quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Dos 7 meses da Isabel...

 

Sete meses de Isabel.

Este foi, sem dúvida, o mês em que mais aconteceu. Foi o mês em que a Isabel começou a comer. E que bem que ela come. Também foi o mês em que começou a creche. Apenas para voltar para casa, ao fim de três semanas. Ficou conhecida por ser bem disposta e tagarela. Já se senta muito bem. Já rebola e "desrebola". Apareceram os primeiros dentes e está ainda mais deliciosa. Fica tão feliz com água como com banana, com sopa ou com papas. Continua a rir-se muito. E já estica as mãos para chegar ao gato, que lhe dá umas lambidelas de quando em vez. Começou a dormir no quarto dela, deixando os pais indecisos entre a culpa de a abandonar e o alívio de recuperarem o seu canto. Nasceu para comer, e, toda ela é sorrisos, quando o assunto é comida. Faz umas mini-micro sestas, para desespero de quem está em teletrabalho. Gosta de ver bater palmas e estalar os dedos. Ri-se para si mesma, ao espelho. Gosta de estar à janela. Gosta de cenoura. Continua a levar os pés à boca, sempre que pode. Não gosta da textura dos brócolos e parece ter nojo de lhes tocar. Não tenho termo de comparação, mas ela ri-se mesmo muito, já disse? Gosta quando lemos para ela e gosta de morder os livros. Gosta de morder tudo, na verdade. Continua a falar imenso, seja dia ou noite. Hoje riu-se como nunca, a comer papa de espelta pela primeira vez. Aninha a cabeça no meu ombro e derrete-me ainda mais. Quer explorar tudo, tocar em tudo, agarrar tudo. Já rasteja um bocadinho e foge do tapete de actividades, se não estamos atentos. É uma bebé bem disposta e boa onda. Não sei a quem sai. No meio desta pandemia, estamos a conseguir criar uma bebé sociável e tranquila. Não me perguntem como. Mas, apesar de terrivelmente dura, tem sido uma viagem incrível.

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Da Blue Monday que afinal é Tuesday...

Hoje fui-me um bocadinho abaixo. Só um bocadinho. Mas aquele bocadinho suficiente para ficar de coração apertado e lágrimas nos olhos.

Estou cansada da Covid. Dos casos, dos números, dos medos, das inseguranças.

A Isabel está na sua terceira semana de creche e são muitos os emails que já recebemos a falar sobre o tema. Hoje, recebemos mais um. A creche que escolhemos tem sido irrepreensível na forma como partilha a informação, como nos coloca a par de tudo, como nos tenta sossegar. Mas, hoje, fui-me um bocadinho abaixo. Só um bocadinho.

A nossa miúda passou 6 meses fechada em casa. Foram 6 meses no nosso colo, no nosso ninho, na nossa bolha de protecção. Fechámo-la, isolámo-la, protegemo-la. Talvez tenhamos exagerado. Talvez tenhamos roçado a paranóia. Mas é a nossa filha e só temos esta. Se isso fez com que mal visse a família e os amigos? Fez. Se nos custou? Custou. Mas fizemos o que fez sentido para nós, nestes tempos estranhos que vivemos.

E agora? Agora ela está entregue a estranhos, exposta a riscos, enquanto vivemos a maior pandemia dos tempos modernos. Agora já não está no nosso colo, no nosso ninho, na nossa bolha de protecção. A nossa miúda está na sua terceira semana de creche, mas só hoje é que me caiu a ficha. E custa. Horrores. 

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Das formas que temos de baixar os braços...

 

Hoje cancelei a subscrição da newsletter da Easyjet.



(ando a limpar a minha vida, a minha casa, e a minha alma, estendendo esta limpeza à poluição visual que recebo no digital - já cancelei as subscrições de várias marcas de roupa [no seguimento da decisão de um 2021 mais sustentável], e agora cancelei esta, resignando-me à ideia de que não voltarei a voar tão cedo)

domingo, 3 de janeiro de 2021

Da São Silvestre de Lisboa 2020...

São Silvestre de Lisboa

Foi há uma semana que fiz a São Silvestre de Lisboa 2020, em versão virtual.

A São Silvestre de Lisboa é, como já devo ter dito por aqui, a minha prova de estrada preferida. É aquela que nunca falhei desde 2015, quando foi a minha primeira prova de estrada de 10km. Mesmo o ano passado, já grávida, fiz questão de ir fazê-la, em ritmo caracol, tendo sido a última prova que fiz, antes de a Isabel nascer. Fazia-me ainda mais sentido fazê-la este ano, sendo a primeira prova que fiz, depois de a Isabel nascer.

E assim, lá fui eu. 

Contexto: eu só recomecei a correr no início de Novembro, tendo parado logo de seguida, e recomeçado 3 semanas depois. Dizia o meu Strava que eu tinha corrido apenas 6 vezes, e o treino mais longo que tinha feito, tinha sido de 6km. 

As minhas expectativas para estes 10km eram, portanto, muito baixas. No mínimo, era um disparate pôr-me a fazer 10km com tão pouco treino, depois de uma paragem de 11 meses, com uma gravidez e uma cesariana pelo meio. Mas disparates é o meu nome do meio. E o pior que podia acontecer, era eu ter de me arrastar e caminhar nos últimos metros ou quilómetros ou o que fosse. Era um disparate, mas controlado.

Domingo, às 10h30 da manhã, lá estava eu, no sítio do costume: um Parque das Nações demasiado cheio para o meu gosto, mas com a temperatura certa e sem vento. 

Decidi começar logo pela parte chata do percurso, sem grande ânimo ou entusiasmo, e foi com surpresa que comecei a cruzar-me com outros atletas em prova. Caramba, as saudades que eu tinha de ouvir um "Força!", ou um "Boa prova!". Foi tão, tão bom! Lá fui eu, quilómetro após quilómetro, a ver o tempo passar. Tinha um objectivo em mente: fazer melhor do que em 2019 (o que não seria difícil, dado que tinha feito 1h15).

Claro que, com a minha falta de preparação, ia eu nos 4km, quando comecei a pensar que talvez não fosse má ideia fazer só 5km. Comecei a arranjar mil e uma justificações na minha cabeça, para justificar a minha desistência. Mas, ao mesmo tempo, sabia que isso não fazia sentido nenhum. Sabia que, nem que fosse a caminhar, eu tinha de fazer aqueles 10km. Era o mínimo que eu podia fazer por mim.

Nova estratégia, já antes utilizada: alternar 200 metros a caminhar, com 800 metros a correr. Quando o relógio marcou 5km, eu encostei, caminhei 200 metros e voltei a correr. Fiz o mesmo aos 6km e aos 7km. Mas, quando o relógio marcou os 8km, eu pensei para mim que só faltavam 2km, e que, fosse a que ritmo fosse, havia de fazê-los a correr. Caramba! Era o esforço final, eram só mais 2km, só mais 13 minutos, só mais 3 músicas (eu meço o meu tempo em várias medidas, consoante o estado de espírito).

E lá fui eu. E fiz os 10km em 1h07. Se eu duvidava que conseguisse fazer os 10km, fazê-los neste tempo foi absolutamente incrível. E a sensação quando parei o relógio foi avassaladora e fez-me lembrar por que motivo eu gosto de correr. Já não me lembrava, sabem? Já não sabia o que era esta sensação de desafio superado e de dever cumprido. Num ano tão estranho e tão atípico, eu voltei a sentir-me viva e voltei para casa de sorriso parvo no rosto.

Consegui. Num ano em que sinto que não consigo nada, eu consegui fazer aqueles 10km, praticamente sempre a correr, e num tempo que não me envergonha. Consegui. E a sensação não tem preço.

Que 2021 nos traga as provas de volta, que eu preciso muito disto!...

sábado, 2 de janeiro de 2021

Dos presentes de Natal e dos objectivos para 2021...


Este Natal, pedi apenas 2 presentes. Um deles, foi esta camisola do Armazém das Malhas

O Armazém das Malhas é um pequeno grande negócio familiar, com uma produção responsável e sustentável, que usa matérias primas escolhidas a dedo, pela sua qualidade e pela sua origem. Produzem, de forma artesanal, e em Portugal, peças intemporais e feitas para durar, em colecções de pequena escala. Têm como missão "Sensibilizar para um consumo consciente". 

E um dos meus objectivos para 2021 é, precisamente, o consumo consciente. É reduzir ao mínimo indispensável a compra de roupa, calçado e acessórios. É optar pela slow fashion. É comprar apenas o que for mesmo necessário e, ao fazê-lo, optar por marcas como esta. Marcas nacionais, que se preocupam com o impacto da sua produção, que lutam também por um mundo mais sustentável.

Baby steps, a caminho de um mundo melhor.

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