Parece que foi noutra vida e só passaram 15 dias.
Este ano, mais uma vez, não fiz anos. Mas este ano resolvi a coisa de forma muito mais inteligente: 2 dias de comemoração, 3 festas. Não foi um casamento cigano, mas quase.
Comecei o dia 28 no Porto. Acordar calmo e lento. Pequeno-almoço maravilhoso (o que eu engordei naquela terra!), passagem pela Casa da Música, seguida de massagem de relaxamento num qualquer SPA, para relaxar o corpo e a alma.
Ainda almocei num vegetariano muito bom (e muito barato, dada a qualidade do que se come), e regressei a Lisboa.
Festa número 1, com os sobrinhos à minha espera para me cantarem os Parabéns e comermos o primeiro bolo. Seguiu-se a festa número 2, só com alguma da família crescida e alguns amigos. E seguiu-se ainda um Gin do Mar, no sítio do costume. A meia-noite foi devidamente assinalada, com a comemoração dos micro-segundos durante os quais faço anos, e com mais presentes de que gostei muito. O estado de espírito estava meio tremido: senti-me meio assoberbada por tudo, ainda me deu para chorar, e sem perceber bem porquê.
Mas dia 1 continuou a celebração. Almoço na Baía de Cascais, num rodízio de marisco que me deixou a rebolar, com uma vista fantástica. Almoço lento, sem pressas, a apreciar o momento, a comida, a companhia. A sensação plena de estar bem, serena e feliz. Mais uma vez, a sensação de ser uma privilegiada e sentir-me muito grata por isso. Mais uma vez, a sensação de estar assoberbada e a vontade de chorar. É assustador termos demasiadas coisas boas a acontecer na nossa vida. Fica sempre aquele receio do que virá a seguir. Não deixo que isso me impeça de viver, mas não consigo evitar pensar nisso.
33. 33 anos de vida. 33 anos e continuo tão, ou mais, perdida como há 30 anos atrás. Não sei o que quero, não sei para onde vou, não sei para onde quero ir. E, na maior parte dos dias, não penso nisso.
A tua frase final fez-me recordar este trecho da "Alice no País das Maravilhas":
ResponderEliminar"O caminho em pedra dividia-se em dois. Ao meio duas setas, uma indicando o caminho da esquerda, a outra o da direita. Surpreendente, ou talvez não para o lugar maravilhoso que era, a meio delas um gato esticava-se prolongadamente, arqueando-se no final. Alice hesita por onde seguir e troca esta conversa com o felino:
Alice: Eu só queria saber que caminho tomar.
Gato: Oh! Isso depende do lugar aonde quer ir…
Alice: Isso não importa, desde que eu…
Gato: Então não importa que caminho tomar!"
Beijinhos
Obrigada pela partilha, João :) Estou tal e qual a Alice :)
EliminarUm beijinho e boa prova Domingo!
Momento Lili Caneças:
ResponderEliminarTermos demasiadas coisas boas a acontecer na nossa vida parece-me ser melhor do que termos demasiadas coisas más a acontecer na nossa vida.
Aproveita e vai!
Claramente ;)
Eliminar"[There's] Nowhere you can be that isn't where you're meant to be"
ResponderEliminar