Não foi fácil já ir a caminho quando soubemos do cancelamento das provas mais longas do Douro Ultra Trail, mas achámos que o melhor a fazer (ou mesmo a única coisa a fazer), era tentar aproveitar o fim-de-semana prolongado que tínhamos pela frente. E assim fizemos!
Depois de irmos levantar o dorsal dele, e de beber um copo na fantástica esplanada do Museu do Douro, fomos jantar a um italiano (que não deixou grandes saudades, confesso).
Eu comi uma salada. É verdade!... Foi a minha única tentativa de ser saudável no fim-de-semana inteiro. Mas, pelo menos, tentei!
Ficámos confusos com esta mensagem no elevador do hotel, mas decidimos ser rebeldes e agarrámo-nos um ao outro. Sobrevivemos.
Marquei este hotel única e exclusivamente porque tinha piscina. Achava eu que ia aproveitar o tempo que ele ia demorar a fazer os 45km para ganhar a cor que não ganhei durante o Verão que passei fechada em casa... Pois que a piscina era um pequeno lago verde, pois passou a estar fechada desde o dia 1 de Outubro. Pois.
Como sou uma pessoa amorosa (ou não), Sábado acordei cedo e fui com o louco mais louco do que eu até à partida dos 25km. Na verdade, a alternativa era ele ter de apanhar um dos autocarros que partiam até às 7h30... Ninguém merece, certo?
Pontos muitos positivos para esta partida dos 25km do Douro Ultra Trail! Tivemos direito a um rancho popular a tocar e a cantar, tivemos um abastecimento (acredito que tenham ficado com muita comida a mais, depois do cancelamento das outras duas provas), e tivemos aquela coisa que a malta super saudável das corridas come: nutella. Muita nutella.
Tivemos? Eu não tive nada... Mas tiveram todos os bravos atletas que alinharam naquela meta no Sábado de manhã.
Pouco depois das dez lá foram eles, encosta acima. E eu? Eu fiquei ali, arrepiada, emocionada, de lágrimas nos olhos (benditos óculos escuros!), a tentar gerir as estranhíssimas emoções de, pela primeira vez, assistir à partida de uma corrida na qual não participei. E a vontade que eu tinha de participar!... Custou-me. Custou-me mesmo muito. Eu estava inscrita nesta prova. Eu devia ter ido correr. Mas quis a minha recuperação que assim não fosse. E custou-me... Quem corre sabe bem o que é a adrenalina do início de uma prova, os olhares cúmplices, os sorrisos mais ou menos nervosos, as últimas palavras trocadas, a emoção em crescendo até ouvir o som da partida. São sensações únicas. E das quais eu tenho demasiadas saudades!...
Mas, em não tendo muito mais para fazer, e tendo companhia de outra roadie, aproveitei para dar umas voltas, e acabámos por ir até ao Pinhão. O Douro e as suas paisagens merecem mesmo o título de Património da Humanidade, e é impossível não nos apaixonarmos um bocadinho por aquela região. Não há fotografias que lhe façam justiça.
À tarde, depois da prova concluída, do banho tomado, e de um almoço numa tasca daquelas mesmo típicas, decidimos espreitar o Museu do Douro.
E foi uma bela surpresa! É um museu pequeno, mas que nos permite aprender algumas coisas sobre a história do Douro, e descobrir algumas curiosidades sobre esta região, que está intimamente ligada à produção do vinho do Porto.
Incluído no bilhete do Museu está um copo de vinho do Porto, em jeito de prova, que tomámos a apreciar o pôr-do-Sol e a vista magnífica.
O jantar foi em Lamego, no restaurante Vindouro. E foi tão bom! O espaço, o atendimento, o vinho, o meu filete de robalo e o bacalhau dele, as sobremesas... Não é barato, mas aproveitámos uma promoção do The Fork e acabou por ficar a um preço bastante aceitável para a qualidade do que nos foi servido. Se forem para aqueles lados, vale mesmo a pena!
No dia seguinte, rumámos a Viseu, já a caminho de Lisboa. Já não ia a Viseu há muitos anos e, apesar de ter sido uma visita curta, deu para passear um pouco pelas ruas e visitar a Sé.
Roupa estendida numa janela Manuelina é um luxo que não é para qualquer um, não!
Almoçámos muito bem, pois claro, que neste país só come mal quem quer, ainda fomos comprar uns doces típicos de Viseu (só para o lanche... não fosse dar-nos a fome pelo caminho), e rumámos a sul.
Apesar da desilusão com o Douro Ultra Trail, acabou por ser um excelente fim-de-semana, que deu para passear, para descobrir novas coisas no nosso país, para descansar, e para ganhar mais quilos do que aqueles que gostaria.
Não tendo tido férias de Verão, cada um destes fins-de-semana fora sabe-me pela vida! E só comprova aquilo que já todos sabemos: não precisamos de ir para fora para passar bons momentos, comer bem, beber melhor, e ver coisas incríveis!