Hoje tinha pensado vir aqui escrever um post super inspirado sobre o facto de faltar, precisamente, uma semana para regressar ao trabalho.
A meio da manhã, o louco mais louco do que eu, veio ter comigo ao quarto da bebé e pergunta-me:
- Quando é que tu voltas ao trabalho mesmo?
- Daqui a precisamente uma semana...
- Então mas não era quarta-feira?
- Oh... Pois é... Eu pensava que era quinta e que ainda faltava uma semana. Já me deprimiste para o resto do dia... - e lá fiquei eu a pensar com os meus botões, que já não faltava uma semana inteira.
Pois não. Falta menos de uma semana para eu regressar ao trabalho. Como?! Não sei.
Também não sei o que andei a fazer nos últimos quatro meses e meio. Também não sei onde foi parar o tempo. Também não sei como é que, de repente, estamos a chegar ao fim de Novembro e deste ano memorável.
Não sei se foi da pandemia, se foi de mim e da minha inércia, mas tenho a clara sensação de que não fiz nada este ano. Nada. Eu sei que gerei, trouxe ao mundo e cuidei de um pequeno ser. Mas foi só isso. "Só". Sim, eu estou ciente da grandeza do que fiz. Mas... Sabe-me a pouco. Este ano não viajámos. Não convivemos. Não estivemos com as nossas pessoas. Não fomos a concertos. Não experimentámos restaurantes novos. Não fomos a provas. Estamos a pouco mais de um mês do final do ano, e eu vivo sentimentos agridoces: 2020 foi o ano em que veio ao mundo a nossa maior obra, mas foi também o ano em que toda a nossa existência esteve em suspenso.
É também com sentimentos agridoces que regresso ao trabalho. Precisamente devido a este sentimento de inutilidade no que a este ano diz respeito, tenho uma necessidade tremenda de voltar a trabalhar e sentir-me útil. Ao mesmo tempo, assusta-me pensar que está a chegar ao fim uma altura que nunca se irá repetir: o poder estar 100% dedicada à Isabel. Em breve, muito em breve, a Isabel deixa de ser apenas nossa e passa a ser do mundo. E isso tem tanto de incrível como de assustador. Caramba, que ainda ontem ela nasceu, e não tarda está na escola!...
Já o pai deve andar preocupado com futuros namoros e...
ResponderEliminarInspira...1...2...3...4....Expira :)
Desfrutem.
É verdade que apesar da enormidade que fizeram, trazer a este mundo louco uma criança, tudo o resto está como que em suspenso e a vida também é feita de esses pequenos nadas.
Mas...são nadas :)
Mas quando fio da nossa vez também houve uma normal expectiva e ansiedade quando chegou esta altura.
Beijinhos.
Olha...
Apareceu na playlist enquanto divagava (também nunca os vi, quando os ia ver o baixista atirou-se do palco na véspera e partiu um braço...quem sabe façam um remake, só porque sim...):
https://youtu.be/j7oQEPfe-O8
O pai diz-lhe coisas muito interessantes a esse respeito... Ahahahha :)
EliminarNós tentamos ir aproveitando o mais possível, mas é inevitável pensar nestas coisas de vez em quando... O tempo voa e não tarda ela vai mesmo sair de debaixo das nossas asas!
Bela coincidência :) acho que depois dessa história, era merecido!
Enche-te de coragem porque o primeiro dia, aquele que terás que te separar da Isabel, vai ser duro. Mas depois tu regressa ao normal, o ser humano tem grande capacidade de adaptação / conformação.
ResponderEliminarSobre o 2020, vê as coisas desta forma: Imagina que não tinhas sido mãe. Aí é que tinha sido um ano completamente desgraçado. Assim, tens uma coisa (muito) boa para recordares deste maldito 2020. Não é para todos.
Beijinhos e que tenham um excelente fim-de-semana! :)
Felizmente, e porque esta pandemia também tem algumas coisas boas, regressar ao trabalho não implica separar-me já da Isabel. Valha-nos isso!
EliminarPercebo o que dizes mas, ao mesmo tempo, se não tivesse a Isabel, não estaria tão paranóica e tão confinada como estou... Claro que o balanço é super positivo, mas não deixa mesmo de ser um ano estranho para todos nós, cada um à sua maneira.
Um beijinho