas para resolver. E achamos que vai ser sempre assim.

E quando não é? E quando o que se passa é o inverso? E quando são os filhos a resolver os problemas dos pais? E quando são os filhos a suportar os disparates dos pais? O que é que os filhos fazem? Os filhos ajudam, claro. Ser pai e ser filho é isso mesmo. Não é uma relação só com um sentido. Mas, da mesma forma que quando os pais ajudam os filhos há contrapartidas, quando o inverso sucede, também devia haver contrapartidas. Mas não. E vamos dizendo que sim. Uma e outra vez. E mais outra. E outra. Mas chega a uma altura em que começa a saturar.

Estamos numa fase da nossa vida em que nos matamos a trabalhar, não temos quase vida (nem a dois, nem social), e andamos ocupados e preocupados a comprar o que nos falta para a casa (que é tanto). Não precisamos de problemas que não são nossos. Não precisamos. Desculpem o egoísmo, mas se não querem as contrapartidas, se não querem a nossa ajuda, a nossa opinião, então não nos peçam para resolver problemas que não são nossos. E tenho dito.


E, para terminar, só tenho a acrescentar que cada vez valorizo mais o meu pai. Obrigada, pai, por me teres ensinado a ser como sou: ponderada, responsável, exigente e muito, muito racional.

2 comentários:

  1. É difícil quando os papéis da nossa vida são invertidos... sobretudo antes do tempo...

    Força querida! Continua a ser ponderada e racional! São as melhores ferramentas que podes utilizar neste momento!

    Bisouxxx

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