terça-feira, 24 de março de 2020

Da COVID-19 e de tudo o que se diz por aí...

Em tempos de guerra, que é de guerra que falamos, todos têm uma opinião a dar e uma palavra a dizer. Multiplicam-se os treinadores de bancada, os comentadores políticos, os opinadores natos.

É natural, é legítimo, era previsível, até.

Fecham-nos em casa, dia após dia, e todos nós temos qualquer coisa a dizer.

Eu também. Eu também tenho a minha opinião. Não creio que valha a pena expô-la aqui, por muitos e variados motivos, mas, sobretudo, porque tenho sérias dúvidas que vá acrescentar alguma coisa a tudo o que por aí se diz.

Estou preocupada, sim. Receosa, também.

Acho que não estamos a fazer o suficiente. Os números de hoje parecem (sublinho o parecem) positivos, mas a céptica em mim tem dificuldade em acreditar que estes números reflictam a verdadeira realidade do nosso país, porque acho que não estamos a testar o suficiente. Dizia a OMS que a única maneira de parar isto era, e passo a citar, testar, testar, testar. E nós estamos a testar só assim mais ou menos, em contenção, que é melhor dizer às pessoas que vão para casa e fiquem quietinhas, do que, de facto, confirmar se estão ou não infectadas. Até podemos ficar bem na fotografia durante uns dias, com uns números bonitos para apresentar, mas isto não vai durar para sempre.

A pessimista em mim acha que, mais uma vez, estamos a tapar o sol com uma peneira, e vamos acabar todos com um escaldão. O que não deixará de ser curioso: escaldões em tempos de gripe. Mas isto é só a pessimista em mim.

E eu, para quem não queria dizer nada, já disse em demasia. 

Fiquem em casa, fiquem seguros, protejam-se e protejam os outros.

4 comentários:

  1. Tens mesmo razão, todos gostam de opinar, mas opiniões à parte, o importante é que nos mantenhamos resguardados, por nós e pelos outros.

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    1. Isso! Que tenhamos todo a consciência de que isso é a única coisa que nos pode salvar a todos!

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  2. Opiniões, são isso mesmo...uns dizem testar, outros (Japão) nem por isso, outro assim e assado.

    O que sei é que estamos com a vida pendente e assim se manterá.

    Mas tudo passará.

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    1. Uma das razões pelas quais a Alemanha está como está, é porque são super activos nos testes... Por cá, podíamos aprender alguma coisa!

      Pior do que estar pendente, é o não saber até quando. Mas vamos vivendo, um dia de cada vez :)

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