Crescer é difícil.
Crescer custa.
Crescer é uma treta.
Porque crescer implica, entre muitas outras coisas, ter de tomar decisões.
Era tão mais fácil quando, há 15 ou 20 anos atrás, as únicas decisões que eu tomava diziam respeito ao sabor do gelado que queria comer ou ao programa que queria ver na televisão (até isso era mais fácil, com apenas quatro canais).
Hoje em dia, ninguém decide por mim. Bom, a verdade é que eu também não gostaria que decidissem por mim. Crescer também significa autonomia e liberdade, o que é bom.
Mas há decisões que eu preferia não ter de tomar. Daquelas que não nos deixam dormir noite após noite. Daquelas que tomamos e que sabemos, temos a certeza, que nos vão atormentar até ao fim dos dias, por não termos a certeza de ter feito a coisa certa.
Este é o momento em que qualquer psicólogo/a nos diz qualquer coisa como: tomou a decisão que lhe parecia a mais correcta naquele momento, com base na informação que tinha naquela altura. Fez o que achava que era o melhor, e isso é o mais Importante.
Mas não. Não chega. Não conforta. Não traz o sono de volta nem dissipa a dúvida.
Resta-me esperar que o tempo, esse santo milagreiro, faço o seu trabalho do costume.