Um ano de Isabel.
12 meses. Uma volta completa ao Sol. Um ano inteiro. O primeiro de muitos, espera-se. É inevitável não fazer um balanço de tudo o que aconteceu. Foi um primeiro ano atípico, patrocinado pela Covid-19. Não foi nada do que tinha imaginado, e tem sido um longo trabalho fazer esta gestão de expectativas. Foi um ano de mais recolhimento do que gostaria. Foi um ano de isolamento, de falta de apoio, sem aldeia à nossa volta para criar a Isabel.
A Isabel continua igual a si mesma. A distribuir sorrisos e beijinhos. A fazer sucesso na creche. Sempre bem-disposta. Gatinha pela casa fora e não dá descanso ao gato. Ele, por seu lado, já faz questão de se deitar perto dela, quando ela está no chão da sala a brincar. Tolera as palmadas dela com mais paciência do que eu poderia imaginar. Ela continua a adorar comer. É só dizer banana e os olhos dela iluminam-se. Comeu o seu primeiro pêssego à dentada e não se atrapalhou. Diverte-se a chupar o esparguete, já comeu percebes e adora beber água. Fica a olhar para nós quando estamos a comer e em breve vamos ter guerras por causa disso. Não gosta de usar chapéu nem óculos de sol. Voltámos à praia e divertiu-se a encher as mãos de areia, apenas para as esfregar e sacudir a seguir. Não ficou fã da água fria do mar e eu entendo-a. As noites continuam uma incógnita. Já dorme algumas seguidas, mas dorme pouco, e acorda sempre cedo. Continua no limite mínimo de horas de sono para a idade dela. Percebe muitas das palavras que dizemos, mas só diz de forma mais ou menos intencional papá e gato. Mamã aplica-se a tudo, de forma mais ou menos aleatória. O pai ensinou-a a deitar a língua de fora. Teve a sua primeira gastroenterite. Foi ao Oceanário no dia de aniversário e voltámos à Quinta Pedagógica dos Olivais. Adora cerejas e framboesas. Fez a primeira birra para ficar na creche. Aponta para tudo e fala lá na língua dela. Já percebeu que nos derrete e faz as suas gracinhas. Teima em ser ela mesma a lavar os seus dentes. E já tem mais dois a nascer. Está longe de começar a andar e está tudo bem. 12 meses de Isabel. Que venham muitos, muitos, muitos mais.
Nota: a Isabel fez um ano a 25 de Junho. Mas o mês que passou foi estupidamente longo e duro, e, apesar de já ter o texto escrito há algum tempo, faltou a vontade de aqui vir escrever. E teria tanto para dizer!... Talvez um dia.