quinta-feira, 9 de março de 2017

Das corridas... - XI

Como referi no último post, tenho corrido muito menos do que deveria (não digo do que gostaria por motivos que perceberão mais adiante).

Falta-me, acima de tudo, o tempo. O Mestrado tem sido bem mais exigente do que eu esperava e o tempo que me sobra é muito pouco. Sinto-me cansada e a desesperar com tanta coisa para fazer e tão pouco tempo. Salvam-me os objectivos definidos (leia-se: as corridas marcadas), que me obrigam a ir cumprindo os mínimos (e só os mínimos) a nível de treinos. Mas tenho perfeita noção que, nesta altura, já devia estar a correr bem mais e bem mais depressa. E isso entristece-me e deixa-me frustrada.

À falta de tempo, junta-se (alguma) falta de vontade. Pelo descrito anteriormente, falta-me também alguma motivação e algum entusiasmo. É sempre mais fácil continuarmos a correr quando vemos evoluções e melhorias. Mas é difícil ver evoluções e melhorias quando só corremos uma vez por semana.

Este Domingo fiz a Corrida das Lezírias. A propósito, fui agora reler o post que escrevi o ano passado sobre esta mesma corrida e não deixam de ser curiosas as diferenças. Este ano, a prova teve uma dificuldade acrescida: a parte muito gira de terra batida no meio das Lezírias, transformou-se (em quase 2km), numa parte não tão gira cheia de lama, onde era praticamente impossível correr (pelo menos, para lontras como eu - conheço alguns "cromos" que fizeram mesmo tudo a correr). 

Mas, para mim, o especial desta corrida foi o facto de ter sido a estreia da BFF numa corrida. Aliás, se não fosse por ela, dificilmente teria ido. Mas já que ela resolveu arrastar-me para a Meia (faltam 10 dias!), eu achei que era sensato arrastá-la para uma prova, para que ela não se estreasse só na Meia. Por isso, encarei esta corrida com uma tranquilidade completamente diferente: eu ia ali apenas e só para acompanhá-la, para fazermos um treino longo juntas, para ela ver como se sentia, e para me divertir. Sem pressões, sem objectivos de tempo, sem qualquer ansiedade. E a prova correu bem. Mesmo com a lama, correu bem e consegui fazer menos 3 minutos do que no ano passado. Se não fosse a lama, acho que teríamos feito um tempo muito bom (para nós...). Mas, mesmo assim, soube bem e acabei a prova feliz por ela, que se aguentou lindamente. Esta prova serviu, e muito bem, para ter a certeza que a Meia vai correr bem - para mim e para ela.

No entanto, e voltando ao tema anterior, esta prova começou mal. Nos primeiros 3/4km, eu só me perguntava o que estava ali a fazer, eu só rogava pragas ao Mundo em geral, eu só pensava que depois da Meia queria deixar de correr. Sim. Eu tenho diálogos internos incríveis enquanto corro. Faço viagens infinitas ao fundo do meu ser. Porque sim. Porque, às vezes, questiono por que corro. Muitas vezes, não sei mesmo o que ando ali a fazer. Mas depois acabo mais uma prova e a sensação é, em 99% dos casos, incrível. Além de ser incrível, a sensação é sempre: podias ter feito melhor. E, sendo eu tão competitiva (comigo mesma, leia-se), é isso que me move. Essa sensação de querer fazer mais. De me querer superar. De querer fazer melhor.

E, a 10 dias da Meia, vou vivendo nesta insanidade: quero correr/estou farta de correr, preciso correr/não tenho tempo para correr, gosto de correr/detesto correr. Espero que no dia 19 acorde a gostar de correr.

5 comentários:

  1. Essas guerras internas do quero/não quero são normais quando se anda desgastado com outras coisas, como é o caso actual do mestrado.
    Mais do que as pernas e pulmões, a parte mais importante na corrida é a cabeça e quando se anda com outras preocupações, não se consegue o foco noutras actividades. Vais ver que quando passar o mestrado, tudo volta ao normal. Força, em primeiro lugar para o mestrado e depois para uma Meia em prazer de corrida! :)

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    1. Eu percebi bem essa parte da cabeça, na Meia dos Descobrimentos. Foi a minha prior prova de sempre e, claramente, o problema foi mesmo a cabeça. Para esta meia, como a cabeça vai estar descontraída e animada, vai correr bem, certamente :)

      Obrigada e força também para ti!

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  2. Essas guerras internas do quero/não quero são normais quando se anda desgastado com outras coisas, como é o caso actual do mestrado.
    Mais do que as pernas e pulmões, a parte mais importante na corrida é a cabeça e quando se anda com outras preocupações, não se consegue o foco noutras actividades. Vais ver que quando passar o mestrado, tudo volta ao normal. Força, em primeiro lugar para o mestrado e depois para uma Meia em prazer de corrida! :)

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  3. Essa dualidade é tão... agridoce.
    Espero que no dia 19 passes a meta a gostar de correr.
    Gostei de te ver no domingo. Beijinho!

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    1. É, não é? Ahahah :)

      Quando passo a meta, vou sempre feliz e contente... O problema são os 21km até lá!

      Igualmente :) Vê se recuperas de vez!

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