terça-feira, 8 de março de 2016

De Praga... - III

Antes de começar a inundar isto de fotografias, só algumas notas sobre a viagem a Praga.

A viagem a Praga tinha começado a ser pensada no final de Dezembro, início de Janeiro. Quando me decidi, finalmente, quanto ao destino (estava indecisa entre Praga e Berlim), e quando quis começar a marcar hotel e vôos, perguntei à pessoa que estava ao meu lado na altura, se queria ir também. E assim comecei a imaginar uma viagem a dois.

A exactamente dez dias da partida, a viagem que ia ser a dois, passou a ser a um. E eu decidi que ia sozinha. Eu queria muito ir e achei que faria ainda mais sentido, perante o meu estado emocional, sair daqui e ir ver coisas novas. Tive algumas dúvidas, tive pessoas à minha volta que acharam que era louca, mas ao mesmo tempo sabia que era a altura certa para fazer algo de completamente diferente: viajar sozinha.

E lá fui. Se houve momentos difíceis? Houve. Mas o balanço que faço é tão, mas tão positivo, que tenho vontade de ir por esse Mundo fora a evangelizar as pessoas, dizendo-lhes que toda a gente deve fazer uma viagem sozinho, uma vez na vida.

Adorei Praga, a cidade é espectacular, muito pequena, muito segura. E adorei voltar a receber injecções de cultura e história. E ver sítios novos, e conhecer pessoas novas, e contactar com uma cultura muito diferente da nossa, e aprender tanto, tanto, tanto!

Viajar sozinha permitiu-me fazer o que queria, quando queria. E isso foi maravilhoso! Mas viajar sozinha também me obrigou a lidar comigo. E isso pode ser complicado. Sobretudo, quando eu estava no estado em que estava. Quando estamos sozinhos, sobretudo num país estrangeiro, com uma língua da qual não percebemos rigorosamente nada, a sensação de solidão pode tornar-se avassaladora. Podemos sentir-nos esmagados pela sensação de estarmos mesmo sós. Mas, no fim do dia, a sensação de que não só lidámos com isso, mas crescemos e ficámos mais fortes (viva o cliché!), é algo de muito especial.

Não só adorei Praga pelo que Praga é, mas pelo bem que me fez. Pela experiência que foi viajar sozinha, pela oportunidade para ser verdadeiramente livre e senhora do meu nariz, pela hipótese de estar comigo, no meu tempo, no meu ritmo.

Mas não, viajar sozinha não tem só coisas boas. Às vezes, vemos coisas tão especiais, que queríamos ter alguém ao lado com quem comentar e partilhar. Noutras vezes, vemos coisas que mexem tanto connosco, que sabia bem um abraço. E nem sempre é fácil lidar com o facto de estarmos a almoçar/jantar sem companhia num restaurante. E também dava jeito termos alguém para nos tirar umas fotografias giras (mas ficamos profissionais na arte da selfie!). 

Mas a verdade é que o balanço é mesmo positivo e já estou a pensar no próximo destino! Por isso, ide! Ide viajar por esse Mundo fora, com a melhor companhia que pode haver: vocês mesmos!*



*não, não me vou tornar num Gustavo Santos só porque voei para fora do ninho pela primeira vez...


6 comentários:

  1. Vejo que aproveitaste os meus conselhos ;) Qual é o próximo destino?

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  2. Ainda não sabia que tinhas ido a Praga. Óptima escolha!
    Parabéns pela coragem de teres ido sozinha. Eu não o teria feito.
    Há que saber estar connosco, apreciar a nossa companhia (por vezes não temos outro remédio).
    Um grande beijinho e coragem para esta fase da tua vida!

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  3. Ahh...e venham daí essas fotos, que eu tenho tantas saudades de Praga...

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