sábado, 12 de agosto de 2017

Do passado e do presente e do futuro...

Lembram-se disto? Acabei por abri-la, claro. E hoje, quando andava em arrumações da caixa de email, voltei a lê-la. E apeteceu-me partilhá-la. Só porque sim. Só porque o que disse a mim mesma, pode fazer sentido para mais alguém, apesar de sentir que baixou em mim o Gustavo Santos. Espero que aguentem.

A carta foi escrita a 21 de Junho de 2016, e na altura de a enviar para o futuro, optei por enviá-la para daí a um ano - 21 de Junho de 2017, portanto.


Dear FutureMe,
Ao escrever-te esta carta estava, novamente, numa encruzilhada. Os últimos 8/9 meses tinham sido particularmente caóticos. Tinhas saído de uma relação longa, entrado noutra que acabou rapidamente, passado algum tempo sozinha, e, naquele momento, não sabias o que fazer.
Independentemente do que tenhas decidido na altura, quero que nunca te esqueças que não faz mal estar sozinha. Por mais que a sociedade nos diga o contrário, a verdade é que estar sozinha é igualmente bom. Ou melhor, em algumas coisas. Certamente pior noutras, também.
Mas nunca te esqueças das coisas boas que viveste sozinha. Não te esqueças da satisfação de arranjares a tua casa e montares o teu sofá sozinha. Não te esqueças do que sentiste em Praga quando, pela primeira vez a viajar sozinha, achaste que tinhas força para dominar o mundo. Não te esqueças do sentimento de liberdade, da falta de compromissos, regras e horas. Não te esqueças do tempo que tiveste para ti e para te dedicares às tuas coisas. Não te esqueças de tudo o que aprendeste sobre ti e do quanto cresceste.
Quer estejas sozinha ou acompanhada agora, que essa decisão seja serena e muito consciente. Que nunca na tua vida voltes a estar com alguém porque é a coisa certa a fazer ou por não quereres estar sozinha. Que só dês a alguém a honra de estar ao teu lado, se essa for a pessoa certa para ti, a que te acrescenta e te faz crescer. Não a que te completa, porque tu não precisas de ser completa. Tu és completa. Há um ano atrás, hoje e daqui a um ano. Tu és quanto baste.
Nunca te esqueças que és tu que tens de te fazer feliz. Não esperes pelos outros para isso. Os outros podem ajudar mas não podem viver por ti. Os outros não podem ser felizes por ti.
Vive. Sozinha. Acompanhada. Como quiseres. Mas vive e sê feliz!


E, um ano depois, eu vivo e sou feliz!

6 comentários:

  1. E ainda bem que a escreveste! É isso : Vive!

    Namorei 8 anos, comecei cedo, fui inocente, fui ingénua, fui muitas coisas, e tive medo de acabar uma coisa que não me fazia feliz já fazia tempo, tinha medo de não ser suficiente, etc... Durante os 2 anos seguintes vivi, fiz as minhas coisas, as minhas corridas, as minhas loucuras... Hoje tenho uma pessoa, totalmente diferente de quem tive no passado e acima de tudo continuo a viver.

    É importante isso, viver e não nos esquecermos de quem somos.

    Manda essa carta de ano a ano, mal não fará e é boa certamente para relembrar o que é importante.

    Força. Beijinhos

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    1. Obrigada pela partilha da tua história :)

      Acho que acontece muito isso com relações muito longas que começaram muito cedo. Crescemos, evoluímos, mas estivemos tanto tempo com aquela pessoa, que é difícil imaginar uma vida sem... Ainda bem que foste capaz e que agora estás mais feliz e viva :)

      Experimenta! É um exercício muito giro!

      Beijinhos!

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  2. O último parágrafo é simplesmente perfeito. :)

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  3. Sempre que me lembro dos meu momento de "solteira", penso nos bons momentos que passei, sem amarras, sem exigências, tão bom... Tudo tem um lado positivo e negativo, coisas boas e coisas más. Mas não ha nada pior do que estar com alguém que te "suga a alma"... "Mais vale só que mal acompanhado"

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    1. Eu só aprendi isso depois de ficar solteira!... E foi das melhores lições da minha vida!

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