segunda-feira, 11 de abril de 2016

Dos devaneios matinais...


Apeteces-me logo pela manhã. Os teus braços. O teu cheiro. Enroscar-me em ti e fechar os olhos outra vez. Ficava assim todo o dia, pudesse eu. Lamento que nunca tenhamos passado nenhum dia na cama. Teria sido bom, tenho a certeza. Agora, que isso já não pode acontecer, é que me apetece. Quando podia acontecer, acordava, levantava-me e fugia de ti. Desculpa este meu jeito fugitivo. Desculpa nunca ter querido prender-me a ti. Não é de mim, sabes? Não sou de estar presa. Não sou de ficar enroscada horas a fio, entre mãos dadas e palavras sussurradas ao ouvido. Não sou. Ou, pelo menos, contigo não era. Não que a culpa seja tua, necessariamente. Não se trata de culpa. Trata-se de ser ou não ser. E contigo não era. Mas gosto de ti na mesma. E tenho saudades tuas na mesma. E apeteces-me logo pela manhã na mesma.

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