Hoje, à hora de almoço, numa esplanada a beber café e a apanhar um Sol que me soube pela vida, falava-se de relações. Sobretudo, de fracassos de relações.
Curiosa esta coisa da idade. Esta coisa de crescermos. Esta coisa da nossa visão do mundo mudar. Chama-se aprender, dizem.
O certo é que eu aprendi muito sobre mim nos últimos anos. E uma das coisas que hoje percebi que aprendi foi a conhecer-me melhor e a reconhecer as minhas falhas. Que são muitas.
Se há coisa que aprendi é que tenho de ser mais compreensiva. Mais tolerante. Tenho de ceder mais.
Não é fácil. Não nasci rodeada de compreensão nem de tolerância. E, digam o que disserem, somos em adultos aquilo que vemos ser em crianças. E eu sou assim.
O que não quer dizer que não possa mudar. Que posso. Reconhecê-lo é só o primeiro passo.
A seguir, é pôr em prática.
E a primeira lição a pôr em prática é: há guerras que não vale a pena ter. E isto aplica-se a tudo: relações amorosas, familiares, profissionais, amizades. Há guerras que são um puro desperdício de energia. E que só moem. E que não levam a nada.
Há guerras que até podemos ganhar, mas os danos colaterais que provocam não compensam em nada aquilo que achamos estar a ganhar.
Além disso, devemos focar as nossas energias naquilo que é realmente importante. Vale a pena discutir com alguém por causa de dez coisas diferentes? Dez discussões? Dez guerras? Dez novas feridas e cicatrizes? Ou não será mais interessante aprender a lidar com nove coisas que até nem são assim tão importantes e concentrarmo-nos a lutar por aquela que é realmente crucial?
E sim, eu já perdi muito tempo com guerras desnecessárias. Eu já desperdicei muitas energias com discussões por coisas sem importância. Eu já foquei as minhas energias em coisas que não devia.
Mas sim, eu aprendi com isso. Aprendi que, por um lado, tenho de ceder, e, por outro, tenho de focar-me no que é realmente importante.