Eu sou Agridoce, e tu?
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022
Dos 20 meses da Isabel...
segunda-feira, 3 de janeiro de 2022
Das fotografias que dão alegria... - Day 3
domingo, 2 de janeiro de 2022
Das fotografias que dão alegria... - Day 2
sábado, 1 de janeiro de 2022
Das fotografias que dão alegria... - Day 1
domingo, 10 de outubro de 2021
Do meu regresso à terapia... E à psiquiatria... E à medicação...
quinta-feira, 12 de agosto de 2021
Das portas que se fecham e das janelas que não queremos que se abram...
Ontem fechou-se uma porta que eu há muito queria ver fechada. Foram dois meses de vida em suspenso. Dois meses de incertezas, de dúvidas, de receios. Dois meses de espera. E eu não sou pessoa de estar, simplesmente, à espera. Foram dois meses duros, que incluíram um dos dias mais duros da minha vida. Se ao menos tivesse valido a pena, mas não valeu. A espera e as incertezas continuaram, depois desse dia. Mas, ontem, tudo isso acabou. Ontem, a porta fechou-se de vez. E eu posso voltar a respirar, posso fazer as pazes comigo, posso apanhar os cacos e retomar a minha vida, no ponto em que ela ficou há dois meses. Finalmente.
terça-feira, 27 de julho de 2021
Do 1º ano da Isabel...
Um ano de Isabel.
terça-feira, 25 de maio de 2021
Dos 11 meses da Isabel...
Onze meses de Isabel.
Onze. Só falta um para os doze. O último mês trouxe a grande novidade de um dos marcos do seu desenvolvimento: já gatinha. Ninguém a pára e acabou-se o sossego. O nosso e o do gato. Que ela continua a adorar. Já foi arranhada, claro. Continua na creche e não houve mais sustos com covid-19. Espalha charme e sorrisos e já tem um clube de fãs. Ainda não perdeu as bochechas, mas já esticou um bocadinho. Adora comer. Sopa, fruta, peixe, carne, legumes, panquecas. O que seja. Dêem-lhe comida e os olhos dela brilham. Consta que começa a guinchar mal vê as cadeiras de refeição na creche. Ainda não fala, mas já procura com o olhar quando lhe perguntamos pela mãe, pelo pai, pelo gato ou pela bola. Gosta de partilhar. Eu peço-lhe para dar a banana à mamã e ela nem hesita em enfiar-ma na boca. E ri-se perdidamente com isso. Continua bem disposta. E boa onda. E simpática. Continuo sem saber a quem sai. Passámos o nosso primeiro fim de semana fora de casa e portou-se lindamente. Não estranhou a cama, não estranhou comer no restaurante, não estranhou nada. É uma santa. Ou não fosse Isabel. Estabilizou nos seis dentes há já umas semanas. Nunca nos deu nenhum susto de saúde. Imita-nos a piscar os olhos e nós rimos perdidamente. Diz adeus. Manda beijinhos. Imita-me a suspirar e ri-se. Também bate palmas. Atira coisas para o chão e fica a olhar para elas, a tentar perceber isso da gravidade. Já não berra desalmadamente na maior parte do tempo das viagens de carro e até já aconteceu adormecer sozinha. Já tem o seu primeiro fato de banho mas ainda não o usou. Já quase percebeu o conceito de dar abraços e derrete corações quando encosta a cabeça no nosso peito. As noites estão incrivelmente melhores. Mesmo quando ela acorda às cinco e meia e entende que não precisa de dormir mais. As sestas continuam de trinta minutos. Tem potencial para ser uma autêntica gralha. Adora o reco reco e foi maravilhoso ver a evolução dela até ela perceber como ele toca. Já é menos careca e não tem o cabelo tão escuro como o da a mãe. Ainda hoje dei comigo a olhar para ela e a perguntar-me como era possível eu ter feito algo tão incrível.
Onze meses de Isabel. Não é cliché, passa mesmo a voar.
sexta-feira, 9 de abril de 2021
Dos 9 meses da Isabel...
(com 15 dias de atraso, mas está tudo bem...)
domingo, 21 de março de 2021
Do teu ar sereno nos meus braços e da vida que não sei viver...
Há pouco, emocionei-me enquanto embalava a Isabel nos meus braços e a via adormecer.
Costumo adormecê-la no berço, durante o dia, mas hoje quis que ela adormecesse ao meu colo, enquanto eu a embalava e eu cantarolava para ela. Talvez pela consciência de que, um dia, estes momentos deixarão de existir. Ao vê-la fechar os olhos e deixar-se ir, senti os olhos encherem-se de lágrimas.
Estamos, desde quinta-feira, em isolamento profilático, por ela ter sido considerada contacto de alto risco. Estou tranquila em relação a isso, plenamente consciente de que a probabilidade de ela ter sido contaminada com Covid-19 é muito baixa.
Mas, ao mesmo tempo, não deixo de me sentir frustrada e angustiada com tudo isto. Estamos fechados em casa há um ano (excepção feita para duas semanas no Algarve). Estamos estupidamente isolados e confinados. Estamos a viver a experiência da parentalidade sozinhos, sem apoio, sem partilha, sem a celebração que este momento devia ser. Protegemo-nos, e a ela, o mais que podemos, e, com isso, afastamo-la dos nossos e de quem lhe quer bem. Tudo o que temos feito, é por acharmos que é o mais correcto. Mas, depois, bastam 4 dias na creche, para ela ser exposta e considerada contacto de alto risco por contacto directo com um infectado. E eu, que sempre vivi bem com as minhas decisões no último ano, não deixo de me questionar. Ao vê-la adormecer nos meus braços, ao deliciar-me com os seus contornos perfeitos e o seu ar sereno, não deixo de me perguntar se fará sentido continuar a privá-la do mundo, e a privar o mundo dela. Se a deixamos ir para a creche, com o resultado que está à vista, não faria sentido deixá-la estar com as nossas pessoas?... Ao mesmo tempo, a racionalidade em mim, pergunta-se se não será esse o pensamento errado que levou ao estado em que estamos de achar que "já que me exponho para ir trabalhar, então também não faz mal se me expuser para ir jantar fora, e estar com os amigos, e estar com a família...". O facto de ela ir à creche, deverá justificar que a resguardemos ainda mais, para minimizar riscos, ou deverá ser carta branca, em jeito de "perdido por cem, perdido por mil", para aproveitarmos a vida e vivermos esta experiência um pouco mais como ela deveria ser vivida?...
Não consigo chegar a nenhuma conclusão. Vivo dividida entre fazer o que acho correcto, não só porque o nosso governo o diz, mas porque a minha consciência assim o diz, e fazer o que vejo os outros fazerem, em actos que me fazem questionar o meu excesso de zelo.
De uma coisa não tenho dúvidas: o impacto social desta pandemia é absolutamente avassalador. Quem acha que vamos ter uma grande crise económica, devia preocupar-se igualmente com a forma como todos vamos sair disto em termos psicológicos, nos nossos afectos, nos nossos medos e ansiedades.
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