quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Das perguntas que me fazem...

Toda a gente me pergunta se estou entusiasmada.

Não sou capaz de responder afirmativamente.

Não sou. 

Talvez por ser sempre pouco efusiva. Talvez por ser sempre cautelosa. Talvez por ser aquela que analisa sempre todos os cenários mil e uma vezes, incluíndo os piores.

Não consigo sentir-me entusiasmada. Foi tudo muito rápido. É tudo demasiado assustador.

Estou a largar um daqueles empregos estáveis, seguros e confortáveis, que não me daria muitas chatices e que duraria a minha vida toda, se eu assim o quisesse.

Estou a atirar-me de cabeça para o desconhecido, para o incerto, para o inseguro.

E isso é assustador. Muito. Não me posso esquecer que, no fim de cada mês, sou só eu e as minhas contas para pagar (e as do Snow, já agora). Não me posso esquecer de todas as histórias que conheço de desemprego e de vidas que deram voltas tremendas. Não me posso esquecer de todos os riscos que estou a correr.

Não estou entusiasmada.

Ainda não me caiu bem a ficha.

Ontem caiu um bocadinho mais. Ontem, quando soube que sexta-feira é o meu último dia no actual emprego, as coisas começaram a tornar-se reais. Estava mentalizada para ainda trabalhar a próxima semana, até dia 31. Estava mentalizada para não ter férias, para ainda ter mais uma semana para fazer as despedidas, para deixar a casa arrumada. Mas não. Faltam dois dias e meio de trabalho. Ontem começou mesmo a cair a ficha.

Mas ainda não estou entusiasmada.

Lá para dia 3 à noite, quando tiver de pensar no que vestir no dia seguinte, talvez me dê o entusiasmo.

E nos dias seguintes. E em todos os que se seguirem a esses durante muito tempo. Espero eu.

11 comentários:

  1. Medo, medo, medo. A minha primeira sensação ao saber que consegui aquilo que tu sabes. Sintomas disso? Choro descontrolado, dado o tamanho da responsabilidade que me espera. "Ah, mas há muito quem ande lá a dormir e ganha na mesma. Não te preocupes.", diziam-me alguns. Só que não. Não, porque quando EU me envolvo em algo, envolvo a sério e o medo de falhar e não cumprir objectivos e prazos está lá. Sempre e a tempo inteiro. "Obriguei-me" a falar disso publicamente uma semana depois de saber da notícia como parte do processo de aceitação, numa de "que nem te passe pela cabeça recusares esta oportunidade!". Ainda estou em fase de mentalização.
    Desculpa se parece um comentário demasiado egocêntrico, mas serve, espero eu, para não te sentires uma alien. Não és a única. Somos mais parecidas do que talvez ambas imaginemos. A seu tempo, tudo acalmará e quando o desconhecido se for tornando familiar, tenho a certeza que ficará provado terem sido as nossas melhores escolhas. Força nisso, minha querida!

    Pinhas.

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    1. Somos mesmo muito parecidas e eu percebo perfeitamente o que dizes. 90% deste meu receio está relacionado com o facto de achar que posso não estar à altura do que esperam de mim. A sensação que tenho é igual: se me meto numa coisa, é para ser a sério!...

      Mas vai correr bem. Para mim e para ti!

      Obrigada pelas tuas palavras e um beijinho :)

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    2. Hoje, especialmente, a pensar em (e a torcer por) ti! Vai dando notícias! :*

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    3. Pomos a conversa em dia um dia destes :)

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  2. Os teus receios são o mais naturais possíveis e se não os tivesses é que não eras consciente.
    Tal como já uma vez aqui disse, corajoso não é o que não tem medo mas sim o que o tem mas enfrenta-o. E tu vais enfrentá-lo e vencer. Pensamento positivo é meio caminho andado para a vitória.
    Força e tudo a correr pelo melhor :)

    Beijinhos

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  3. Nota mental: não te voltar a fazer essa pergunta. :)
    Se não te estivesses a "atirar de cabeça para o desconhecido" estavas a questionar se não o deverias ter feito. Que dia 4 chegue depressa para que o entusiasmo nunca mais te largue!
    Beijinhos!

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    1. Ahahahah! Não leves isto a peito ;)

      É verdade... Prefiro correr o risco do que ficar a pensar nisso!

      Um beijinho

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  4. "Everything you've ever wanted is on the other side of fear" :)

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  5. Estamos na mesma situação. Sinto exactamente o mesmo. Penso exactamente da mesma maneira.

    Resta-me desejar Boa sorte e Força (e esperar o mesmo para mim...)

    Vai dar tudo certo...

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