quinta-feira, 27 de abril de 2017

Das notícias que recebemos e não conseguimos processar...

Passaram sensivelmente sete horas desde que descobri. Já vim aqui inúmeras vezes. Já tentei escrever. Já apaguei. Já recomecei.

Ainda agora, não sei bem o que dizer. Ainda agora, não sei bem o que pensar.

Dizer que fiquei triste, não seria verdade. Dizer que fiquei surpreendida, tampouco.

Talvez dizer que fiquei sem saber como ficar. Desculpa, não encontro expressão mais digna para descrever o que sinto. Ou o que não sinto. Pouco importa.

Adivinhava a tua urgência em casar. Já o tinhas procurado no passado, sem o chegar a concretizar. Também a mim me tinhas falado nisso, quando fazias planos para o nosso futuro, antes mesmo de hipotecares o nosso futuro. Ainda assim, saber que, efectivamente, o concretizaste em tão pouco tempo, deixa-me sem saber o que dizer.

Gostava de ser maior, de ser capaz de te desejar as maiores felicidades, de esperar que as coisas corram bem. Não sou.

Tu foste, e serás sempre, aquele que me quebrou quando eu achava que não podia ser mais quebrada. Tu foste, e serás sempre, aquele me levantou do chão, somente para me voltar a atirar para lá. Tu foste, e serás sempre, aquele que apareceu na minha vida quando ela estava de pernas para o ar, e que saíste dela deixando-a ainda mais desalinhada. Tu foste, e serás sempre, aquele que quis fazer-me voltar a acreditar, apenas para me mostrar que não podia voltar a acreditar. Não tão depressa. Não tão cedo.

As feridas com que hoje me debato, os fantasmas contra os quais luto nos dias que correm, são os que tu por aqui deixaste há um ano atrás. Sim, já passou um ano. Um pouco mais, se quisermos ser rigorosos. Mas os traumas continuam aqui. Os traumas vão continuar durante muito tempo, tanto tempo quanto aquele que eu precisar para voltar a conseguir acreditar.

E enquanto eu tiver medos, dúvidas, anseios e receios, e enquanto eu me sentir presa e não conseguir viver, e enquanto eu me fechar no meu castelo e me esconder, e enquanto eu continuar a boicotar o que de bom tenho à minha volta, e enquanto eu não me esquecer, não te poderei desejar o bem. Desculpa.

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