sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Das conversas de sexta-feira à noite...

Estivemos a ver o documentário Dick Johnson is dead, e, quando acabámos, eu estive a elencar as minhas preferências para quando eu morrer. Como sei que ele só ouve 10% do que eu lhe digo, fica aqui, para registo futuro:

- quero ser cremada. As cinzas devem ser espalhadas no mar. Idealmente, em Santa Maria. Mas como é meio fora de mão, o meu irmão que pegue no barco e me leve para ao pé dos golfinhos, que já não é mau. Sintra ou Monsanto também são opções válidas.

- não quero cravos no meu funeral. Nem um. Odeio cravos.

- não quero padres nem missas. Façam uma coisa qualquer gira e simbólica, quem quiser diz umas palavras, e está feito.

- quero comida e bebida. Muitas gordices e muito álcool, para afogarem as mágoas.


E é isto. Parecem-me exigências bastante razoáveis, até.

Tentei que ele me dissesse as suas preferências, mas não foi capaz. Diz que nunca pensou sobre isso. Quem é que nunca pensou sobre o seu funeral?!... E o pânico que é pensar se lhe acontece alguma coisa e eu não sei o que fazer?... Já lhe disse que tem de pensar nisso, que isto não pode ser assim: ir embora e quem cá fica que resolva... Não. Nem pensar. 

6 comentários:

  1. ?!?
    No meu caso, façam o que quiserem. Já não estarei cá para me importar com isso...
    Beijinhos e que esses teus pedidos fiquem para daqui a uma eternidade de anos :)

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    1. Pronto, nada de exigências do teu lado :)

      Obrigada! Assim espero! Um beijinho

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  2. Tenho que ver sobre o que é esse documentário, para libertar tão interessantes questões futuras.

    Não se esqueçam é de assinar apólices de seguros de vida, se for o caso e deixar a papelada em ordem, isso sim tem impacto na vida futura de quem cá fica.

    De resto, funerais, seja qual for tipo, católico, cremação, um Knarr a arder depois de uma sueca, norueguesa ou até dinamarquesa lhe ter atirado uma seta em chamas, é para quem cá fica, que façam como lhes aprouver para diminuir a dor na medida do possível (repara como desta forma subtil mostro pensar em deixar cá quem sinta a minha falta ;)).

    Beijinhos

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    1. Vê, vê! E depois diz o que achaste!

      Não tenho disso... Mas vou investigar se ele tem! Já pensei sobre essas questões por não sermos casados... Ainda hoje, por coincidência, estava no site dos certificados de aforro a ver como é feita a habilitação de herdeiros (eu entretenho-me com coisas estranhas).

      Sabes que eu acredito que deixar decidido como quero que seja, é a melhor forma de diminuir a dor de quem cá fica (idem, idem). Não há nada pior do que ter de lidar com a perda de alguém querido, e ainda ter de decidir a côr e a decoração do caixão, a urna para as cinzas, o sítio da missa, se o padre vai ao cemitério ou não...

      Um beijinho

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  3. eu oscilo entre ser cremada ou doar o corpo a uma faculdade de medicina.
    já estive com os papeis da FMUP à minha frente para preencher. mas depois pensei nos meus pais e, no caso de eu morrer primeiro, como eles iriam reagir.
    acho que só vou conseguir tomar uma decisão no dia em que eles já cá não estiverem...

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    1. Olha, nunca me tinha lembrado disso. Mas acho que não o faria... É como dizes. Acho que quem cá fica, pode precisar do corpo para fazer o luto. Não sei ao certo como isso funciona, mas teria de investigar melhor.

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