terça-feira, 31 de maio de 2016

Das palavras dos outros...

Esta semana, já não sei como nem porquê, deparei-me com este artigo do NY Times. Muito interessante. Ide ver.

Fala sobre casamento, amor, escolhas, a busca pelo que não existe. Deixo-vos este parágrafo, mas acho que vale a pena ler tudo:

WE need to swap the Romantic view for a tragic (and at points comedic) awareness that every human will frustrate, anger, annoy, madden and disappoint us — and we will (without any malice) do the same to them. There can be no end to our sense of emptiness and incompleteness. But none of this is unusual or grounds for divorce. Choosing whom to commit ourselves to is merely a case of identifying which particular variety of suffering we would most like to sacrifice ourselves for.

Dos desafios de escrita – Day 7 – Objectify

[Look around you, at your immediate surroundings. Pick an object. Personify (become) this object and write a story from the perspective of the object. What is it thinking, feeling, and contemplating each day? What does it spend the day doing?]


Olá!

Eu sou o Snow. Não sei bem ao certo mas dizem que tenho cerca de um ano. Já passei por muita coisa na vida, mas não gosto de falar sobre isso.

Em Março andava na rua, numa colónia com outros gatos (que não gostavam de mim) e, de vez em quando, aparecia uma senhora muito simpática que nos dava comida. Um dia, essa senhora apareceu com uma menina muito gira e enfiaram-me numa caixa. Entrámos num carro e eu não estava a gostar nada daquilo. Bem miei, mas elas ignoraram-me. Como se não bastasse, levaram-me ao veterinário. Não foi muito mau, até. Deram-me imensas guloseimas (e se eu estava esfomeado!...), muitos mimos e deixaram-me ir embora. Puseram-me outra vez na caixa, e voltei a andar de carro. Voltei a miar. Detesto andar de carro, mas parece que ninguém quer saber.

A tal menina muito gira trouxe-me para esta casa, onde tenho passado os últimos dois meses.

Gosto muito de aqui estar. Não há mais gatos a querer lutar comigo nem a roubar-me a comida. Aliás, mesmo que houvesse, a comida parece que se multiplica por artes mágicas porque nunca acaba. De cada vez que vou à taça da comida, está lá mais e mais e mais. Eu bem tento comê-la toda (e olhem que como muito!), mas ela não acaba.

Os meus dias são muito complicados!... Puseram-me uma cama colada à janela, onde passo horas infinitas, e tento conversar com os pombos e com as gaivotas, mas acho que eles não me percebem. Por vezes, apanho tanto Sol que fico cheio de calor e tenho de me mudar para a minha outra cama. Ou para a cama da menina gira. Ela diz que é a minha dona. Eu não sei bem o que isso quer dizer mas acho que não gosto da ideia de alguém ser dono de mim. Eu sou um gato. Sou livre. Toda a gente sabe que os gatos não são de ninguém. Somos muito independentes. Toda a gente sabe.

Sim, também vejo Game of Thrones. Parece que o meu nome vem de lá, por eu ser bastardo e ter vindo de uma muralha (bom, na verdade era um muro com um metro de altura – mas era onde estava na primeira vez em que os meus olhos se cruzaram com os da menina gira).

Durante o dia também gosto de brincar com os meus brinquedos. Não imaginam o que eles me fazem!... O peixe e o rato fogem de mim e escondem-se debaixo do sofá e depois eu não consigo tirá-los de lá sozinho!... Já durante a noite, gosto de brincar com os meus amigos invisíveis. E gosto de miar. Adoro miar. Passo os dias e as noites a miar. Mas, mais uma vez, sinto-me muito incompreendido porque a menina gira ralha muitas vezes comigo. Bom, na verdade ela só ralha comigo quando eu decido miar à uma da manhã. Ou às cinco. Ainda não lhe consegui explicar que isto é um código que eu tenho com os outros gatos do prédio!...

Além disso, às vezes, sou muito chato e destruo muitas coisas. Mas não é por mal. A sério. No fundo, sou um gato amoroso, só que tenho demasiada energia e preciso de gastá-la.

Agora vou ali dormir mais uma sesta, que esta noite combinei ir a uma festa. Às três da manhã. Vemo-nos lá?

sábado, 28 de maio de 2016

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Das minhas decisões super conscientes porque eu sou super forte...

Acabei de me inscrever para a Corrida do Sporting. O que é que isto tem de especial? Nada, nada. Será a subida da Fontes Pereira de Melo que vai dar cabo de mim? Será a meta dentro do estádio que deve ser uma sensação brutal? Será o facto de, pela primeira vez, me ter inscrito no bloco de quem faz menos de 60 minutos? Não, claro que não.

É só o passar à porta do teu prédio. 

Duas vezes. 

Mas o que é que isso interessa?...

Da minha relação com o exercício físico...

Ando desanimada com a corrida. Não estou a conseguir progredir como gostaria e isso desmoraliza-me. Tenho corrido três vezes por semana, mas com muito pouca vontade. E o pior é que vem aí o calor, e sei o que me vai custar... Começo a achar que é melhor alterar o meu objectivo para a meia de Outubro...

Por outro lado, continuo a ir fazer os treinos. Só uma vez por semana mas com esperança de conseguir voltar às duas, depois das férias. E gosto cada vez mais. Mesmo que ontem tenha chegado a casa de tal forma que achei que não ia conseguir subir as escadas do prédio!... Mas é bom. O ambiente é óptimo e não há nada como estar a sofrer a fazer agachamentos mas a olhar para o mar e para o pôr-do-sol. Claramente, os ginásios não são para mim e tomei a decisão certa (para variar).

Vamos ver se é para manter!...


quinta-feira, 26 de maio de 2016

Dos sítios onde eu vou...

Um dia destes fui conhecer o espaço da Benefit no Chiado.


Sim, eu sei que a loja já abriu há dois anos, mas eu sou um bocadinho desligada destas coisas e só agora surgiu a oportunidade de lá ir.


O espaço é muito giro! Muito feminino, muito cor-de-rosa, cheio de apontamentos deliciosos, e a reflectir em tudo aquilo que é o espírito da marca.


Um dos conceitos associados a este espaço (e outros nas lojas Sephora) é o do Brow Bar. A minha primeira reacção foi: a sério? As coisas que esta gente inventa!... Mas a verdade é que, depois de experimentar o serviço de sobrancelhas, ficamos com a sensação de que eles sabem o que estão a fazer e percebem mesmo do assunto. Os empregados são super simpáticos, vão explicando o processo todo, e nota-se uma diferença enorme nas sobrancelhas e, consequentemente, em toda a expressão do rosto. 


Há outros serviços no espaço e há, claro, toda a maquilhagem desta marca à venda. Os produtos não são baratos mas, já se sabe, são bons e é por isso que alguns são tão famosos. Vale a pena a visita, a quem esteja tão atrasado como eu!...


quarta-feira, 25 de maio de 2016

Das coisas que me passam pela cabeça...

Passei metade da minha vida a dizer que não queria ter filhos. Que não era uma prioridade. Que não me via como mãe.

Quando cheguei aos 30, talvez por culpa do famoso relógio biológico, talvez por circunstâncias da vida, talvez porque se alinharam estrelas e planetas, a minha opinião mudou. Decidi que queria ter filhos e comecei a fazer por isso. Não aconteceu. Porque não tinha que acontecer. E aprendi a aceitar que foi o melhor que podia (não) ter acontecido.

Ainda que, por razões óbvias, ter filhos não esteja exactamente em cima da mesa nesta altura, é algo que me passa pela cabeça, de quando em vez. Assusta-me, sobretudo, ver o tempo a passar. É algo que quero, mas que não quero que aconteça demasiado tarde, nem quero que aconteça só porque sim. Quero que aconteça em determinado contexto, quero que faça sentido, quero que seja algo muito consciente e desejado.

E se já não tiver tempo para isso? E se for tarde demais?

E não, não me venham dizer que posso ser mãe aos 40. Posso. Mas não quero. No meu cérebro e no meu coração mando eu (quando eles não ganham vontade própria), e esta é uma preocupação real que eu tenho, agora, neste momento, a médio-prazo. 

terça-feira, 24 de maio de 2016

Do tempo que voa...


Dois meses de Snow.
Dois meses sem dormir uma noite de jeito.
Dois meses com muitos disparates.
Dois meses com umas quantas coisas destruídas.
Mas dois meses com muito ronronar, muitas turras, muitas lambidelas.
O meu gato é bipolar e a relação que tenho com ele não podia deixar de o ser.

Das conversas que eu tenho... - o que todos querem saber...

Dez minutos. Dez minutos apenas foi o tempo que demorou a nossa conversa.

Quis pedir desculpa pelo que tinha feito. Que tinha sido um grande erro, que eu não merecia, que ele agora estava a pagar por isso e estava muito arrependido. 

E quis dizer que eu não tinha culpa de nada, que não fiz nada de errado, que eu sou linda, maravilhosa e perfeita (esta foi a parte em que eu vomitei), que o homem que me tiver ao seu lado é um sortudo e deve fazer um altar a agradecer.

Que ainda tem saudades minhas, que pensa em mim diariamente, que todos os dias se lembra de mim antes de adormecer (esta foi a parte em que eu me ri). Que ver Game of Thrones o irrita porque se lembra de mim porque eu é que o pus a ver aquilo (viram o episódio de ontem??? isso sim foi um drama!...).

E que precisava de me dizer isto, por um lado numa vertente egoísta, para poder seguir com a vida dele e me poder esquecer, e, por outro para me ajudar a mim (really?).

Deixei-o falar. Ri-me pelo meio. Só lhe perguntei se tinha precisado de sete meses para isto. Parece que sim.

E é isto. Não me arrependo. Fiz a boa acção do dia, da semana, do mês. O rapaz precisava de falar, e eu deixei-o falar. 

End of story.

domingo, 22 de maio de 2016

Do meu Domingo...

Comecei o dia com o despertador a tocar mais cedo do que toca nos dias de semana (ninguém merece!). Motivo? Corrida, claro.

Fui fazer a corrida Volkswagen, que decorre na Autoeuropa. Custou-me muito. Muito mesmo. Pensei desistir algumas vezes. Mas aguentei-me e fiz a minha primeira corrida de 10km abaixo dos 60 minutos, que era o meu segundo objectivo para este ano.

A corrida em si é muito gira (para quem ache piada a estas coisas). Corremos mesmo dentro da fábrica, passamos pelas linhas de montagem, vemos os carros nas diferentes fases de construção, e é um cenário diferente daquilo a que estamos habituados. Vale por isso!...

Seguiu-se almoço de família e depois mais uma ida ao Outjazz, em Belém.

Há tanta coisa a acontecer em Lisboa actualmente, que a dificuldade é mesmo escolher. Mas vale tanto a pena sair de casa e aproveitar estes dias maravilhosos!

Começo a nova semana fisicamente de rastos, mas entusiasmada e com boas energias!

Boa semana, Mundo!


sábado, 21 de maio de 2016

Dos desafios de escrita – Day 6 – Top Ten

[Think back about the last year. Write out a list of your top ten memories or highlights from the last year. What are the best standout memories? What do you cherish about last year? Why do these memories in particular stand out? 
Bonus: thinking about this upcoming year, what will you have to do differently or new in order to make more memories like these?]*


Quem já cá anda há mais tempo, e leu coisas como esta, sabe que 2015 não foi um ano fácil para mim. Muito menos foi um ano do qual guarde muitas e boas recordações, ou para o qual vá olhar de forma muito saudosa no futuro. No entanto, e exactamente por isso, foi um desafio extremamente interessante este, o de registar aqui as dez melhores memórias que guardo de 2015. Porque mesmo num ano difícil, existem sempre coisas boas. E este darmos um passo atrás, para vermos o quão sortudos somos, mesmo no meio de coisas menos boas, é todo um exercício de gratidão que eu gostei muito de fazer.

Seguem-se as minhas memórias, sem nenhuma ordem específica.

1 – Viagem a Paris – em Junho voltei a Paris. Já lá não ia desde 2000 e foi maravilhoso receber este presente de aniversário. Não gosto particularmente de Paris, mas estava a ressacar de arte, de grandes obras, de ver os meus pintores favoritos. E vim de lá de alma e coração cheios!...

2 – Conhecer mais um sobrinho – já aqui referi que as relações familiares nem sempre são as melhores com todos os elementos da família, mas é sempre bom ver a família a crescer,com mais um sobrinho.

3 – 60º Aniversário do meu pai – esta memória tem tanto de bom como de mau. Foi um dia bem passado e foi o culminar de uma surpresa que andei a preparar para fazer ao meu pai. Mas foi também um dia difícil, para mim, porque aceitar que o meu pai tem 60 anos, quando no meu imaginário quem tem 60 anos já é velho, foi (e é, e continuará a ser) muito complicado de gerir. 

4 – Curso de Gestão de Marketing – numa altura em que a minha vida estava de pernas para o ar, na semana em que me tiraram o tapete, em que eu fiquei sem chão, sem ar, sem rumo, fiz este curso que não só foi importante para mim em termos profissionais, como me permitiu conhecer alguém que me obrigou a parar para pensar na minha vida profissional e, talvez, também pessoal.

5 – Primeira vez que vi a minha casa – dois dias depois de a minha vida dar uma volta tremenda, vim ver esta casa. E gostei. Gostei dela na primeira vez em que a vi. Gostei da luz que não vi mas adivinhei, gostei do chão claro, gostei da mini-cozinha amorosa, gostei do roupeiro enorme. Gostei das boas energias que a casa me transmitia e do calor que lhe sentia. Não vi mais nenhuma casa. Dias depois, assinei contrato, fiz as mudanças e passaram-se apenas 19 dias até dormir aqui a primeira noite. 

6 – Gratidão – no seguimento do que descrevi no ponto anterior, em que em três semanas saí de casa, a ajuda que recebi dos outros foi fundamental. Assinei contrato e recebi a chave da casa a uma Quarta-Feira e no Domingo já estava a devolver a chave da casa onde estava, e a dormir a primeira noite na casa nova. Fiz 90% das mudanças sozinha. E custou. Custou muito. Mas no Sábado de manhã tive a ajuda de dois amigos para alguns móveis e coisas mais pesadas, e fiquei-lhes muito grata por isso. Também tive a ajuda de um perfeito desconhecido, que ao ver-me carregar mil coisas sozinha, me ajudou com o que faltava pôr no carro. E, acreditem, ser ajudado por um desconhecido nos dias que correm, é qualquer coisa que mexe connosco. É algo que nos faz ter fé no Mundo e na Humanidade. Por último, a ajuda dos meus pais. Que já me viram fazer mais mudanças, que já me ajudaram noutras vezes, e a quem, desta vez, não pedi ajuda. Mas, claro, ajudaram de outra forma. E foi toda uma pequena aventura ir com o meu pai ao IKEA comprar o meu sofá. O meu sofá que montei sozinha e que adoro. O meu sofá que o meu pai fez questão de me oferecer, deixando-me de lágrimas nos olhos em pleno IKEA. Na minha família não há muitas demonstrações de amor, mas depois há estas coisas. Estas formas de dizer que eles estarão lá sempre para mim e que me ajudarão sempre e que nunca deixarão que me falte nada. Aprendi também, em 2015, que há poucas coisas melhores do que chorar por nos sentirmos privilegiados pelas pessoas que temos à nossa volta.

7 – Ver o meu trabalho, mais uma vez, a ser recompensado, mas não tanto quanto gostaria, e decidir que tenho mesmo de sair dali – já aqui falei algumas vezes do meu trabalho e da vontade de sair dali. Em 2015 essa vontade tornou-se mais clara. Ainda que tenha tido mais um aumento e um bom prémio anual, não chega.

8 – Viagem à Alemanha e Holanda – viagem em família, que incluiu visita à família. Rever Hamburgo, conhecer Amesterdão e outras cidades. Mais arte, mais cultura, muita comida e bebida. Não me canso de viajar!...

9 – O meu aniversário – quando fiz 31 anos fiz uma grande festa em casa. Eu gosto muito de fazer anos e se há coisa de que gosto é de receber pessoas. E adorei ter a casa cheia das minhas pessoas. Bebi demais e o meu estômago não gostou mas, tirando isso, gostei mesmo muito do dia e da noite.

10 – Um reencontro inesperado – ainda que as coisas não tenham acabado da melhor forma, Dezembro trouxe novamente à minha vida alguém com quem passei muitos e bons momentos. Foi extremamente importante para mim, para poder ultrapassar os traumas recentes, para perceber que o que me tinha acontecido não era o fim do mundo, para perceber que tinha (e tenho) a vida toda pela frente.

Não sei se alguém vai ter paciência para ler tudo isto. Eu sei que vou gostar de reler de cada vez que me sentir a ir abaixo. Entretanto, já chorei baba e ranho e já exorcizei mais alguns dos demónios que aqui ficaram do ano que passou.

*vou passar a incluir aqui também a explicação do título do desafio porque acho que ajuda a perceber certos textos.

Das conversas que eu tenho...

- Não sei em que dia combine com ele. Terça e sexta quero ir correr, quarta tenho treino... Talvez segunda.
- Mas se vais combinar com ele ao pé da XXX, podes combinar num dia em que vás correr. 
- Pois posso.
- Ah! Espera. Não podes, não. Tens de ir linda e maravilhosa, não podes ir com a roupa da corrida.



Sim, as minhas amigas são as melhores do Mundo. E temos todos 15 anos, outra vez!...

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Das limpezas...

Andei a fazer uma limpeza nos blogues que sigo e uma actualização da barra ali do lado.

Não deixa de ser curioso que sinta falta de algumas pessoas que deixaram de escrever e que desapareceram, simplesmente!...

Que será feito delas?...

Das fotografias que dão alegria... - Day 141


Mister Snow está bom e recomenda-se. Desde que veio cá para casa, ainda não dormi uma noite seguida. Ontem, por exemplo, achou por bem entornar um vaso às seis da manhã. Quando não está a fazer disparates, está a miar como se estivesse a morrer. Este foi um raro momento de sossego, enquanto esperávamos por mais um episódio de Game of Thrones.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Dos meus sonhos...

Esta noite foi para esquecer. Não sei se foi do estado de cansaço (férias, precisam-se!), se de ter acordado às seis da manhã com o estrondo que o Snow fez ao entornar um vaso e respectiva terra pela sala fora...

A custo, voltei a adormecer. Apenas para voltar a acordar, a meio de um pesadelo terrível.

Sonhei que me levantava de manhã e chegava à sala e tinha a estante que tenho debaixo da janela fora do sítio, bem como o cavalete que costuma estar no mesmo recanto da janela. Comecei a ficar assustada. O Snow faz disparates, mas não tanto, pensava eu. Depois vi a parede que dá para a rua meio esburacada. Pensei "talvez a senhoria tenha cá mandado os senhores das obras para ver da infiltração, podia era ter avisado". Peguei no telemóvel e liguei-lhe, a refilar por ter lá mandado gente e terem lá entrado comigo a dormir (não sei como o teriam conseguido, mas no sonho pareceu-me plausível). Entretanto, ela diz-me que não mandou lá ninguém. E, nisto, vejo dois molhos de incenso virados para baixo, pendurados na estante, a queimar. Eu, cada vez mais em pânico. Quando digo à senhoria do incenso, ela repete comigo em uníssono, como se já soubesse o que lhe ia dizer. Digo-lhe que me quero ir embora daquela casa e é então que vejo a porta do quarto a fechar-se sozinha. Pânico total, só penso em fugir dali.

E acordei. Numa aflição tremenda. Assustada, com falta de ar, com um pânico estúpido.

Afinal, não é assim tão giro viver sozinha!...

The Things I Dislike... - XIII

Pessoas que eu não consigo ler. Pessoas que eu não consigo interpretar. Caramba!... O que me custa não fazer a mais pequena ideia do que vai naquelas cabeças!... Não conseguir interpretar os sinais, os gestos, as palavras!...

Posso ser vidente, só um bocadinho?

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Da forma como os grandes génios tomam decisões...

Olá,

Eu sou a Agridoce, tenho 32 anos e tenho uma decisão importante para tomar. O meu ex-ex enviou-me um e-mail a pedir para estarmos juntos, nem que fosse por cinco minutos, porque tem algumas coisas que gostava de me dizer e gostava de o fazer pessoalmente.

Eu tomarei a decisão de aceitar ou não estar com ele com base num destes métodos:
a) um-dó-li-tá
b) lista de prós e contras, elaborada com a BFF durante a hora de almoço, entre risos e gargalhadas

Podem pronunciar-se, se quiserem.

Obrigada.



[adenda: estamos a falar do ex-ex, não do ex, que tem servido de inspiração a muitos e variados posts...]

Dos desafios de escrita – Day 5 – Adrenaline Rush

Neste dia é suposto falar sobre a última vez que tive um “pico de adrenalina” e o que senti. A própria tradução e o conceito não são, para mim, muito claros… E o tema não é nada fácil.

Pelo que consegui perceber, o conceito de “adrenaline rush” está ligado a situações extremas, muito próximas dos ataques de ansiedade e de situações de pânico. 

Não me consigo lembrar de nenhuma situação dessas nos últimos tempos. Ou melhor, lembro-me de uma, que não sei se se adequa, e da qual não quero falar aqui.

Mas posso falar da ansiedade e do pânico. Ainda que talvez não pareça, eu sou uma pessoa ansiosa. Sou, sobretudo, uma pessoa que lida muito mal com aquilo que não controla. Assim, tudo o que sejam situações que fogem ao meu controlo, podem ser complicadas para mim.

Recentemente, num dia em que o metro estava particularmente cheio, em que eu estava completamente esmagada, e em que as portas se fecharam mas o metro teimava em não arrancar, tive de fazer um esforço tremendo para me controlar. 

Não sei se isto acontece às outras pessoas, se é normal, ou se sou eu que sou meio avariada. Mas naqueles um minuto ou dois (que me pareceram dez ou vinte), eu estive numa luta constante no meu cérebro, a tentar racionalizar. Eu não conseguia respirar, eu sentia que o ar que inspirava não me dava oxigénio suficiente, eu achava que não ia aguentar. Não me podia mexer, só inspirava aquele maravilhoso ar super saturado, tinha calor, e só pensava que precisava sair dali. Para quem nunca passou por isto, talvez não faça sentido nenhum. Mas é mesmo desesperante. Passou-me pela cabeça começar a berrar, a esbracejar e a empurrar pessoas para me deixarem chegar ao meio da carruagem, onde teria mais algum espaço. Mas depois pensava que isso era ridículo. Pensava que estava a viver uma situação perfeitamente normal e que dificilmente alguém já teria morrido por asfixia no metro.

Para mim, aquela foi a viagem de metro mais longa de sempre, ainda que tenha sido apenas uma paragem… 

Lido muito mal com espaços fechados, apertados, cheios de gente. Acho sempre que não estou a conseguir respirar e tenho sempre de fazer um esforço para me concentrar e ser racional. Ainda há um mês, no concerto de Florence, em plena plateia da Meo Arena, a meio do concerto, eu comecei a sentir o mesmo. Estão a imaginar o que é estar numa sala de espectáculos, com milhares de pessoas à minha volta, e, de repente, lembrar-me que não estou a conseguir respirar?... Foi maravilhoso… Mais uma vez, tentei parar para pensar, tentei concentrar-me na respiração, tentei pensar que estava a ser ridícula. Mas é uma luta difícil entre o meu eu sensorial, e o meu eu racional. O tempo tem-me ajudado a lidar melhor com isto, já houve alturas bem piores. Continuo a ser a única pessoa que se preocupa em reparar em coisas como saídas de emergência quando está num espaço cheio de gente. E sim, pensar nisso não ajuda, mas é inevitável. Mas estou melhor. A sério que estou. E o tempo há-de continuar a ajudar.



Não sei se respondi ao tema ou não, mas já expus aqui o meu lado mais maluquinho… Podem mandar internar-me!

terça-feira, 17 de maio de 2016

Das coisas que me dizem...

- What is it, Major Lawrence, that attracts you personally to the desert?
- It's clean.

(do filme Lawrence da Arábia)


Toda uma existência resumida a isto: eu sou clean. Acho que foi um elogio... Acho...

Dos murros no estômago...

Ontem assisti, pela primeira vez, ao programa "E se fosse consigo?".

E percebi agora por que motivo se tem falado tanto dele!...

Não sei se foi por ter sido este tema em concreto, mas a verdade é que o programa mexeu muito comigo.

A violência doméstica, física ou psicológica, é ainda um tema tabu. Todos nós conhecemos quem sofra ou já tenha sofrido de uma ou ambas.

E todos nós nem sonhamos a quantidade de pessoas à nossa volta que sofrem/sofreram de uma ou ambas.

Porque quem é vítima de violência doméstica... Quem é que assume que é? A quem é que conta que é? Quem é que acredita? Quem é que imagina o que se passa entre quatro paredes?

Quantas e quantas histórias já ouvimos, das quais só tivemos conhecimento quando as coisas ultrapassaram todos os limites?

Falta mais apoio, falta que se fale mais nisto, falta que todos nós saibamos o que é violência. Sobretudo, a violência emocional. Aquela que não é tão clara. Tão óbvia. Aquela em que ficamos na dúvida se é preocupação excessiva, se é violência.

Um dos exemplos que mais mexeu comigo foi quando uma das vítimas contou o que lhe acontecera certa vez, quando o namorado lhe disse que se não tinha nada a esconder, não tinha problemas nenhuns em mostrar-lhe o telemóvel, dar-lhe as passwords, etc. Sim, eu já passei por isso. E fiquei sem resposta. Porque eu não tinha nada a esconder, e se não tinha nada a esconder, só tinha que mostrar tudo. E assim fiz. A chantagem psicológica e a pressão emocional podem ser tremendas. E cedemos. Cedemos uma e outra vez. Em coisas pequenas, em coisas maiores.

Conheço, infelizmente, mais alguns casos deste género. Considero-me uma pessoa inteligente, informada, com educação, com acesso a tudo e mais alguma coisa. E nos outros casos que conheço, o cenário é idêntico.

E é isto que é assustador. É que existam pessoas (mulheres e homens) que se sujeitam a esta violência, sem saberem ao certo ao que se estão a sujeitar.

É assustador, sobretudo, em idades mais jovens. Muitos adolescentes, muitos jovens, acham que estas coisas são normais. Que fazem parte de uma relação.

E cabe-nos a todos nós ensinar-lhes o que é uma relação normal, o que é o respeito, a dignidade, a privacidade, o direito ao espaço e à vida de cada um. Cabe-nos a todos nós passar cada vez mais a mensagem do que é o amor, do que é aceitável numa relação, de qual é o ponto de não retorno. Cabe-nos a todos nós não fechar os olhos e não olhar para lado, da próxima vez que virmos ou ouvirmos uma história destas.

Para que menos mulheres e homens passem por isto no futuro!...

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Das músicas...


Enviaram-me esta música a semana passada, no decorrer de uma conversa repleta de flashbacks do passado...

Das coisas que me passam pela cabeça durante um concerto do António Zambujo...

Não te perdoo que me tenhas estragado. Porque foi isso que tu fizeste. Estragaste-me.

Não te perdoo que me tenhas deixado assim, feita em pedra, fria, dura, inquebrável.

Não te perdoo que me tenhas deixado fechada para o mundo, virada para dentro.

Não te perdoo. Como não te perdoo tantas outras coisas.

Mas o que é que isso importa?...

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Da minha inteligência suprema...

Hoje deixei o carro na oficina para fazer a revisão.

Ao fim do dia, para o ir buscar, saí do escritório e apanhei o metro para o Marquês. Podia ter escolhido várias saídas. Mas escolhi exactamente aquela que não usava desde aquele dia.

Saí do metro e passei pelo banco de jardim em que me obrigaste a sentar no dia em que me disseste que não fazia sentido continuarmos juntos. Três dias depois de, mais uma vez, me teres perguntado quando me mudava para tua casa. Passei pelo banco de jardim, passei à porta do teu trabalho (fiquei sem ar quando vi um carro igual ao teu parado à porta), e fiquei com a certeza de que nunca mais vou olhar para aquela parte da Avenida da mesma forma. Mas também sei que a única maneira de ultrapassar isto é passar lá over and over again.

Faz segunda-feira três meses que tivemos essa conversa. Três meses. Já voltámos a estar juntos. Já te fiz mil perguntas. Continuo a não perceber. Acho que não vou perceber nunca. Acredito, cada vez mais, que não é para eu perceber.

Já estamos separados há mais tempo do que aquele que estivemos juntos. E eu já não tenho tantas saudades tuas. Só me irrita. Irrita-me não perceber. Irrita-me não ter tido controlo sobre a situação, quando estou habituada a controlar tudo. Irrita-me que me tenha deixado levar pela tua insanidade e instabilidade. Continua a irritar-me profundamente que tanto tenhas feito para que eu acreditasse em nós, apenas e só para depois mudares de ideias e desapareceres.

Talvez um dia me passe esta irritação. Talvez não. Sei que nunca te vou perdoar por teres destruído a nossa história. Por teres deitado fora a amizade e o respeito. Depois de quinze anos, tenho pena que o nosso ponto final tenha sido este. Tenho mesmo pena.


quinta-feira, 12 de maio de 2016

Da sabedoria popular...

Sempre ouvi dizer que quem brinca com o fogo, queima-se...

Será mesmo?

Dos desafios de escrita – Day 4 – Characters

Se eu pudesse escolher uma personagem de um livro que li para ganhar vida e falar comigo…

Pois que não sei!... Não sei mesmo…

Já li muitos livros, muito bons. Já me apaixonei por algumas personagens, já detestei outras. Já ri, já chorei, já me arrepiei, já me irritei, já vivi mil e uma coisas com os livros que li. E acho que esse é um dos principais encantos: permitir-nos viver outras vidas, conhecer outras realidades, visitar outros sítios.

Talvez, só talvez, e que me lembre assim de repente, escolhesse o Chris McCandless do Into the Wild. Bom, considerando que é um livro baseado em factos verídicos, não sei bem se conta, mas é o que me apetece agora.

E por que motivo o escolhia a ele? Porque tenho mil e uma perguntas que gostava de lhe fazer sobre o que fez, sobre as decisões que tomou, sobre o que sentiu, o que pensou. Acho que também gostava de lhe dar uns quantos berros, porque não consigo perceber aquilo que ele fez. Talvez a conversa ajudasse a esclarecer algumas das minhas questões e pudesse compreender e aceitar melhor as suas opções. Quem sabe?



E desse lado? Se pudessem escolher uma personagem de um livro para ter uma conversinha?

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Da minha vidinha de suburbana da classe-média...

Recebi o IRS. Super feliz e contente! Nunca tinha recebido tanto. Super feliz e contente!

Coloco cerca de 75% do valor num depósito a prazo (já a pensar na pós-graduação em Setembro) e o que é que faço a seguir? Marco a revisão do carro... Não tão feliz e  não tão contente!

Se podia ir gastar tudo em roupa e sapatos? Poder, podia. Mas não era a mesma coisa!...


Dos dramas existenciais...

Quem vai à praia sozinho, como é que põe o protector?

E não, eu não consigo pô-lo sozinha. Há ali uma parte das costas à qual não consigo chegar, por mais que me estique. 

Faltam três dias e três semanas para ir fazer 10 dias de praia e estes dramas tiram-me o sono.

Soluções criativas aceitam-se.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Dos desafios de escrita – Day 3 – 50 Good Feelings

  1. Correr 
  2. Ler 
  3. Cozinhar 
  4. Estar com os meus amigos 
  5. Estar com a minha família 
  6. Escrever 
  7. Fotografar 
  8. Conhecer sítios novos 
  9. Viajar 
  10. Visitar museus 
  11. Ver obras dos maiores artistas de sempre 
  12. Ver o mar 
  13. Apanhar Sol 
  14. Ter conversas interessantes 
  15. Conhecer pessoas novas 
  16. Comer coisas de que gosto 
  17. Beber um bom vinho 
  18. A sensação de ir entrar de férias 
  19. Ser reconhecida pelo meu trabalho 
  20. Começar um livro novo 
  21. Saber que sou uma privilegiada 
  22. Comprar roupa 
  23. Comprar sapatos 
  24. Pintar 
  25. Um abraço 
  26. Um beijo 
  27. Um orgasmo 
  28. Rir 
  29. Ter o Snow ao colo 
  30. Ver-me ao espelho nos dias em que me sinto bonita 
  31. Superar um ojectivo 
  32. Ajudar os outros 
  33. Dormir na praia 
  34. Oferecer presentes 
  35. Receber presentes 
  36. Receber pessoas em minha casa 
  37. Planear viagens 
  38. Saber que alguém se lembrou de mim 
  39. Fazer coisas novas 
  40. Acabar uma prova de corrida 
  41. Receber elogios 
  42. A liberdade 
  43. Comer tangerinas apanhadas da árvore na casa de campo 
  44. Ouvir música 
  45. Cantar 
  46. Dançar 
  47. Ovos moles 
  48. Acordar sem o despertador 
  49. Chegar à minha casa 
  50. Saber que estou viva

domingo, 8 de maio de 2016

Das coisas que saem da minha cozinha... - X


Andava com saudades de um bom crumble de maçã.

O tempo pavoroso que se previa para este fim-de-semana pareceu-me a desculpa perfeita para me pôr a inventar e conseguir chegar a um crumble que me parecesse mais saudável que os habituais crumbles,

A base foi a do costume: maçãs, sumo de limão e canela. Muita canela.
Depois, piquei 50gr de chocolate preto e espalhei por cima.
Para a cobertura, usei farinha integral, flocos de aveia, açúcar amarelo, manteiga de amendoim e mais canela.

E ficou tão bom!...



sexta-feira, 6 de maio de 2016

Das coisas que me acontecem...

Chego a casa depois de mais uma semana maravilhosa.

Não oiço miar nem tenho direito a recepção à porta. Começo a refilar e a chamar preguiçoso ao meu gato, que já nem se dá ao trabalho de me vir receber.

Vejo que a porta do quarto está fechada. E imagino o pior.

Abro a porta. O Snow está vivo: carente e esfomeado. De resto, tudo o que eu imaginei de pior, aconteceu.

Já vou em duas máquinas de roupa, um colchão lavado e virado, um edredão enfiado num saco para ir para a lavandaria amanhã.

Há lá forma melhor de acabar uma semana?...


(e pensar que era para ter ido para o Porto e nem a casa viria...)

Do ginásio...

Pois que já me decidi. E pois que não vou para o ginásio.

Não dá. Não é para mim. A semana passada lá fui visitar o ginásio do subúrbio (o Solinca, já agora). E não dá. As instalações são muito giras, e tem piscinas, e tem jacuzzi, e tem aulas de tudo e mais alguma coisa, e tem muitas máquinas, e tem uma parte onde podemos treinar ao ar livre, e tudo e tudo e tudo. Mas também tem pessoas. Muitas pessoas. E eu e as pessoas e espaços fechados, não nos damos. Além de que, não me apetecia estar a fazer um contrato de 12 meses, quando já me conheço. Duvido muito que fosse ser uma relação tão duradoura assim. Talvez numa próxima vida.

Mas... Estando consciente da necessidade de fazer alguma coisa por este corpinho Danone, no fim-de-semana passado, depois de ler este artigo da NIT, fui experimentar um treino outdoor gratuito. Na praia, mais concretamente. E gostei. Bom ambiente, malta animada, ar livre e o mar ao fundo, apanhar sol. E ficar exausta. E doerem-me coisas que não me lembrava que existiam durante dois dias.

E sim, é isto. É muito mais isto.

Entretanto, quarta-feira já fui experimentar outro treino deste género. É um treino pago, o que leva a que sejam grupos pequenos, em que o instrutor nos pode dar mais atenção, em que as pessoas já se vão conhecendo, e o ambiente é muito bom. Acabei a inscrever-me para o resto do mês para uma aula por semana (são 15€, caso alguém tenha curiosidade). Sem contratos, sem compromissos, sem complicações, Vou este mês, se me fartar, não vou mais. Simples, assim. 

Portanto, plano de treinos para os próximos tempos: correr três vezes por semana, tentar fazer um treino gratuito ao fim-de-semana, e fazer este treino uma vez por semana.

Vamos ver se me aguento!...

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Dos desafios de escrita – Day 2 – Never Done This Before

Difícil. Muito difícil.

Há muitas coisas que nunca fiz e que gostaria muito de fazer. Podia falar de inúmeras viagens, de experiências, de tantas acções… Podia fazer uma lista infinita de coisas que nunca fiz mas que um dia gostava de fazer.

A primeira que me veio à cabeça foi: dar sangue. Sim, parece óbvia. Parece escolhida a dedo para ficar bem. Mas foi aquela de que me lembrei que, efectivamente, tem algum significado.

E é algo que tem voltado a estar presente na minha mente ultimamente. Dar sangue é dar vida. Dar sangue é dar um pouco de nós para ajudar o outro. E acho que deve haver poucas coisas mais gratificantes do que isso. E eu quero sentir-me útil. Eu quero sentir que posso fazer alguma coisa neste Mundo para ajudar alguém. Eu quero sentir que posso ter feito alguma diferença.

Infelizmente, nunca consegui dar sangue. E tentei três vezes. Nunca me deixaram. Ou porque não tinha peso suficiente, ou porque tinha a hemoglobina demasiado baixo. Agora, que tenho estado ligeiramente acima dos 50kg e que a hemoglobina está melhor do que nunca, gostava de voltar a tentar. Porque gostava mesmo de poder ajudar. E é uma daquelas coisas que nunca fiz e gostava mesmo de fazer.

Já tive discussões infinitas sobre este tema. Já me chateei a sério por causa disto. Porque não percebo. Porque não consigo compreender. Porque se alguém me diz que recusa a possibilidade de salvar uma vida porque tem medo de agulhas, tira-me do sério. E sou bruta. E digo coisas como: “quando estiveres no hospital com um cateter enfiado e a precisar de sangue e não houver, vais-te lembrar do teu medo de agulhas”. A sério. Não percebo.

Eu tenho a sorte de ter um Pai que toda a vida vi ir dar sangue. Aliás, duas das tentativas que fiz, fui com ele. Eu vi-o dar sangue muitas vezes, eu vi-o receber medalhas e condecorações por ter tantas doações, eu vi-o receber pins e bonés e canetas e tudo e tudo, e sempre estive rodeada da mensagem “dar sangue é dar vida”. Mais uma vez, eu sou uma privilegiada. Eu sei. Nem toda a gente cresce com esta formatação. Mas, a partir de certa idade, não há desculpa. Temos acesso à informação, sabemos de casos desesperantes, temos acesso a tudo. Só não ajuda quem não quer.


E eu lido muito mal com quem não ajuda porque não quer. Perdoai. Mas, por vezes, sou muito limitada na minha forma de ver as coisas. Por vezes, julgo e atiro pedras. Espero não fazer grandes feridas, para que não precisem de sangue. Pode não haver.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Da negação...

Não vai chover no fim-de-semana.

Não vai chover no fim-de-semana.

Não vai chover no fim-de-semana.

Não vai chover no fim-de-semana.

Não vai chover no fim-de-semana.

Não vai chover no fim-de-semana.

Não vai chover no fim-de-semana.

Não vai chover no fim-de-semana.

Não vai chover no fim-de-semana.

Não vai chover no fim-de-semana.



(ontem comprei, finalmente, um bikini e encomendei outro!...)

terça-feira, 3 de maio de 2016

Das coisas que me dizem...

- Mas isso já te passou...

Não, não passou. Tu ainda não me passaste. Ainda me lembro de ti dia sim, dia sim.

Tiveste um efeito demasiado monstruoso em mim. Curioso, não é? Em tão pouco tempo, conseguiste mexer com tanta coisa.

Sabes, o problema é mesmo esse. O efeito que tiveste em mim. As coisas com que mexeste. Não te consigo esquecer porque não consigo esquecer, nem vou esquecer nunca, tudo o que aprendi contigo, o quanto evoluí contigo, o quanto mexeste comigo, o quanto me obrigaste a crescer.

No fundo, não te esqueço porque me quero lembrar disso tudo. E as duas coisas são indissociáveis.

Parece complicado, mas é tão estupidamente simples!...

Da falta de ar de um destes dias...

Foi um dia difícil, sabes?

Comecei o dia com uma dor de cabeça. Tive uma reunião demasiado cedo. O tempo parou e custou muito a passar.

Senti-me perdida todo o dia. Senti um aperto no peito, um nó na garganta. Queria respirar e não conseguia.

Não te sei explicar o porquê de estar assim. Não sei. Mesmo.

Mas foi um dia terrível. Um daqueles dias em que precisamos de um abraço. Precisamos de colo. Precisamos que o dia acabe.

Cheguei a casa e tudo o que me apetecia era chorar. Chorar muito.

Não. Já te disse que não sei porquê.

Sim, é possível sentir-me assim sem motivo aparente.

No fundo, sabemos os dois porque me sinto assim. Tu sabes. Eu sei. 

Sim, eu sei que passa. Mas, enquanto não passa, há dias que também não passam, sabes?

Sim, tens razão. Mas há dias mesmo difíceis, sabes? São só alguns. Mas há.

Eu sei.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Do meu estado actual...

Hoje, pela primeira vez em 4 anos naquela casa, adormeci de manhã e cheguei 45 minutos atrasada!...

Ainda hoje, algures a meio da tarde, um colega liga-me a pedir que lhe envie uma informação por e-mail, e o que é que eu coloco no destinatário do e-mail? O número da extensão telefónica desse colega.



Cansada? Não. É só impressão.

Das coisas boas da vida...

Sair tarde do trabalho mas compensar ficando até esta hora na Casa do Alentejo a beber imperiais e a comer pão e queijo com a BFF...

Sou uma privilegiada, é o que é.

Os devaneios Agridoces mais lidos nos últimos tempos...