Ontem fui ver o Meia-Noite em Paris. E gostei. Mas ainda estou a tentar perceber se o filme é genial ou se é, simplesmente, pateta.
Ia um bocadinho receosa. Os filmes do Woody Allen não são filmes óbvios, filmes fáceis. Alguns adoram-se. Alguns detestam-se. E este eu adorei.
O filme apresentava, quanto a mim, várias questões. A primeira, desde logo, por ser passado em Paris. É que eu não gosto de Paris. Não gosto. Ponto. Mas, apesar disso, nos últimos tempos já andava com vontade de voltar a Paris. E depois de ver este filme... Eu tenho de ir a Paris! Urgentemente. O filme está tão bem feito que consegue pôr-me a sorrir e a sonhar com uma cidade de que eu nem sequer gosto...
A segunda questão prendia-se com o actor principal. Não é um actor de quem eu goste particularmente. E achei uma escolha curiosa por parte do realizador. Mas, mais uma vez, a verdade é que gostei de o ver no papel de Gil. E, sim, identifiquei-me com ele em muitas coisas. Possivelmente, terá que ver com este momento da minha vida. Mas a verdade é que achei piada àquela ingenuidade, àquela paixão pelas coisas simples, pela chuva, àquela vontade de regresso ao passado. E, tal como ele, também eu percebi que a nostalgia é muito gira mas que o passado está bem é no passado. Agora, é fácil olhar para trás e pensar que "naquele tempo é que era bom". Agora, é fácil olhar para trás e só pensar nas coisas boas. Mas não há idades de ouro. Não há épocas perfeitas. O passado é o passado. A única idade de ouro é a de agora, é a de hoje, é a do presente. Essa sim, é o que nós quisermos que seja. Como diria um grande senhor: O que lá vai já deu o que tinha a dar... Agora o que importa é o que fazemos da nossa vida actual e do nosso futuro!
A terceira questão prendia-se, obviamente, com o tema e a história. Um filme que faz uma viagem ao passado e em que aparecem alguns dos meus artistas favoritos, tem tudo para ser ou um grande filme ou o pior filme de sempre. Mais uma vez, Woody Allen fez um grande filme. Os meus artistas estavam muito bem. Muito eles. Era inevitável soltar uma gargalhada de cada vez que mais um deles aparecia em cena. Se, para muita gente, falar na Gertrude Stein ou na Camille do Rodin, é o mesmo que falar de espécies de cogumelos, para mim, é falar da minha vida. Achei o Dalí genial, o Toulouse-Lautrec delicioso, o Gauguin perfeito... Só tenho algumas dúvidas em relação ao Picasso, mas também já seria exigir demais! Para alguém que estudou estes artistas e, em alguns casos, leu sobre as suas vidas privadas, é realmente interessante vê-los assim, em filme, e não ficar desiludida.
Saí de lá a sentir-me pateta (perdoem, mas era a palavra que mais me ocorria quando saí da sala de cinema). A sentir-me leve, a sentir-me apaixonada, a sentir-me com vontade de voltar a Paris, a sentir-me com vontade de ler mais e mais sobre todos eles. Saí da sala de cinema como há muito não saía. Saí a sentir-me cheia, preenchida, enriquecida. É um bom filme. Um excelente filme. Mas continuo indecisa entre a genialidade da ideia, ou a patetice de nos fazer viajar no tempo e sonhar.
Este fim de semana também o vou ver!!!! :)
ResponderEliminarBjinhos
Dear
É nice o filme. Nada de especial. Só nice.
ResponderEliminarTem o handicap de ser do WA.
Ainda não o vi mas estou com muita vontade!
ResponderEliminarAh e como eu adoro Paris... q saudades..........
Bisoux ma chérie :)
Estou para ver este filme há já algum tempo. Aliás, tenho-o cá em casa em lista de espera.
ResponderEliminarNão sei se passa de hoje.
Fizeste-me ficar cheia de vontade de o ver.
Obrigada :)
Beijinhos
Dear: depois conta o que achaste!
ResponderEliminarAflito: handicap? Why?
Dear Daisy: então vê, e se adoras Paris, mais uma razão! :)
Luarte: vale mesmo, mesmo a pena! Espero que não te desiluda! Um beijinho :)
Vi esse filme a caminho dos EAU (for free!) e gostei muito, pela simplicidade, por juntar tantas personalidades ricas e interessantes. Apeteceu-me ir a Paris, mais do que nunca! Já fui a Paris há uns bons anos, e adorava lá voltar. Os meus 12 anos da altura não me deixaram apreciar Paris como deve ser :)
ResponderEliminarAh e adoro de paixão o Owen Wilson!!! Acho que ele deve ter uma personalidade super boa onda e tem um aspecto diferente do habitual!
Beijinhos
Handicap de tares sempre à espera que saia algo de muito bom ou, no mínimo, original.
ResponderEliminarNão foi o caso. :|
Pipita: então já tens uma boa desculpa para voltar ;) E sim, é verdade, não é o típico palminho de cara... Mas não sei... Há ali qualquer coisa de que não sou fã!
ResponderEliminarAflito: eu como não esperava grande coisa, saí surpreendida... Mas percebo o que queres dizer.