sábado, 17 de outubro de 2009

Dos Updatis Longus...

Hoje andámos por cá em remodelações. Por cá, leia-se, no blog. Em casa também temos andado. Mas isso passarei a explicar mais adiante.

Eu tenho tentado. Tenho tentado fazer disto um blog como os outros, em que se escreve todos os dias. Em que se contam coisas. Mensagens tendencialmente curtas mas interessantes. Mas perdoem-me. Eu não sou capaz. Eu sou de outros tempos. Quando comecei a escrever na blogosfera (e já não sei ao certo há quanto tempo foi isso mas as provas que ainda subsistem apontam para Setembro de 2001), ainda não era normal e comum escrever-se num blog. Hoje em dia, da Farmácia ao vizinho do lado, passando pelo nosso restaurante favorito e por aquela amiga que tem umas roupas giras, toda a gente tem um blog. TODA A GENTE.


E isso dificulta um bocadinho a tarefa de ler e escrever. Dificulta a tarefa de ler porque, no meio de tantos, torna-se difícil escolher os que mais nos interessam. E dificulta a tarefa de escrever por dois motivos: o primeiro, porque havendo mais oferta, o grau de exigência aumenta; o segundo, porque havendo tanta oferta, mais tarde ou mais cedo, as pessoas que nos rodeiam começam a perguntar-se se nós não teremos também um blog.

E a minha relação com os blogs foi sempre muito possessiva. O meu blog, que não era um blog (mas isso agora pouco interessa), sempre foi meu. Meu, e de algumas amizades que foram surgindo pelo mundo virtual fora. Mas vivíamos felizes assim, no nosso anonimato, numa espécie de alter-ego virtual. Em que eu escrevia, escrevia, escrevia. Escrevia compulsivamente e não me preocupava nada com o que os outros pensavam. E escrevia bem. Mas agora não consigo. Deixei de conseguir escrever e até já aqui falei sobre isso. E isso perturba-me. Porque detesto pensar que possa ter perdido a capacidade de escrever. Por outro lado, acho que o cerne da questão está no facto de eu não conseguir escrever sobre o meu dia-a-dia, sobre a minha vida, sobre o quotidiano e as coisas normais. Nunca foi sobre isso que escrevi. Deve ser por isso que não consigo agora fazê-lo.

Mas vou continuar a tentar. Vou tentar muito. E hei-de conseguir.


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