sábado, 16 de maio de 2020

Das fotografias que dão alegria... - Day 137 (ou do medo do que aí vem...)


Ele correu. Eu caminhei. Ao final da tarde, perto da hora de jantar, num Parque das Nações demasiado cheio, que me assustou e deixou preocupada. 

Se calhar, sou eu a paranóica. Se calhar, sou eu a pessimista. 

Mas fiquei em choque com o que vi. Fiquei arrependida de ter ido. Encurtei o meu percurso e, mesmo de máscara, esforcei-me por me afastar sempre o mais possível de quem se cruzava comigo. Mas senti-me a maluquinha. Porque mais ninguém parecia preocupado com isso. Raras foram as pessoas que vi de máscara (não é obrigatório, eu sei). Muitas foram as pessoas que passaram coladas a mim (entre ciclistas e corredores que me ultrapassaram, perdi a conta). Vi grupos de mais de 10 pessoas a fazer piqueniques. Vi os dois skate parks, ambos completamente vedados com grades, cheios de miúdos e graúdos. Fiquei na dúvida se as grades estariam ali para impedir a Covid de entrar, protegendo quem se encontrava lá dentro.

Se calhar, sou eu a paranóica. Se calhar, sou eu a pessimista. 

Mas também fiquei em choque com as imagens de um Primeiro-Ministro a passear no Chiado, a jogar ao põe e tira a máscara. A dar o pior exemplo possível. A dizer às pessoas que saiam de casa e vão às compras, quando horas antes tinha dito que continua a existir dever de recolhimento.

Se calhar, sou eu a paranóica. Se calhar, sou eu a pessimista.

Mas tenho medo do que aí vem. Muito medo. 

6 comentários:

  1. Não, não julgo que sejas paranóica ou pessimista mas sim consciente.
    Assusta-me as marcas que isto possa deixar no relacionamento social. Por exemplo, nos abraços. O abraço é dos gestos mais bonitos e transmissores de afectos puros.
    Vai demorar a retomarmos a normalidade ou lá o que isso tenha sido ou será.

    Beijinhos e um abraço virtual de muita amizade e carinho por vós os dois. Correcção, três :)

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    1. É estranho, não é? Eu sempre fui meio anti-social, e com isto acho que vou virar anti-social por completo...

      Beijinhos :)

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  2. Também acho que a malta anda a facilitar. Parece que como acabou a quarentena já voltou tudo ao normal.
    Nós já recomecámos a correr mas temos ido para sítios onde há poucas pessoas e mesmo assim sempre com cuidados e a manter distância quando nos cruzamos com alguém.

    Vivemos tempos complicados, não é nada fácil gerir tudo isto mas se todos nos ajudarmos uns aos outros isto não só irá passar mais rápido como enquanto não passar será mais fácil de aceitar.

    Tudo a correr bem! A foto está muito fixe =)

    Beijinhos

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    1. Acho que os últimos números dizem tudo, infelizmente...

      Tenho gostado de ver os vossos treinos exploratórios :) uma das vantagens de andar nos trilhos é mesmo poder fugir de confusões e pessoas!

      Obrigada e beijinhos!

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  3. Pois cá em casa tento contrabalançar alguém que como tu acha que anda tudo doido ou inconsciente, um miúdo que nem tem feito força para ir para o parque e eu saber que mais cedo ou mais tarde vamos ser obrigados a sair, nem que seja por imposição laboral.
    E nesse caso ainda vai ser pior.

    Mas sim, concordo contigo, depois de 2 meses fechados e panelas às x horas e amores ao SNS parece que não se passa nada.

    É verdade que é complicado fazer o balanço, será que foi demais, será que...

    Pelo sim pelo não, fazemos o recato possível.

    Mantenham-se felizes e saudáveis.

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    1. É mesmo difícil encontrar o equilíbrio e tentar manter a sanidade de todos ao mesmo tempo! Acho que cada um vai fazendo o melhor que pode e sabe, consoante o que acha mais correcto...

      Que venham tempos melhores!

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