terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Das cicatrizes...

Eu pensava que ia ser bem pior. A sério que sim. Pensei que fosse custar mais, sabes? Que fosse doer mais. Que as feridas ficassem abertas por mais tempo. Mas parece que não. Parece que elas estão a sarar relativamente bem.

Claro que eu sei que é cedo. É muito cedo. E sei também que estas feridas são daquelas chatas que, quando menos esperamos, voltam a dar comichões e dores. Porque eu conheço o meu corpo. As minhas cicatrizes. Sei onde dói. Sei por que dói. Sei quem me magoou e sei bem quem tem a capacidade de me magoar. 

Sei que há cicatrizes que sararam e que continuam comigo apenas para me lembrar do que já foi. Sei que há cicatrizes que agora parecem saradas mas que, a qualquer momento, voltam a abrir. E sei que há cicatrizes que nem o tempo ajuda a fechar. 

Ainda assim, pensei que fosse ser pior. Pensei que eu ficasse mais estragada, sabes? Pensei que ficasse com mais danos e que fosse mais difícil reerguer-me. Mas, para já, step by step, eu cá vou andando. 

E é bom. É boa esta sensação de ser capaz. É boa esta sensação de que há mais mundo lá fora. É bom surpreender-me percebendo que, se calhar, há esperança para mim. Se calhar, tu não me arruinaste completamente. Pelo menos, não arruinaste aquilo em que acredito. 

Sei que, um dia destes, vou cair outra vez. Vou a meio do abismo neste momento, mais coisa, menos coisa. Um dia destes, aterro lá em baixo. E depois? Depois levanto-me e sigo em frente. Porque se há coisa que eu aprendi é que seguir em frente não só é possível, como é mais simples do que parece. Tenho-me a mim, tenho os meus, e seguir em frente é possível. Mesmo.*






*E, em breve, tu vais perceber o mesmo e vais seguir em frente. Eu sei que sim.

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