sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Das palavras dos outros...

Eu não sou muito destas coisas. Sou sempre um pouco (bastante) céptica com este tipo de artigos. Não gosto de generalizações. Mas, depois de um texto que escrevi esta semana (e que, provavelmente, não verá a luz do dia), achei que estas palavras realmente faziam sentido.

Os homens/muitos homens/alguns homens (escolham vocês o que acharem mais adequado) não querem mulheres independentes. Até podem dizer que querem. Até podem elogiar uma mulher segura, independente, dona do seu nariz. Mas não vão saber lidar com ela. Desde os princípios da humanidade que o homem tem o seu papel definido: o homem caça e alimenta a família, garante-lhe um tecto, protecção e segurança. Com as alterações na sociedade, com a emancipação da mulher, o homem perdeu este seu papel. E ficou perdido. E sente-se inseguro.

Os homens/muitos homens/alguns homens não querem mulheres independentes e seguras, que têm a sua casa, que pagam as suas contas, que tomam decisões importantes sozinhas, porque se sentem inúteis.

E as mulheres, criadas e educadas para serem independentes (na verdadeira acepção da palavra), têm depois dificuldade em encontrar um equilíbrio entre manterem a sua independência e, ao mesmo tempo, darem oportunidade aos homens de exercerem o seu papel de cuidadores e protectores.

Os homens/muitos homens/alguns homens querem sentir-se homens. Querem sentir que são indispensáveis, que são úteis, que as mulheres precisam deles. Têm dificuldade em assumir outro papel que não esse.

E eu percebi isso recentemente, da pior forma possível.

3 comentários:

  1. Eu diria muitos homens pensam assim!
    O problema não é ser independente ou de pagar as contas, etc etc. O problema é que muitas/todas/poucas (pensa como quiseres) mulheres quando têm uma relação pensam 1+1 em vez de pensarem em nós! A minha conta, as minhas coisas, o meu carro, a minha liberdade etc etc. Falha tudo. é a nossa conta, as nossas coisas, o nosso carro, a nossa liberdade. fazer coisas sem dar conhecimento ao marido e vice versa, discutir por causa de dinheiro...eu paguei as bolaxas e agora pagas o leite.. pá..se pensarem tudo em conjunto irão ver que 70% dos problemas terminam!
    Esse problema que identificas aconteceu, acontece e irá acontecer infelizmente!
    Beijinhos

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    1. Aquilo que referes é a base da maioria dos problemas da maioria das relações: cada um pensar em si como indivíduo, ao invés de pensar nos dois como uma equipa. Seja para a divisão de contas ou de tarefas, ou para a tomada de decisões.
      Numa conversa recente com alguém com um casamento já com 20 anos, essa pessoa dizia-me que tudo o que tinha, tinha conquistado com a mulher, tinha sido uma luta dos dois, em conjunto. E hoje isso é mais raro de acontecer. Quando cada um já tem a sua casa, o seu carro, as suas contas, é difícil encontrar esse equilíbrio e chegar ao que é dos dois. É difícil também, e falo da perspectiva da mulher, equilibrar aquilo que achamos (só achamos!) que os homens querem: mulheres decididas, seguras, confiantes e independentes, mas ao mesmo tempo, que se deixem ser cuidadas e que os deixem cumprir esse papel que encaram tão seu!...
      Não é fácil :)

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    2. Muito bem Agridoce, a mulher tem de deixar o homem ser homem e o homem deixar a mulher ser mulher. temos as nossas diferenças mas o importante é deixar que alguns instintos primitivos continuem a funcionar :))))

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